A avaliação das contratações da janela de meio de ano do Brasileirão 2024

O Athletico fez apenas duas contratações neste meio de ano - o zagueiro Marcos Victor e o meia Praxedes. Ambos estavam fora dos planos de Bahia e Vasco, respectivamente, e chegaram, inicialmente, sob o intuito de fortalecer o elenco como oportunidades de mercado, por empréstimo. Praxedes, especificamente, ainda preencheria uma lacuna de meio-campistas canhotos.

O meia, porém, tem tido pouco espaço com a nova camisa, atuando pouco e ficando condicionado, na maior parte do tempo, ao banco de reservas. Com contrato até o fim do ano - que incluiu uma cláusula de compra ao Athletico -, seu futuro é incerto, seja no curto, seja no longo prazo. Marcus Victor, por outro lado, sequer estreou.

O Atlético-GO reagiu ao péssimo primeiro turno indo forte às compras. E trataram-se de adições em praticamente todos os setores do campo, como a do meia Jorginho - que inicia sua quinta passagem no clube -, do atacante costa-riquenho Joel Campbell - com três Copas do Mundo no currículo - ou de Philippe Sampaio, zagueiro emprestado pelo Botafogo.

Fato dado, já era difícil ver o Dragão se recuperando do péssimo primeiro turno, e as coisas realmente não mudaram muito de cenário no recorte recente. Janderson, em sua segunda passagem, e o venezuelano Jan Hurtado, por exemplo, não conseguiram somar à chegada de Campbell, e o sistema ofensivo do clube goiano ainda é recheado de problemas. Quem segue se destacando, até aqui, são alguns dos pilares de defesa da equipe, como o goleiro Ronaldo.

As chegadas foram várias, mas o destino do Atlético-GO na Série B parece apenas ter ficado mais evidente.

O Galo manteve a fama de grande investidor, na última janela, indo atrás de peças pontuais. O zagueiro Lyanco foi comprado, junto ao Southampton, para suprir a saída de Jemerson, negociado com o Grêmio, enquanto Bernard foi repatriado gratuitamente, em negócio visto como uma grande oportunidade de mercado. O volante Fausto Vera também chegou do Corinthians, juntando-se também ao atacante Deyverson, ex-Cuiabá.

A extrema qualidade da equipe, sobretudo no ataque, já era de conhecimento geral, então as peças trazidas sempre tiveram como intuito principal oferecer novas opções a Gabriel Milito, principalmente no setor defensivo - no ataque, Hulk e Paulinho seguem devastadores, com algumas participações especiais de Deyverson. A lesão recente mais grave de Bernard, que rompeu os ligamentos do joelho, porém, foi um golpe duro de azar.

Ainda assim, o Galo segue forte - e vingador - na luta tanto da Copa do Brasil quanto da Libertadores. O time ganhou corpo, mas ainda vê seu DNA nos dois homens-gol lá na frente.

Há quem diga que o Bahia 'comeu quieto' neste meio de ano - mas, convenhamos, quebrar o recorde da maior contratação da história do futebol nordestino fez lá um pouco de alarde.

Os pouco mais de R$ 65 milhões em Luciano Rodríguez foram justificáveis - estmos falando de uma das grandes joias recentes do futebol uruguaio e que tinha valor de mercado alavancado pelo interesse vindo da Europa. Nesse sentido, o Bahia também ganhou um bom 'status' no mercado.

O uruguaio, porém, ainda vê a titularidade sob o comando de Rogério Ceni como algo ainda a ser alcançado, considerando que suas participações, até aqui, têm se limitado a entradas como substituto, saindo do banco de reservas. Mas, verdade seja dita, este período de maturação era naturalmente esperado, sendo, aliás, pilar para argumentar que o Bahia foi uma escolha acertada para seu desenvolvimento justamente pelo ambiente menos conturbado do que de equipes do Sudeste e Sul do país. Na seleção do Uruguai, inclusive, a situação é similar.

Muito se espera do meia, e a avaliação nesse sentido não mudou em nada.

Contratação mais cara da história do futebol brasileiro, uma das equipes com mais reforços... Quem poderia imaginar que John Textor seria protagonista nesta janela de meio de ano?

Bom, todo mundo. Mas isso não vem ao caso. O que está claro é que o Botafogo, que já se postava como uma das equipes mais completas e favoritas ao título nacional - aliás, não só ao nacional, mas também à Copa do Brasil e à Libertadores -, ainda melhorou.

