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GFX estadual para quem importaGOAL

Carioca, Paulista, Mineiro, Gaúcho: para quais gigantes o campeonato estadual importa de verdade?

Os campeonatos estaduais ajudam a explicar como o futebol brasileiro é uma terra de gigantes como nenhuma outra. Em um país de dimensões continentais, é como se cada estado fosse, por exemplo, uma nação europeia com sua própria liga doméstica. Não há dúvidas, contudo, que estes torneios viram sua importância cair vertiginosamente ao longo das últimas décadas.

Para os maiores times do Brasil, o estadual é a competição menos importante da temporada e só costuma mover expectativas em seus últimos dois ou quatro jogos – com o perdão da generalização. É muito pouco dentro do que pede o espetáculo do futebol. Mas ainda assim, e por mais incoerente que seja, ainda é importante para os gigantes e seus torcedores.

Em primeiro lugar, para evitar grandes crises em um momento que, no mundo ideal, ainda seria de pré-temporada ou seja, com partidas sem a “obsessão da conquista dos três pontos” como finalidade. Resultados aquém do esperado muitas vezes terminam em demissões de técnicos e reboot de todo um projeto. Espera-se o produto final ainda no momento da construção do time. Um erro Made in Brazil.

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  • Abel Ferreira título taça 2023Cesar Greco / Palmeiras

    Para quem os estaduais menos importam

    Evidente que todo grande time (e sua torcida) pensa na taça como objetivo, mas a máxima do campeão é a mesma dos filmes da franquia Highlander, feitos na época em que os estaduais ainda moviam grandes expectativas: “só pode haver um”. E não ser campeão estadual pouco importaria, na prática, para um seleto grupo de clubes.

    No Rio de Janeiro, o Flamengo vem de um tricampeonato recente e segue sendo favorito para conquistas maiores. Já o Fluminense foi campeão nas últimas duas edições, além de ter levantado a taça da Libertadores da América no final de 2023. É impensável ver o Rubro-Negro ou o Tricolor demitindo Tite ou Fernando Diniz, respectivamente, por conta do que vier a acontecer no Campeonato Carioca.

    O mesmo cenário pode ser visto com o Palmeiras de Abel Ferreira, no Paulistão. A equipe alviverde, além de ter enfileirado troféus dos principais campeonatos nas temporadas mais recentes, foi campeã estadual em três das últimas quatro edições. Em Minas Gerais o Atlético vive uma de suas maiores hegemonias locais e pensa em coisas bem maiores, mesmo caso do Grêmio no Rio Grande do Sul.

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  • Jeffinho e Tiquinho Soares, Botafogo 2024Vitor Silva/Botafogo

    Respiro e fôlego

    Existem também os clubes que podem enxergar os seus estaduais como forma de ganhar um respiro, após algum momento recente ruim, e/ou buscar fôlego para de fato crescerem ao longo da temporada.

    Apesar de viver um dos piores jejuns de títulos em sua história, o Corinthians começa 2024 com um elenco remodelado e a promessa de grandes investimentos – especialmente após assinar o maior patrocínio de sua história.

    No caso corintiano, o estadual poderá ser visto como uma espécie de rascunho de expectativa para a temporada – os reforços que se encaixarão, quais setores ainda precisam de contratações e por aí vai. Quem também pode buscar no Paulistão respostas às dúvidas que surgiram é o São Paulo, que embora ainda comemore o título da Copa do Brasil de 2023 e retorno à Libertadores, ainda não sabe como time vai responder, de fato, à saída do técnico Dorival Júnior para a seleção brasileira.

    Quem precisa de um respiro é o Botafogo. Depois de protagonizar uma das maiores derrocadas na história das competições por pontos corridos, jogando pelo ralo o título brasileiro em 2023, os alvinegros precisam virar a página agora em 2024.

    A forma perfeita de se fazer isso? Conquistar o primeiro título em disputa na temporada, o estadual, mas o técnico Tiago Nunes e seus comandados possuem outra prioridade neste início de ano: avançar em umadifícil pré-Libertadores para buscar uma vaga na fase de grupos da competição continental. O 2024 do Botafogo começará a ser julgado mais ali do que no Campeonato Carioca.

  • Ângelo, em ação pelo Santos na temporada 2023Raul Baretta/ Santos FC

    Para quem o estadual mais importa

    Neste momento de importância diminuta na hierarquia das competições, o estadual se vê importante pra valer para os mais necessitados. É como se fosse um simples prato de comida para quem está com muita fome. Dentre os grandes do Rio de Janeiro, o Vasco da Gama é quem está a mais tempo sem levantar um título (desde 2016) e vem de péssimas temporadas anteriores.

    O Cruzeiro vive situação semelhante. As últimas temporadas foram repletas de traumas e estadia prolongada na Série B. O título mineiro não é celeste desde 2019, e desde então só deu Galo nas disputas estaduais. A péssima sensação de ver o arquirrival levantando os troféus estaduais de forma hegemônica também tem sido vivida pelo torcedor colorado: o último título gaúcho do Internacional foi em um longínquo 2016, e acabar com a festa gremista e com o próprio jejum é o que move os colorados neste início de temporada.

    E aí tem o Santos. Rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em sua história, o Paulistão surge como plataforma para o Alvinegro Praiano dar um sopro de alegria para quem tanto sofreu em 2023. No final das contas, a mudança histórica na hierarquia das competições fez com que o título estadual virasse mais plataforma de alívio do que de comemorações catárticas. De qualquer forma, é algo importante.

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