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Endrick por tão pouco tempo em um ano é culpa do calendário brasileiro

O que o futebol brasileiro pode fazer para deixar de ser um mercado exportador? Encontrar uma máquina do tempo ou viajar através de algum multiverso seriam as soluções mais imediatas, mas estaríamos misturando ficção à realidade e a fantasia não resolve a questão. A economia mundial é do jeito que é, e a América do Sul não está na parte de cima desta tabela. Algumas coisas não têm, infelizmente, solução imediata.

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Ou seja: um talento como Endrick já seria vendido de qualquer jeito. Em 2024, o aspirante a craque, já um grande jogador, pode não ultrapassar nem 10 jogos no Campeonato Brasileiro. Se no ano passado o atacante ascendeu de vez aos grandes holofotes, ajudando o Palmeiras a conquistar o título, nesta sua primeira temporada como protagonista ele não deve disputar metade dos jogos da principal competição do país. E aí a culpa é de quem não se adapta à realidade: a culpa é do calendário da CBF.

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  • Ednaldo Rodrigues CBFRafael Ribeiro / CBF

    Somos reféns de um calendário bagunçado

    Endrick já tem passagem marcada para chegar ao Real Madrid. A data estipulada é a partir de 21 de julho, que marca seu aniversário de 18 anos. Olhando friamente a tabela do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras poderia contar com seu camisa 9 por todo o primeiro turno do campeonato. Até aí, tudo bem. Afinal de contas até na Europa alguns times perdem seus destaques na janela de meio de temporada (no caso europeu, a de janeiro). Mas quando o contexto entra em cena, muda tudo.

    O Brasileirão não terá seus jogos paralisados durante a Copa América de 2024, que será realizada nos Estados Unidos, e Endrick só não estará na lista da seleção brasileira se, por alguma lesão, também não puder jogar pelo Palmeiras.

    Enquanto a competição sul-americana de seleções é disputada, outras nove rodadas de Campeonato Brasileiro estão agendadas. Endrick pode perder até metade dos jogos do primeiro turno do Brasileirão – isso sem falar de outros times e outros jogadores. Um prejuízo técnico óbvio, que mostra a incapacidade da CBF em organizar bem um de seus principais produtos.

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  • Calendário europeu é a solução?

    O que fazer para melhorar este cenário? Desenhar o futebol brasileiro dentro do calendário europeu, entre agosto e maio ao invés de fevereiro a dezembro, seria uma boa opção? É um caso a se pensar, mas não é tão simples assim. Como ficariam as disputas de Copa Sul-Americana e Libertadores, cujas finais passaram a acontecer no final do ano?

  • Endrick Getty / X @Palmeiras

    Solução passa pelos estaduais

    Não há solução fácil para diminuir o número de datas, de forma a evitar as bizarrices que acontecem em datas Fifa ou em anos de competições internacionais de seleções. Fazer o “copia e cola” em relação ao calendário europeu traria alguns benefícios na debandada que acontece durante as janelas de transferências, mas também viria com inúmeros outros novos problemas.

    O que fazer? Assim como acontece na natureza, o mais fraco acaba sendo sacrificado. E no futebol brasileiro, os campeonatos mais frágeis e deficitários são, há tempos, os estaduais. Enxugar ainda mais a participação dos gigantes nestas disputas é um começo.

    É preciso ao menos tentar, passar algum senso de preocupação sobre o tema. Se Endrick não deve jogar mais de dez rodadas de Brasileirão, não é apenas porque já está vendido ao Real Madrid. É porque o calendário do futebol brasileiro é uma bagunça completa.

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