Os números falam por si. Contra o Lyon na noite do último domingo (2), Lionel Messi jogou sua 50ª partida da Ligue 1 com a camisa do PSG e até agora registrou estatísticas de alto nível. Com 19 gols e 27 assistências, o argentino soma 46 participações em gols em 50 jogos. Apenas Neymar e Ibrahimovic se saíram melhor nas primeiras 50 partidas pelo clube parisiense.
Apesar deste balanço que fala por ele, a opinião dos torcedores em relação a ele é concreta. A menos de três meses do fim do contrato, muitos esperam que o clube da capital francesa não prorrogue o contrato do argentino. No dia 13 de março, um dos principais portais de notícias parisienses fez uma pesquisa no Twitter para saber a posição dos torcedores do Paris Saint-Germain sobre o futuro do ex-jogador do Barcelona.
Dos mais de 91.500 votantes, 82% foram a favor de uma "saída livre" para o campeão mundial de 2022. Visto de fora, e especialmente da Espanha ou da Argentina, o ponto de vista dos torcedores parece incompreensível. Para entender melhor sua posição, a GOAL entrevistou uma dezena de torcedores pedindo que explicassem de forma "construtiva" e "argumentada" os motivos que os levam a querer a saída de Lionel Messi.
Se são múltiplos, vários motivos voltam na boca dos torcedores para justificar o desejo de ver a história parar no dia 30 de junho. Em primeiro lugar, a sua atitude que "contrasta em termos de motivação em relação ao que pode mostrar com a Argentina", explica Elias, que também admite que continua a ser um dos melhores jogadores da equipe esta temporada. "A motivação dele para o PSG é menor e é frustrante para ambas as partes. Certamente tocado pelas vaias do Parc des Princes contra o Bordeaux após a eliminação contra o Real Madrid no ano passado, o argentino só veio saudar o público uma vez por impulso de Neymar. "Não é digno de uma Bola de Ouro ou de Campeão do Mundo e não dá um bom exemplo", critica Matthieu.
A sua contratação passa a imagem de um PSG que só compra estrelas. “Estamos numa altura em que a torcida organizada do PSG (os ultras), tal como os torcedores, pedem mais ligação com os jogadores e Messi nunca conseguiu dar um passo nesse sentido e provavelmente nunca o conseguirá”, considera o torcedor. Com a chegada do ex-barcelona, alguns estão particularmente voltados para a política "curto prazo" do clube e um projeto cuja parte desportiva não é a prioridade. “Messi é mais marketing do que um ganho esportivo, julga Mathieu. Ele acaba representando tudo o que odiamos no projeto por 3 ou 4 anos. Ele merece outro final de carreira do que o que mostrou no PSG por 2 anos. Este casamento de dois anos não foi benéfico para ninguém do ponto de vista esportivo e continuar as núpcias vai prejudicar ainda mais os dois.
Próximas partidas
Nos argumentos dos comentaristas, também há elementos esportivos. Vários deles, como Yanis, destacam um perfil que o time parisiense não precisa necessariamente no ataque. Com Neymar, os dois jogadores têm a mesma posição, o mesmo papel. Devemos procurar um número 9 que jogue como ponto de fixação e não podemos ter dois jogadores que não façam o menor esforço (com Mbappé). Já no ano passado e ainda mais desde sua volta da Copa, muitos também notaram as dificuldades apresentadas no campo por Lionel Messi e recordaram a necessidade de ter mais jogadores que se esforcem. “Messi encarna o velho futebol feito de posse de bola e técnica. Agora, o futebol ficou muito mais atlético, feito de velocidade, de contra-ataques e nesse ponto Messi e seus 35 anos é complicado, diz Antoine. Ele se emociona em todos os duelos, quase não ganha nada na corrida.
Em 2023, dificilmente você pode se dar ao luxo de ter um jogador que não defende mais, então dois ou até três é uma queda certa. Sua falta de recuo defensivo aliada a muitas bolas perdidas não são adequadas para um jogo da Ligue 1, que é visivelmente mais difícil do que na La Liga”, acrescenta Matthieu. Nas duas longas mensagens que nos enviou, Elias quis ainda acrescentar uma palavra sobre a vertente desportiva e defende a impressão de que a presença ou o seu posicionamento “indiretamente” restringe os seus companheiros de meio-campo. “Os meio-campistas do PSG têm muita qualidade com a bola e em termos de criação, como Vitinha , analisa. Mas jogadores como Messi e Neymar ocupam muito espaço para que os meio-campistas possam expressar suas qualidades e tomar iniciativas mais fortes.
Enquanto Luis Campos já se prepara para a próxima temporada, o Paris ainda não sabe se a estrela ainda estará lá na próxima campanha. Mas também sabe que tem de respeitar as condições de Fair Play Financeiro da Uefa. Um fato que lhe deixará pouco espaço de manobra no mercado de transferências, mas também em sua negociação com Lionel Messi. “O Fair Play Financeiro é por nossa conta e temos que reduzir a folha de pagamento em 30%, então cerca de 210 em 700 milhões de euros, observa Jack. Mesmo que Messi deva trazer muito em termos de venda de camisas, a escolha do motivo é se desfazer dele, apesar das estatísticas muito boas na Ligue 1.
A economia do salário de Messi que nos permitiria ter uma janela de transferências melhor do que esta temporada", acrescenta Estelle. No entanto, será preciso mais do que apenas a saída do argentino para dar à direção esportiva um maior leque de opções no mercado de transferências.