Thiago Almada conquistou o espaço que naturalmente se esperava na equipe titular e é um dos destaques da equipe. Igor Jesus virou homem-gol e titular absoluto no ataque, ganhando convocações e bons minutos ao lado de Luiz Henrique na seleção brasileira. Alex Telles, ainda, chegou para ser uma outra ótima opção na lateral-esquerda - e de graça.

Não importa, portanto, por qual ângulo você olhe, o Botafogo deste segundo semestre está ainda mais forte - o que é, de certa forma, um pouco assustador. E fato é, depois de um 2023 de tantas dores, parece que o clube, enfim, está no caminho de voltar a levantar um grande título.

O Corinthians não chegou à atual situação por problemas a curto prazo. E investir em uma estrela como Memphis Depay, no momento financeiro e político em que o clube se encontra, talvez tenha sido repetir uma carta já utilizada outras vezes anteriormente - e que, cá entre nós, não deu lá muito certo.

Mas cartolas são capazes de tudo no mercado quando a luz de alerta na parte de baixo da tabela está ligada.

O clube fez uma série de investimentos nesta última janela, com intuito de cobrir alguns pontos de atenção da equipe de Ramón Díaz, sobretudo no ataque. Depay, claro, é a atração principal. Ademais, outros nomes, como Héctor Hernández e Talles Magno, também foram trazidos para o setor.

O goleiro Hugo Souza tem sido, porém, o grande destaque em campo até aqui, com belíssimas atuações e já sendo herói de classificações nas copas - não é preciso lembrar dos três pênaltis seguidos defendidos contra o Red Bull Bragantino, né? No Brasileirão, porém, o ex-Flamengo também tem sido decisivo.

No geral, o time se reforçou em praticamente todos os setores - chegaram também o zagueiro André Ramalho, já muito utilizado e decisivo contra o Juventude na Copa do Brasil, e os meio-campistas Alex Santana, Charles, José Martínez e André Carillo. A questão é que o time precisa transformar agora essa nova qualidade em resultados. E uma coisa é meramente lutar contra o rebaixamento; outra coisa é lutar contra o descenso já estando no Z-4 - e há muitas, muitas rodadas.

O tempo está correndo contra o Corinthians. E os gastos, aumentando.

O clube catarinense fechou a chegada de seis atletas - todos de graça: bons pontos para o departamento de futebol do Criciúma.

E a equipe vem fazendo um bom trabalho no campeonato, conseguindo ficar logo acima do 'tiroteio' de Grêmio, Fluminense e Corinthians no Z-4. É claro que eles, porém, se reforçariam neste meio de ano, e por isso era mandatário o clube ir também atrás de novas opções.

E encontrou algumas - Patrick de Paula, Pedro Rocha, Dudu e Wérik Popó, sejam nomeados -, mas que não cativaram, por ora, o técnico Cláudio Tencati. Naturalmente, Yannick Bolasie seguirá sendo o dono do ataque, enquanto Rodrigo Fagundes comanda a defesa.

A grande questão era se o time teria fôlego contra tantos grandes na luta pela permanência. Salvo de um grande desastre nesta reta final, o Criciúma parece de fato destinado a mais um ano na Primeirona em 2025.

A Raposa fez várias movimentações interessantes nas últimas semanas. Trouxe Cássio, em baixa no Corinthians, de graça, repatriou Kaio Jorge, Matheus Henrique e Walace da Itália e ainda acertou com os gringos Lautaro Díaz e Fabrizio Peralta. Quase R$ 140 milhões gastos.

O investimento serve, evidentemente, como atestado de confiança da nova gestão do clube - agora gerido pelo empresário Pedro Lourenço -, mas também mostrou um trabalho promissor no mercado, sob o comando de Alexandre Mattos na diretoria de futebol.

Cássio recuperou o bom momento entre três traves - sendo um dos heróis da classificação sobre o Boca Juniors, na Sul-Americana -, enquanto Matheus Henrique se encontrou no meio do campo, ao lado de Matheus Pereira. Kaio Jorge ainda não embalou no que se refere a gols, mas também conseguiu seu espaço no ataque.

O técnico Fernando Seabra ganhou, no geral, boas opções que já vêm fazendo a diferença. A Raposa segue firme na Sul-Americana e precisará do elenco recheado para se manter nas cabeças do Brasileirão. Setinha para cima no lado azul de Belo Horizonte.

O Cuiabá foi atrás de apenas um reforço na janela: Gustavo Sauer, meia emprestado pelo Botafogo até o final do campeonato.

