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Vinícius Júnior, durante amistoso entre Brasil e Senegal, em LisboaGetty Images

O que importa de verdade para a seleção brasileira enquanto Ancelotti não chega

Tudo indica que a seleção brasileira terá Carlo Ancelotti como treinador... em 2024. Nenhum papel foi assinado, uma vez que o italiano tem contrato com o Real Madrid até junho do ano que vem. As assinaturas teriam que ser dadas apenas em janeiro, mas a sua chegada para comandar a equipe canarinho já tem sido tratada como algo definitivo – para o desagrado do próprio treinador, que segundo a imprensa espanhola não gostou do vazamento da notícia. Sendo assim, o Brasil terá cerca de oito jogos neste hiato de interinidade.

Depois dos amistosos contra Guiné e Senegal, em duelos comandados pelo temporário Ramón Menezes, os próximos seis compromissos de 2023 serão pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. São jogos oficiais, com apelo competitivo na tabela de classificação que define os sul-americanos que estarão no próximo Mundial. Mas estamos falando de uma Copa que, pela primeira vez, terá 48 seleções -- e não mais 32. O número de vagas cresceu, e se antes já era impensável ver o Brasil fora do torneio, agora ficou praticamente impossível -- mesmo levando em conta a péssima exibição na derrota por 4 a 2 frente os senegaleses.

Já em 2024, antes do término do contrato de Ancelotti com o Real Madrid, o Brasil tem agendado um amistoso contra a Espanha e há ainda no calendário espaço para outro compromisso. Tratando a vaga para a próxima Copa do Mundo como algo fácil, o que importa, então, de verdade para o selecionado nacional neste louco período em que, ao mesmo tempo, tem e não tem um treinador?

  • Ramón Menezes, sob o comando interino da seleção brasileira em amistoso contra Senegal, em 2023Getty Images

    É preciso definir o interino

    Se a CBF já chegou a um acordo verbal com Ancelotti, a entidade agora pensa em como fazer uma transição para entregar o time ao italiano. Segundo já foi noticiado aqui na GOAL, a intenção da CBF é de ter, na seleção, alguém próximo de Carlo nestes próximos meses. No entanto, esta pessoa não pode ser algum integrante de sua comissão técnica no Real Madrid. Exatamente pelo contrato em vigor com o gigante espanhol. A decisão deve sair até o final do mês, mas ela será das mais importantes neste período. Quem, afinal de contas, será o temporário do Brasil em duelos contra, por exemplo, Uruguai e Argentina?

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  • Os jogos do Brasil até junho de 2024

    • Bolívia (04/09/2023) – Eliminatórias Copa do Mundo 2026
    • Peru (12/09/2023) - Eliminatórias Copa do Mundo 2026
    • Venezuela (09/10/2023) - Eliminatórias Copa do Mundo 2026
    • Uruguai (17/10/2023) - Eliminatórias Copa do Mundo 2026
    • Colômbia (13/11/2023) - Eliminatórias Copa do Mundo 2026
    • Argentina (21/11/2023) - Eliminatórias Copa do Mundo 2026
    • Espanha (18 a 26 de março de 2024) – amistoso
    • Algum outro amistoso entre 18 e 26 de março de 2024
  • VINICIUS BRASIL 2023Getty Images

    Os intocáveis

    O discurso de que “não há vaga garantida” é comum no esporte de alto rendimento, e até mesmo incentiva os atletas, mas sejamos sinceros: há jogadores que são intocáveis caso sigam se apresentando na média que têm se apresentado. Quais jogadores são estes? No Brasil é possível citar ao menos dois goleiros (Alisson e Ederson), Marquinhos na zaga, Casemiro e Lucas Paquetá no meio-campo, Rodrygo e Vinícius Júnior no ataque.

    Talvez seja possível citar outros nomes, mas o que importa é manter o que já existe de uma espinha dorsal de time. Se um dia João Saldanha chegou anunciando suas Feras, jogadores que estariam em basicamente todas suas listas, com o intuito de criar um time pensando no Mundial de 1970 (e fugindo da história de “seleção é momento”), o Brasil vai precisar, entre 2023 e 2024, bastante de suas Feras para evitar grandes crises neste período pré-Ancelotti.

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  • Lucas Paquetá comemora gol marcado em amistoso contra Senegal, em 2023Joilson Marconne/CBF

    Somar pontos nas Eliminatórias

    E como evitar eventuais crises nesta seleção brasileira de Schrödinger*? Ganhando e fazendo deste caminho de espera o menos tenso possível. Apesar da tranquilidade das Eliminatórias, o início do Brasil terá que ser bom para diminuir qualquer tipo de animosidade. Exibições como na derrota contra Senegal, no amistoso em Lisboa, não serão toleradas pelo público e crítica.

    *Homenagem aqui ao físico austríaco, famoso pela teoria de realidades paralelas. Em nosso caso, o Brasil que ao mesmo tempo tem e não tem um técnico.

  • Neymar Brazil South Korea 2022 World CupGetty

    A questão Neymar

    Falando em “Feras”, uma das muitas dúvidas que vai permear este período será a respeito de Neymar. O grande craque de sua geração seguirá na seleção brasileira quando se recuperar de sua última lesão? Disputar o Mundial de 2026 realmente não está em seus planos? E mesmo se não estiver, Neymar pode ser um mentor dos mais jovens do selecionado, conforme foi em suas participações mais recentes?

  • Camisas seleção brasileira antes de amistoso contra Senegal, em 2023Joilson Marconne/CBF

    A importância das renovações

    Mas a questão mais importante (e difícil) é como tocar o processo de renovação em setores onde uma renovação é urgente. Quais serão os novos zagueiros/laterais/meio-campistas/centroavantes testados? Quem for convocá-los terá algum aval de Ancelotti? São muitas as dúvidas. Se a história de Carlo Ancelotti com o Real Madrid acabar mesmo em junho, ele chegará às pressas na Copa América. Talvez seja obrigado a pegar o carro já em movimento no certame.

    Após o torneio continental, serão cerca de nove convocações até a lista para o Mundial de 2026. Se o Brasil conseguir fazer boas renovações onde precisa, e conseguir bons resultados para afastar as crises, já ajuda muito. Prestar atenção nas caras novas do selecionado, e saber efetivamente o que estas presenças podem significar para o futuro, são o que mais importa até junho de 2024.

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