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Catarina Macario Lyon 2021-22Getty Images

Catarina Macario destaca vantagem do Lyon na final da Champions: “Temos a experiência em nosso favor”

Catarina Macario marcou gols em seis dos 10 jogos do Lyon a partir da fase de grupos da Uefa Champions League feminina. A dias de disputar a sua primeira final da competição, a jogadora nascida no Brasil e naturalizada estadunidense está ansiosa - mas de um jeito bom - para a sua primeira final europeia. E ela escolheu uma grande temporada para essa estreia: Catarina vê a edição 2021/22 como a maior até hoje, graças à visibilidade e aos recordes de público. Para ela, a final contra o Barcelona vai refletir o sucesso do torneio.

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“Eu acho o Barcelona um grande time, que é treinado por um bom treinador. Vai ser uma partida interessante, com certeza. Nós também temos um time com jogadoras de nível mundial, temos a experiência em nosso favor”, avalia a artilheira do Lyon na competição, com sete gols. “São os atuais campeões enfrentando os maiores vencedores. Vai ser muito equilibrada, honestamente, muito apertada. Eu realmente acho que o vencedor vai depender de quem se destacar no dia e de quem se preparar melhor antes da final.”

A atleta maranhense é uma das principais apostas para o futuro tanto do clube francês quanto da seleção. Criticada em alguns momentos por decidir defender o país que adotou como casa ainda na infância, ela lamenta a falta de apoio que a afastou, mas comemora os avanços da modalidade no Brasil.

Eu não acho que ninguém deveria se mudar para um país diferente para seguir o sonho de jogar futebol”, responde a jogadora à GOAL. “De um ponto de vista do futebol, tem sido incrível ver que o Brasil realmente aumentou o seu apoio ao futebol feminino. Acho que ter Pia como treinadora é absolutamente incrível, e tem um papel importante em conseguir esse apoio. Se você olhar para a história, com tudo o que Marta, Formiga e Cristiane fizeram com tão pouco, elas são guerreiras, e todo mundo precisa admirá-las.”

Outra referência importante na carreira de Catarina é Ada Hegerberg, primeira vencedora da Bola de Ouro da Fifa e sua companheira de clube no Lyon. “Para mim, pessoalmente, o fato de que eu consigo jogar com ela e aprender com ela na minha idade é uma tremenda experiência”. Ada, que sofreu por 20 meses com uma lesão no ligamento cruzado anterior (LCA), voltou a jogar no começo da temporada e se tornou uma “irmã mais velha” para Catarina. “Ela ajuda, não só a mim, mas também às nossas companheiras de time a serem a nossa melhor versão. Ela não é só uma grande jogadora, mas também uma grande líder na nossa equipe.”

Entre os sonhos de conquistar a Champions, jogar a próxima Copa do Mundo e um dia entrar para a lista de melhores jogadoras da atualidade, Catarina ainda se cobra bastante. Ela afirma que não se sente merecedora de todos os elogios tanto no clube quanto na seleção e repete várias vezes que ainda tem muito a melhorar. Aos 22 anos, no entanto, a jogadora sente que a experiência de ver a família mudar de país para que ela pudesse jogar a deixou acostumada à cobrança de si mesma por um bom desempenho em campo.

“Eu estou acostumada à pressão, mas jogar a final é um pouco diferente. Não é a mesma pressão que eu coloco em mim mesma, com a minha família. É querer honrar o seu time, jogar bem e vencer. Acho que, independentemente, eu vou estar confiante, mas também nervosa de um jeito bom, porque eu me importo.”

Catarina jogava futebol com meninos até os 12 anos, quando a família decidiu se mudar para a Califórnia. Enquanto ela, o pai e o irmão se mudaram para que ela estudasse e vivesse a cultura do futebol no país, a mãe, médica, permaneceu no Brasil para sustentar a família. Ela se destacou ainda nas categorias de base e, na universidade de Stanford, ganhou diversos prêmios no futebol universitário. Ela deixou a universidade para defender o Lyon em janeiro de 2021. Na mesma época, se tornou a primeira jogadora naturalizada a defender a seleção norte-americana, recusando convites para jogar pelo Brasil.

Catarina Macario USWNT 2022Getty Images

Apesar de ter a opção de permanecer nos EUA e seguir carreira na NWSL, a liga de futebol feminino do país, ela preferiu ir para o clube francês. “Essa decisão de ir para a Europa foi baseada em querer jogar em momentos como esse, como uma Champions League. Então estar disputando essa final é muito especial. Eu só queria jogar com as melhores, estar com elas todos os dias, treinar e jogar”, afirma. Ela garante que leva o que aprende no Lyon de volta para a seleção norte-americana. “Acho que, quanto mais eu sou capaz de me adaptar aqui, mais eu posso me adaptar ao nível da seleção também. Agora eu me sinto totalmente confortável lá porque eu também me sinto confortável aqui.”

Após lutar pela oitava Champions feminina do Lyon no sábado (21), às 14h (de Brasília), Catarina e as leoas ainda buscam o título da División 1 Féminine, a liga francesa. A disputa está acirrada, mas um confronto direto contra o PSG na semana seguinte vai definir quem fica com a taça. Depois, o foco é na seleção, que tem amistosos contra a Colômbia em junho e a Concacaf W, torneio que garante vaga na Copa do Mundo de 2023.

Antes dos prêmios individuais, o desejo de Catarina é de ajudar as companheiras neste caminho. “Eu espero que eu consiga corresponder às expectativas que as pessoas têm, mas ao mesmo tempo eu sei que eu posso chegar lá. Só preciso estar em ambientes que me ajudem a ser a melhor versão de mim mesma. Sinto que a minha jornada vindo do Brasil para a seleção americana ajudou mais do que eu jamais poderia ter imaginado, para ser honesta, e isso se traduz dentro de campo.”

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