Sauer começou suas primeiras partidas saindo do banco, mas ganhou algumas chances recentes como titular. O grande foco da equipe, porém, seguirá sendo o centro de ataque, com o paraguaio goleador Isidro Pitta. A boa fase do centroavante, inclusive, foi o que possibilitou a venda de Deyverson para o Atlético-MG, por R$ 4,5 milhões.

O Flamengo foi uma das equipes com maior investimento direcionado nesta janela de meio de ano, aplicando R$ 137 milhões no mercado, e foi mais ativo na reta final do período de compras, acertando a chegada de quatro reforços - incluindo do argentino Carlos Alcaraz, maior contratação da história do clube, por R$ 110,6 milhões. O lateral Alex Sandro e os atacantes Gonzalo Plata e Michael completam a lista.

O velho conhecido Michael não demorou para ganhar rodagem - mas sofreu um problema no músculo posterior da coxa direita que o tirou de campo por um bom tempo -, enquanto Alcaraz também já ganha oportunidades no time titular. Na defesa, Alex Sandro assumiu a titularidade na lateral-esquerda - e marcou um importante gol na partida de ida do confronto de semifinal da Copa do Brasil, contra o Corinthians.

Agora sem Tite e tendo Filipe Luís como técnico, o Flamengo recalcula rota no momento mais importante da temporada. Mas o elenco segue muito bem servido.

O Tricolor manteve a atividade carioca nesta janela em alta. E bem alta. A principal chegada foi a do zagueiro Thiago Silva, que ficou sem contrato com o Chelsea e chegou gratuitamente em julho. Verdade seja dita, o brasileiro vinha em declínio em Londres, mas conseguiu reencontrar sua boa forma no Rio de Janeiro, sendo um dos pilares da equipe nesta investida rumo à porta de saída da zona do rebaixamento. Na eliminação para o Atlético-MG, na Libertadores, porém, ele lesionou o tornozelo e até jogou algumas partidas no sacrifício.

Além dele, o volante Facundo Bernal também ganhou vaga no meio, após ser contratado por R$ 20 milhões junto ao Defensor, do Uruguai. Nonato, emprestado pelo Santos, tem oferecido opção no setor, indo a jogo saindo do banco de reservas.

Ademais, Ignácio chegou e logo ganhou duas oportunidades como titular na zaga, mas sofreu uma lesão no joelho e segue sem previsão de retorno. No ataque, Kevin Serna vem sendo bastante utilizado, seja entre os 11 iniciais, seja entrando no decorrer dos jogos.

É um outro Flu neste segundo semestre. Ainda assim, em situação similar à do Corinthians, o que conta agora é transformar essa nova qualidade em pontos. A diferença, apesar da pontuação parecida, é que o time já está fora da zona do rebaixamento. Mas esta, convenhamos, já é uma grande diferença.

Sejamos honestos, ninguém esperava uma campanha tão boa do Fortaleza até aqui no Brasileirão. E o Leão parece ter se aproveitado da tese de que não se mexe em time que está ganhando.

Mas, também é verdade, o mercado talvez tenha sido... tímido demais? Os nordestinos tiveram que passar parte deste segundo semestre se dividindo entre o Brasileiro e a Sul-Americana - na qual acabaram eliminados diante do Corinthians, nas quartas -, o que parece ter exercido um pouco de sobrecarga para a equipe.

Fato, o elenco oferece opções e é muito equilibrado. Fato, a equipe de Vojvoda já acumula meses - ou anos - de relação, o que a coloca à frente dos adversários diretos, que, em grande parte, iniciam ou iniciaram recentemente um novo projeto. Porém, também é fato: praticamente todos eles se reforçaram; e o Fortaleza, praticamente não.

As duas chegadas: Mancuso, comprado junto ao Estudiantes por R$ 8.9 milhões e já envolvido na equipe titular, e o goleiro reserva Magrão, trazido de graça do Rio Ave, de Portugal. Mas não é como se, convenhamos, mudassem o patamar do time.

Mas, para um time com essa quantidade de investimento figurar com tanta solidez no G-4, estamos falando de um baita patamar.

O Grêmio teve uma postura clara para este segundo semestre: conseguir opções para o ataque. E conseguiu. Sendo a principal, claro, mais estrelada: o ex-Barcelona Martin Braithwaite, que não só encaixou muito bem no sistema de Renato Portaluppi, como já se torno um dos melhores da equipe.

