Apesar das punições impostas pela Fifa, o Santos acertou o retorno de Robinho para mais uma passagem, mas acabou suspendendo o contrato. O atacante já estava com seu contrato regularizado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF, mas, mesmo assim, entrou em acordo para cancelar o vínculo. O estatuto interno do clube praiano prevê a possibilidada de uma contratação ser "barrada" pelo Conselho Deliberativo.
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De acordo com o com o artigo 91 do estatuto do clube da Vila Belmiro, qualquer contratação precisa ser aprovada tanto pelo Conselho Fiscal, quanto pelo Conselho Deliberativo. O negócio já foi liberado pelo Fiscal e pelo comitê de gestão, mas não passou pela segunda parte da aprovação.
Assim, por mais que já estivesse registrado no Boletim Informativo Diário da CBF - condição obrigatória para qualquer jogador entrar em campo -, Robinho pôde ter seu vínculo cancelado, conforme informou o Santos nesta sex-feira (17).
O jogador também se manifestou em seus stories do Instagram: "Com muita tristeza no coração, venho falar para vocês que tomei a decisão junto do presidente de suspender meu contrato neste momento conturbado da minha vida. Meu objetivo sempre foi ajudar o Santos Futebol Clube. Se de alguma forma estou atrapalhando, é melhor que eu saia e foque nas minhas coisas pessoais. Para os torcedores do Peixão e aqueles que gostam de mim, vou provar minha inocência".
O retorno do camisa 7 à Vila Belmiro causou bastante polêmica, principalmente por conta de sua condenação, no ano de 2017, por crime de violência sexual, na Itália - que ainda cabe recurso.
Por conta desse fato, após o anúncio do atacante, alguns patrocinadores do Santos manifestaram descontentamento com a contratação, pois não queriam ter suas marcas ligadas ao jogador. Inclusive, segundo revelado pelo blog do Rodrigo Capelo, no GE, a Orthopride, que tinha acordo com a equipe até fevereiro de 2021, rompeu o contrato vigente após a chegada de Robinho, citando "respeito às mulheres".
Após as últimas revelações de sua sentença judicial na Itália, torcedores do Santos também se mobilizaram e organizaram uma campanha nas redes sociais contra a chegada do novo reforço, com o título de #RobinhoOut (Fora Robinho).
Depois da divulgação dos áudios, porém, a defesa do jogador emitiu uma nota oficial alegando que nem tudo o que foi gravado está na reportagem e que acreidta existirem provas o suficente para a absolvição do jogador nesta nova estapa do prcesso, que corre em sigilo.
Além disso, o momento interno do Santos por si só já está extremamente conturbado. Com o afastamento de José Carlos Perez da presidência, Orlando Rollo, mandatário em exercício, vem tentando negociar dívidas e livrar o clube das punições impostas pela Fifa, que impedem a contratação de novos jogadores - a chegada do camisa 7 só foi possível graças a tais esforços.
Veja a íntegra da nota da defesa de Robinho:
"1. O jogador reitera que não cometeu o crime do qual é acusado e que sempre que se relacionou sexualmente foi de maneira consentida;
2. Taxativamente não houve violência sexual tampouco admissão de culpa nas interceptações telefônicas, o que fica claro quando analisadas na integralidade e no contexto correto;
3. Por se tratar de processo sigiloso e ainda em curso, estamos impedidos de falar sobre o mérito das acusações. Entretanto, sobre a divulgação em si, deve ser esclarecido que há nos autos provas suficientes da inocência de Robinho - as quais infelizmente não foram divulgadas na matéria - e outras que ainda serão apresentadas à Justiça italiana, que certamente levarão à sua absolvição. Há diversas conversas interceptadas que não foram corretamente traduzidas para o idioma italiano, o que levou ao equívoco de interpretação.
4. Confiamos plenamente na Justiça italiana, no sucesso do recurso defensivo e na reforma da decisão, conscientes de que a submissão do feito às instâncias superiores permite justamente evitar erros judiciários e condenações injustas. 5. Por fim, Robinho agradece o apoio da torcida do Santos Futebol Clube e, como pai de família e atleta, faz questão de ressaltar que repudia todas as formas de violência"
