“Timinho”. A alcunha quase sempre pejorativa é soada nas arquibancadas, tradicionalmente, como ofensa feita de uma torcida para o time adversário há décadas e décadas no futebol. Mas existe uma exceção. Para os torcedores do Fluminense, a palavra “Timinho”, com T maiúsculo, claro, é motivo de lembrança para alguns e de orgulho para todos os tricolores. E não deixa de servir como inspiração no sonho de títulos agora em 2022.
A expressão foi dada ao time do Fluminense em um 1951 que não inspirava confiança de que o Tricolor conseguiria ser campeão. Hoje, ao lermos os nomes daquela equipe é possível identificar vários craques – como Didi e o então jogador Telê Santana. Como também vencia seus jogos geralmente por pequenas margens (1 a 0, 2 a 1...) a alcunha dada à equipe treinada por Zezé Moreira ganhou ainda mais força. Mas aquele Fluminense acabaria conquistando o título carioca sobre o Bangu e o timinho ganhou contornos de timaço.
FluminenseO apelido, contudo, pegou – também por estar constantemente nas crônicas escritas por Nelson Rodrigues. E voltaria a aparecer na história tricolor sempre que o futebol estivesse apresentando bons resultados apesar de desacreditado. Em 1959, pouquíssimos levavam fé no Fluminense novamente treinado por Zezé Moreira e em 1964 a história se repetiu com a equipe treinada por Elba de Pádua Lima, o Tim. Em ambas as ocasiões o “Timinho” terminou com o troféu em mãos.
Agora em 2022 o Fluminense já ganhou um título sem ser favorito: ainda treinado por Abel Braga, venceu o Flamengo na grande decisão do estadual. Desde o mês de maio sob o comando de Fernando Diniz, também está nas semifinais da Copa do Brasil. Mas é no Brasileirão que a alma do Timinho move a esperança de que o título pode ser possível.
Antes do início desta Série A, o Fluminense estava longe de ser apontado como um postulante à máxima conquista nacional. Após 23 rodadas, no entanto, a equipe das Laranjeiras ocupa a segunda posição e tem pela frente, na 24ª jornada, o líder Palmeiras. Uma vitória diminuiria a distância em relação aos alviverdes para cinco pontos. É difícil? Muito. Mas está longe de ser impossível.
Sob o comando de Fernando Diniz, ao contrário do que acontecia com os outros Timinhos, este Fluminense não economiza nos gols (seja feitos ou sofridos) e joga de forma agradável. Arranca elogios dos críticos especializados e também dos torcedores. O time tricolor não é favorito ao Brasileirão, mas já mostrou que pode fazer seus torcedores sonharem, sim, com a conquista: seja pelo futebol jogado em 2022 quanto pelas histórias do passado.


