Tite respeita fórmula do sucesso perfeito para o Flamengo da era Landim: agora é esperar pelos títulos

Especialmente a partir de 2019, quando se iniciou o período de Rodolfo Landim como presidente do Flamengo, os rubro-negros têm conseguido muito sucesso ao atrair profissionais de altíssima qualidade, mas que – por uma razão ou outra – se encontram sem espaço nos principais times do centro europeu (o holofote principal do futebol mundial).

São jogadores ou técnicos quase que financeiramente inviáveis para todos os outros clubes sul-americanos, exceção feita ao bilionário Flamengo. E que, vestidos de preto e vermelho, encontram grande chance de realizarem grandes feitos em um clube que, mesmo na mais decepcionante das temporadas, flerta com os principais títulos. Do limbo europeu, se faz uma catapulta que propicia grandes oportunidades: títulos, visibilidade, idolatria...

O ataque que Tite terá em mãos tem dois jogadores com este perfil. Gabriel Barbosa sonhou com o futebol europeu, mas não teve sucesso por Inter de Milão ou Benfica. No Flamengo, se transformou em um dos maiores ídolos de todos os tempos. Pedro também não ganhou muitas oportunidades no futebol italiano, mas construiu sua história com a camisa flamenguista em tal nível que orgulha-se de ter disputado uma Copa do Mundo pelo Brasil – convocado por Tite.

Em comum, além dos gols e títulos pelo clube da Gávea, o fato Gabriel e Pedro terem cruzado o oceano ainda muito jovens (assim como o também rubro-negro Gerson). O sucesso europeu não foi alcançado por alguma falta de capacidade, mas por falta de paciência. Bom para o Flamengo.

A situação também pode ser vista tendo Everton Ribeiro e Giorgian De Arrascaeta como exemplos. Dois dos maiores meias do futebol sul-americano em um grande corte de tempo, eles jamais vestiram a camisa de um clube europeu. Uma situação impensável se olhássemos o futebol com a lupa de alguns anos atrás.

É como se tanto Everton quanto Arrascaeta estivessem no momento errado, na hora errada, se quisessem realizar algum sonho de jogar na Europa por algum clube de destaque. Isso porque, de alguns anos pra cá, a grande maioria dos times não faz grandes investimentos para contratar atletas com mais de 23 anos. Everton chegou ao Flamengo com 28, Arrascaeta tinha 25 quando foi contratado: ambos ainda podendo render no auge de suas formas, mas já sem atrair grande interesse dos holofotes europeus. Bom para o Flamengo.

O mesmo raciocínio vale, também, até para os que conseguiram se consagrar na Europa. Mas em casos como os de Rafinha (atualmente no São Paulo) e Filipe Luís, a idade avançada já não lhes possibilitaria longos anos a serviço das maiores potências que disputam a Champions League. No Brasil, fazem a diferença. Bom para o Flamengo.

De certa forma, até Jorge Jesus, o técnico do brilhante 2019 flamenguista, se encaixa um pouco nesta linha de raciocínio. O treinador teve grande sucesso no Benfica antes de escrever seu nome na história rubro-negra, mas não conseguiu convencer clubes como Barcelona, Atlético de Madrid, Real Madrid ou outros gigantes italianos ou ingleses que habitavam seu fascínio.

O futebol português não parecia mais estar à altura das aspirações de JJ, ao menos não se não lhe dessem a possibilidade de um título europeu (o que tem sido artigo raríssimo). Sobrou o Brasil na lista de possibilidades? Bom para o Flamengo.

Tite ainda sonha em trabalhar na Europa, e como é um treinador, e não mais jogador, é uma realidade possível. E no momento em que não recebeu as ofertas que imaginava do outro lado do oceano, vê no Flamengo uma grande oportunidade de ser destaque conquistando os maiores títulos possíveis. Quando o melhor técnico do Brasil trabalha no clube com os maiores recursos, é muito difícil imaginar algum outro roteiro que não sejam títulos.