Além do dinamarquês - que chegou de graça, após não renovar com o Espanyol -, Alexander Aravena, Miguel Monsalve e Matías Arezo foram trazidos para contemplar o setor ofensivo, por, somados, R$ 50,7 milhões. Destes, Monsalve já agradou Renato. Arezo e Aravena, enquanto isso, vem servindo como opções no banco.

O diagnóstico é que o Tricolor investiu razoavelmente bem, mesmo após uma devastadora tragédia ambiental no Sul. O melhor posicionamento na tabela são os frutos colhidos da boa janela.

O Inter, obviamente, sofreu das mesmas questões financeiras com toda a tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, mas ainda teve o agravante esportivo: caiu cedo tanto na Copa do Brasil quanto na Sul-Americana, ficando apenas com o Campeonato Brasileiro à disposição. Claro, menos competições significam um calendário mais atrativo; mas também cofres mais vazios.

Com isso em vista, o Colorado ainda liberou Maurício, Bustos e Aránguiz no mercado da bola e precisou recalcular rota. A saída foi ir atrás do meia Bruno Tabata, do lateral Aguirre e do zagueiro Clayton Sampaio - todos comprados por cerca de R$ 27 milhões -, além de fechar os empréstimos de Nathan, outro lateral pela direita, e do defensor Agustín Rogel, do Hertha Berlim.

Destes, Bruno Tabata é quem mais se destaca, não só indo a campo como titular regular, mas por também já estar marcando gols. No geral, o escopo do time titular pode ter sido mantido, mas o elenco como um todo se fortaleceu.

Com menor potencial investidor, o Juventude foi outro clube 'criativo' nesta janela. Acertou várias chegadas, todas por empréstimo ou a custo zero.

À parte de alguns empréstimos, os nomes que mais chamam a atenção foram os de Dudu Vieira, volante, e Ronnie Carillo, trazidos após ficarem livres no mercado. Ambos já vêm sendo titulares e ganhando oportunidades com Jair Ventura. Outros reforços - como o atacante Diego Gonçalves e o zagueiro Yan Souto - ajudaram a encorpar o elenco e também vão cavando oportunidades.

Desde a eliminação na Copa do Brasil, a partir de quando o Juventude passou a focar 100% no nacional, o desafio de se manter fora do Z-4 nesta reta final ia diretamente contra os investimentos de Corinthians e Fluminense, sobretudo, que conseguiram subir de nível frente ao retrospecto recente. Os gaúchos, porém, seguem com pontos de vantagem e, por ora, têm feito o mínimo para seguirem vivos e bem posicionados na luta para permanecer na Série A.

Resta saber se conseguirão manter a cabeça acima do nível da água até a 38ª rodada.

O torcedor palmeirense já está acostumado no recorte recente a ver o nome do clube pouco citado no mercado, mas não é por isso que o Alviverde não tenha feito operações bem interessantes.

Foram três. Contratou, gratuitamente, Felipe Anderson, que vinha em fim de contrato com a Lazio. Acertou a aquisição do já há muito desejado meio-campista Maurício, do Internacional. Comprou o jovem argentino Agustín Giay, lateral-direito que estava no San Lorenzo.

O trio já vem recebendo várias oportunidades, já acumulando diversos jogos no time titular. Felipe Anderson e Augustín Giay sofreram com certa inconstância no início do semestre, enquanto Maurício lida com um problema próprio no ligamento do joelho, mas todos têm conseguido um notório espaço no recorte recente.

O problema do Palmeiras, convenhamos, ainda segue na reposição dos gols de Endrick. Flaco López vive boa temporada, mas não é o camisa 9 confiável que a torcida palmeirense sonha. Mas o clube, inegavelmente, já tinha peças para querer fazer frente ao Botafogo na disputa pelo título, e a janela deste meio de ano só o deixou mais forte.

A temporada do Red Bull Bragantino é bem oscilante. Assim, era de se esperar que o clube, sempre ativo no mercado, fosse às compras neste meio de ano. Bom, não foi o caso.

No geral, o clube não admitiu saídas, mas também não contratou nenhum nome de maior impacto. O principal foi o de Jhon John, ex-Palmeiras, comprado por R$ 25 milhões e que não só tem marcado gols, como já aparece com lugar cativo na equipe titular. Houve também acertos com o zagueiro Sérgio Palácios, o meia João Neto e o atacante Arthur Sousa. Mas foi o bastante?

