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Bruno Lage enlouqueceu! Como o sucessor de Luís Castro pôs título "ganho" do Botafogo em risco

Sete pontos de vantagem, na liderança do Campeonato Brasileiro, é algo relativo. E o Botafogo demonstra isso muito bem. Quando bateu o Palmeiras dentro do Allianz Parque, na 12ª rodada, para abrir tal vantagem e se colocar de vez como candidato ao título, o clima de euforia permaneceu intacto mesmo em meio à tumultuada saída do técnico Luís Castro. Após empate em casa contra o Goiás, na 25ª jornada, o Glorioso segue na ponta da tabela com a mesma vantagem, mas o clima é de crise e resultou na demissão de Bruno Lage.

O título, que parecia estar encaminhado para o Alvinegro, agora está em risco. Ao menos é a impressão após o recorte de três derrotas seguidas e um empate nos jogos mais recentes. A vantagem botafoguense ainda é boa, mas o contexto de resultados de time rebaixado, neste segundo turno, aliados a um aspecto mental que parece estar caindo ladeira abaixo, são de assustar qualquer um que leve no peito a Estrela Solitária. A esperança é que a saída de Lage, um pedido de relevante grupo de jogadores do time, ajude a trazer de volta algo de bom que foi perdido no meio do caminho.

  • bruno lageGetty Images

    Segundo turno de rebaixado

    Ainda que dificilmente fosse conseguir manter os incríveis 82% de aproveitamento do primeiro turno, a segunda metade de campeonato do Botafogo é a pior de um líder até aqui. Neste segundo turno, o time treinado por Bruno Lage conquistou apenas 27,7% dos pontos disputados até o momento de sua saída. É a quinta pior marca dentro deste recorte – superior apenas aos de Cuiabá e Coritiba, e o mesmo de Internacional e Goiás.

    A título de comparação, para atingir os 75 pontos, tidos por especialistas como marca que poderia indicar o time campeão, o Botafogo precisa subir seu aproveitamento para 59% nos 13 jogos restantes. Sob o comando de Bruno Lage, os alvinegros somaram apenas 43% dos pontos disputados no Brasileirão. Ou seja, com Lage o Botafogo atual se encaminhava, na teoria, para perder o título ou para não depender de si para atingir o objetivo.

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  • Eduardo e Sampaio, Botafogo 2023Getty Images

    Não dá para culpar a (falta de) sorte

    É verdade que, dentro de campo, pequena parte da campanha recorde no primeiro turno também teve uma ajudinha da sorte: quase todas as situações de campo (finalizações prós e contras) penderam para o lado alvinegro nos 19 primeiros jogos, enquanto o contrário agora é visto nas últimas seis rodadas.

    Mas é impossível culpar a sorte ou a falta dela nesta queda de rendimento. Por uma razão simples: a situação alvinegra poderia ser ainda pior. Os seus perseguidores também foram desperdiçando oportunidades de diminuir ainda mais a distância. Se vive uma crise que antes parecia ser inimaginável, ao menos o Botafogo tem a sorte de se manter com uma boa vantagem na liderança do Brasileirão.

  • Diego Costa, Botafogo x Goiás Brasileirão 2023Getty Images

    Aspecto mental em queda livre

    O momento atual mostra um Botafogo com o psicológico quase em cascos, justamente o que um líder não precisa. Bruno Lage chegou para utilizar o manual deixado por Luís Castro e muito bem aplicado pelo interino Cláudio Caçapa, fazendo pequenos ajustes de rota, mas escolheu um caminho perigoso para lidar com a máquina: desconstruiu o time, para entender melhor todas as combinações e alternativas possíveis, mas ficou completamente perdido para conseguir juntar as peças e montar tudo de volta.

    A impressão é de que Lage não conseguiu se comunicar direito, seja com a imprensa/torcedores (ao colocar seu cargo à disposição após derrota para o Flamengo, dando a estranha justificativa de que havia feito isso para proteger seus comandados), seja com seus jogadores. A sua demissão foi um pedido de considerável número dos jogadores a John Textor.

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  • bruno lageGetty Images

    Vaidade? A comparação Luís Castro x Bruno Lage

    O maior exemplo das trapalhadas de Lage foi ter colocado Tiquinho Soares, o craque do campeonato até aqui, no banco de reservas contra o Goiás. A decisão surpreendente minou de vez seu relacionamento com a torcida, que vinha o apoiando apesar dos tropeços, além de ter se provado um erro óbvio: logo após ter entrado no segundo tempo, Tiquinho fez o gol (golaço!) que ao menos garantiu um pontinho contra o Goiás.

    Agora, por que Lage mudou tanto uma fórmula que vinha dando certo? Talvez para querer aplicar a sua digital no time, para que o Botafogo de 2023 fosse mais o time do Bruno Lage do que o de Luís Castro? Lage deu outras justificativas para as mudanças que fez, mas a verdade é que não convenceu ninguém. No final das contas, os números mostram que o trabalho de Bruno Lage foi muito ruim para a missão que ele precisava fazer. O seu breve período no Botafogo ficou marcado por declarações conflituosas, mudanças sem sentido e uma queda brusca de rendimento que pode custar muito caro ao sonho alvinegro.

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