O Vasco da Gama não tem conseguido levar notícias boas para o seu torcedor em 2021. Do rebaixamento à Série B até a permanência por mais um ano na segunda divisão, o cruzmaltino só conseguiu tirar algo de bom ao ver o atacante Germán Cano em campo. Mas o clube não conseguiu negociar a permanência com o artilheiro e o argentino não carregará mais a Cruz de Malta ao peito nas próximas campanhas.
"Chegou a hora de dizer um ‘até logo’ a vocês e a esta grande instituição chamada Vasco da Gama. Não é uma situação fácil para mim, pois, desde o primeiro momento em que coloquei os pés no Rio de Janeiro, vocês me acolheram e fizeram com que eu me sentisse como se estivesse voltando para casa. Serei eternamente grato!", escreveu o atleta de 33 anos em suas redes sociais, na mensagem de despedida.
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Germán Cano não ser mais jogador do Vasco é a consequência de muita coisa que deu errado no clube carioca. O fato de ter com o argentino uma dívida de R$ 3,5 milhões é uma delas – algo que segundo noticiado pelo GE chegou a dificultar o acerto entre as partes. Além disso, Cano tinha contrato até o final deste mês de dezembro de 2021. E o Vasco, com a permanência na Série B, vai passar mais um ano sem contar com os valores mais altos de cota de TV que são distribuídos aos participantes da primeira divisão. E convive, como todos sabemos, com enormes dificuldades financeiras.
Ou seja: é um ciclo vicioso de notícias ruins que retratam como é, hoje, a difícil realidade de um dos maiores clubes do nosso país. Germán Cano se identificou com o Vasco e virou um ídolo, um símbolo para a torcida. Mas, valorizado pelos gols que marcou em 2020 e 2021, sabe que pode buscar voos mais altos do que mais uma temporada na Série B – com todas as dificuldades e desconfortos que isso traz consigo. E o fato de um gigante como o Vasco não ser tão atrativo para um bom jogador, como Cano, em meio à realidade em que está inserido, mostra o quão fundo é o buraco em São Januário.
A saída de Cano é uma das consequências mais doídas e difíceis do péssimo 2021 vascaíno, que terminou a Série B apenas na décima colocação – ou seja, na metade da tabela. Ainda que o argentino não tenha conseguido repetir os feitos goleadores da campanha anterior, ficou a dúvida: foi por que faltou melhor qualidade de quem estava atrás, criando as jogadas? Melhor organização do time como um todo? Cano muitas vezes fez a diferença para o Vasco e atrai atenção de vários bons times da elite do nosso futebol.
Rafael Ribeiro/VascoMas o que o torcedor pode projetar para a próxima temporada? Ainda não sabemos. É uma incógnita. Assim como é difícil não prever dificuldades para um Vasco sem Cano, é possível imaginar que 2022 não será nada fácil para o Gigante da Colina. O clube se movimenta para reformular completamente o departamento de futebol e outros nomes já estão saindo também (como o lateral Zeca); a direção encabeçada pelo presidente Jorge Salgado agora trabalha com o sonho de passar o futebol para uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol, o popular ‘clube empresa’). Mas o que vai acontecer ninguém sabe.
A certeza é que o Vasco não terá o Cano e precisa buscar jogadores que sejam tão importantes quanto o argentino mostrou ser. Em 101 jogos com a Cruz de Malta em seu peito, ele marcou 43 gols e conseguiu entrar no Top 5 de maiores goleadores vascaínos deste século XXI. Mais impressionante ainda, neste rápido período de duas temporadas pelo Vasco, tornou-se o segundo maior artilheiro estrangeiro na história do clube – atrás apenas dos 83 gols marcados pelo uruguaio Villadoniga, que atuou pelo Gigante da Colina entre 1938 e 1942.


