Gerard Piqué Barcelona RayoGetty Images

Barcelona tem pior início de temporada desde ano que antecedeu chegada de Ronaldinho

Sem dúvidas, o Barcelona vive um dos piores momentos de sua história recente. Em crise fora de campo e instável dentro dele, o time vai quebrando marcas negativas no Campeonato Espanhol - e marcas essas que já duravam mais de 20 anos.

Isso porque, ao fim de seu décimo jogo na La Liga, o Barça tem apenas 15 pontos. Isto é: um aproveitamento de 50%. Com Koeman balançando no cargo e um elenco que ainda não provou muita coisa, a diretoria parece não saber o dia de amanhã.

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São tabus que chamavam a atenção pela longa duração. O Rayo Vallecano, que bateu o Barcelona nesta quarta-feira (27), não derrotava os catalães desde a 13ª rodada do Campeonato Espanhol da temporada de 2002/03, por exemplo. Isso sem nem contar os quase 20 anos sem ter terminado o primeiro quarto do campeonato com 50% ou menos de aproveitamento.

Falcao, Rayo Vallecano vs. BarcelonaGetty

Por coincidência, essa foi justamente a última temporada em que o Barça teve um início tão ruim no campeonato nacional. Com os mesmos 15 pontos em 10 jogos, também tinha +4 de saldo de gols e o mesmo número de vitórias. Coincidência maior ainda é que o time também via Real Sociedad e Bétis brigando pela liderança - ambos estavam no G-4 naquela temporada e também estão nessa - enquanto amargava uma posição de meio de tabela - nono hoje, décimo em 02/03.

Na 10ª rodada de 2002/03, o Barcelona foi derrotado por 2 a 0 pelo Deportivo La Coruña. Lionel Scaloni, hoje treinador da seleção argentina, marcou um dos gols. Do outro lado, nomes como Thiago Motta, Patrick Kluviert, Javier Saviola e Gaizka Mendieta pouco puderam fazer para impedir mais um resultado ruim.

Ao mesmo tempo, alguns jogadores já começavam a dar pinta de que seriam fundamentais em uma eventual reconstrução da equipe. No meio de campo, Xavi, com 22 anos, vinha de uma convocação para a Copa do Mundo de 2002 e já assumia um papel de protagonismo no Camp Nou. Mesmo caso de Puyol, este com 24 anos, mas já como vice-capitão dos Blaugranas.

Outros nomes se consolidariam no elenco principal do clube ainda em 2002: dois deles, Victor Valdés e Andrés Iniesta, fizeram sua estreia no time de cima justamente ao longo daquela temporada. Pouco tempo depois, o presidente Juan Laporta (o mesmo que está no comando do clube neste momento) investiria pesado para trazer o zagueiro Rafa Márquez e um outro destaque da Copa de 2002, um tal de Ronaldinho Gaúcho, craque brasileiro vindo do PSG. Estava formado ali a casca dura de um elenco que ganhou tudo nos anos seguintes.

Alguns nomes vieram depois (Giuly, Eto'o e Deco, por exemplo), enquanto um certo garoto franzino hoje comandado pelo "xará" Lionel Scaloni na seleção argentina faria sua estreia em 2004/05. Era o Barcelona mostrando que conseguiria, como uma fênix, retornar das cinzas - ainda que as cinzas para o Barcelona fossem o meio de tabela no Campeonato Espanhol.

Não significa que Gavi, Ansu Fati, Araújo e Pedri são Xavi, Messi, Puyol e Iniesta, é claro, e nem que Depay e cia conseguirão repetir o impacto que Ronaldinho teve ao chegar do PSG. Mas é um sinal de que o drama de hoje já aconteceu antes... em circunstâncias assustadoramente parecidas

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