A situação no Brasileirão ainda não é exatamente tranquila, e o agravante é que, enquanto o Braga apostou mais baixo na janela, outros grandes na briga contra o Z-4, como Corinthians e Fluminense, foram às compras com mais entusiasmo. A recente sequência sem vitórias também não ajuda.

Aposta baixa - e ao mesmo tempo arriscada.

A janela do São Paulo foi boa? Talvez esta seja uma das maiores incógnitas deste texto. O clube fechou a contratação de quatro jogadores por empréstimos - alguns com opção ou obrigação de compra -, o que significa que não precisou desembolsar alto para resolver alguns duros problemas sentidos no primeiro semestre.

Mas as soluções imaginadas não vieram. Inicialmente, o problema era a lateral esquerda. Vem Alex Sandro? Não, foi para o Flamengo. Falta um zagueiro. Tudo bem, havia um princípio de acerto com Maurício Lemos, do Atlético-MG, mas o acordo caiu de última hora. Não bastasse, os titulares absolutos Pablo Maia e Alisson se lesionaram. Vem Thiago Mendes, Pol Fernández? Também não.

No final das contas, vieram Marcos Antônio e Santiago Longo para o meio, o norte-irlandês Jamal Lewis para a lateral e o brasileiro Ruan Tressoldi para a zaga. Nomes interessantes? Sim, sobretudo o de Antônio, único a ter ido a campo até aqui, e Lewis. Mas fica um cheirinho de 'plano B, C, D...' no ar.

E parece que esse também foi o sentimento de Luis Zubeldía e a comissão técnica tricolor, que optaram por preterir as novidades e seguir utilizando jogadores como Luiz Gustavo e Bobadilla no meio de campo, que já estavam no elenco no início do ano, ao invés de colocar os recém-chegados para jogo neste momento mais importante da temporada, com Libertadores e Copa do Brasil afunilando. Acabou não sendo o bastante.

O Tricolor, agora, vai precisar se contentar em lutar por uma vaga no G-4 nesta reta final de Brasileiro. Se os reforços terão mais tempo de jogo só o tempo dirá - mas fato é que, pelo menos para Zubeldía, as novidades não levantaram confiança quando o time mais precisou.

Philippe Coutinho está de volta - e a manchete não poderia ser outra. Fato, o ídolo ainda busca retomar ao 100% e à boa forma, mas tem a qualidade técnica para ser destaque do campeonato - e já vendo fazendo a diferença para o Vasco, inclusive com gols.

Além de Coutinho, Jean David, atacante ex-Toluca, do México, e o meia Maxime Domínguez, trazido do Gil Vicente, de Portugal, são opções interessantes, mas que ainda não tiveram lá muitas oportunidades. Os meio-campistas Alex Teixeira e Souza chegaram de graça, mas ainda não tiveram muitas oportunidades. Quem vem conseguindo algum destaque é Emerson Rodríguez, que chegou de empréstimo do Inter Miami e já tem seu espaço regular, seja saindo do banco, seja como titular.

A janela de ideias criativas abriu caminho para o Vasco não só viver uma reta final de Brasileirão tranquila - um feito e tanto para o clube, nos últimos anos -, mas como em sonhar com uma vaga na final da Copa do Brasil.

O Vitória viveu um 'vai e vem' gigantesco de jogadores neste ano e encerrou o projeto com Léo Condé logo no início do campeonato. Dentre as chegadas e saídas, portanto, Thiago Carpini tentou reformular o elenco, diante da necessidade de ganhar pontos no segundo turno do Brasileiro. O clube, portanto, entrou naquele bolo dos que precisam encontrar soluções com um pouco mais de criatividade.

Das chegadas, Carlos Eduardo foi novidade no ataque, já ganhando certa rodagem, enquanto Machado e Ricardo Ryller, ambos reforços para o meio, também já vêm somando minutagens, alternando entre a titularidade e o banco. Quem tem conseguido algum destaque lá na frente é Gustavo Mosquito, que rescindiu contrato com o Corinthians na Justiça e já vem marcando gols. No mais, a zaga só contou com a chegada de Edu, trocado pelo zagueiro Reinaldo com o Goiás, mas que até aqui limita-se a raras oportunidades e sempre saindo do banco.

Uma janela mais enxuta, mas que fez jus ao orçamento disponível e a um projeto mais curto. Vai ser difícil, porém, ser o bastante para manter a equipe na elite em 2025, considerando que rivais diretos, como Corinthians e Fluminense, se reforçaram para o segundo semestre.