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Romelu Lukaku Chelseachelseafc.com

Sem Conte e sem Lukaku: por que a Inter de Milão está perdendo seus campeões

O torcedor da Inter de Milão esperou dez anos até voltar a comemorar uma conquista de Serie A italiana. E comemorou muito. Mas demorou pouco para o sorriso no rosto virar semblante de preocupação. E para o suor frio virar cabeça quente e motivar protestos. Nos poucos meses após celebrarem o Scudetto, os Nerazzuri viram três dos maiores expoentes da campanha vitoriosa deixarem o clube.

O primeiro de todos a sair foi o técnico Antonio Conte, a quem o diretor Giuseppe Marotta chegou a descrever como “melhor jogador” do time. Conte sequer quis participar das entrevistas coletivas nas últimas quatro rodadas do último campeonato italiano, preferindo focar sua energia mais nas comemorações do que nas perguntas sobre o que o futuro reservava para o clube. Depois, o ala-direito Achraf Hakimi, que mostrou ser a peça que faltava para a Inter conquistar a Itália em sua única temporada pelo clube, deixou San Siro para vestir a camisa do Paris Saint-Germain... e mais recentemente Romelu Lukaku, o craque do time, acertou seu retorno ao Chelsea.

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Mas o que aconteceu entre o discurso otimista dado pelos donos do clube, logo após a conquista do título italiano, e a debandada de alguns dos maiores protagonistas do time?

A debandada de nomes como Antonio Conte, Achraf Hakimi e Romelu Lukaku tem como principal motivo o mais óbvio de todos: uma grande crise financeira.

Desde 2016, a Internazionale de Milão tem como dona majoritária a chinesa Suning. É a mesma empresa que também era dona do Jiangsu Suning, clube chinês que teve em suas filas nomes como o atacante Alex Teixeira, além dos hoje são-paulinos Miranda e Éder. Depois de muito tentar, o Jiangsu enfim conquistou o título chinês em 2020... e logo depois fechou as portas. Três meses depois, para ser mais exato. Motivo: dificuldades financeiras dentro do Grupo Suning.

20210228_Jiangsu_Suning(C)Getty imagesAlex Teixeira, com a taça de campeão chinês em suas mãos (Foto: Getty Images)

A situação no clube chinês ligou alertas na Itália, mas os donos garantiram que ainda estão comprometidos “de médio a longo-termo” com o gigante italiano. Outro alarme da crise econômica para a empresa foi o empréstimo de € 275 milhões feito juto ao Oaktree Capital. Mesmo assim, o recado passou a ser claro: sacrifícios teriam que serem feitos. Os salários na Inter de Milão precisariam diminuir de 15% a 20% e a janela de transferências seria mais para arrecadar do que para se gastar.

Antonio Conte Simone Inzaghi Inter Lazio 2020Getty ImagesAntonio Conte e Simone Inzaghi (Foto: Getty Images)

Tal situação não casou bem com as aspirações de Antonio Conte, que optou por não seguir na Inter. Para o seu lugar chegou Simone Inzaghi, que vinha de bons trabalhos no comando da Lazio. Inzaghi já chegou sabendo que Hakimi seria vendido. O marroquino, vice-líder de assistências (8) do time na campanha do título italiano, foi vendido ao PSG por cerca de 70 milhões de euros.

A tensão virou revolta, de vez, com a saída de Romelu Lukaku. O belga chegou a dar declarações dizendo que seguiria na Internazionale, onde bateu recordes que pertenciam a Adriano Imperador e Ronaldo Fenômeno. O artilheiro e líder de assistências do time na última Serie A (24 gols e 11 assistências), entretanto, não forçou sua saída. A Inter recebeu 115 milhões de euros com certo alívio.

Romelu Lukaku Inter 2020-21Getty Images(Foto: Getty Images)

Os torcedores, por outro lado, não esconderam a revolta. Rasgaram imagens de Lukaku perto do centro de treinamento do clube, mas também já deixaram evidente a insatisfação em relação aos donos chineses.

“Sejam homens ou saiam da cidade de Milão", foi um dos recados vistos na cidade italiana nos últimos meses.

A defesa do título italiano não deverá ser fácil, uma vez que os reforços ventilados não animam tanto. Ainda assim, há uma base do time que triunfou recentemente. Resta saber se o técnico Simone Inzaghi conseguirá ajustar as peças para dar alguma tranquilidade aos nerazzurri.

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