Abel Ferreira Breno Lopes Palmeiras Santos Libertadores 30 01 2021Cesar Greco/Palmeiras

Palmeiras deu “tiros certeiros” para sagrar-se campeão da Libertadores

Futebol é um esporte capicioso: você pode fazer muita coisa certa e no final das contas dar tudo errado, como também pode errar muito e ver muitas coisas darem certo. O Santos, finalista desta edição de Libertadores, por exemplo, passou longe de ser um exemplo de gestão, mas o ótimo trabalho de Cuca conseguiu levar um time que muitos disseram que não chegaria a lugar nenhum ao vice-campeonato continental. Campeão dentro do Maracanã sobre o rival, o Palmeiras também vinha cometendo seus erros, mas ao longo do caminho suas escolhas foram certeiras para levarem o clube à chamada glória eterna do título continental.

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Tido como uma das maiores potências esportivas atuais no Brasil, com grande investimento e histórico recente de títulos importantes, o Palmeiras terminou 2019 lambendo suas feridas: não conquistou campeonatos, viu o Flamengo se agigantar pelo caminho conquistando Brasileirão e Libertadores e também viu suas badaladas contratações decepcionarem enquanto jovens das categorias de base não eram vistos no time principal.

Vanderlei Luxemburgo foi apontado para comandar a temporada 2020, e de positivo deu espaço aos jovens – como os Gabriéis Menino e Verón, além de Patrick de Paula – que se mostraram bastante úteis no caminho que levou à conquista continental (e para a final da Copa do Brasil). Mas o time seguia rendendo muito abaixo do esperado e sem passar segurança, apesar do título paulista conquistado sobre o Corinthians e de ter se mantido vivo com bons resultados na fase de grupos da Libertadores.

Na metade da temporada a diretoria palmeirense não acreditou que o trabalho de Luxemburgo poderia render o esperado. A escolha foi por demiti-lo na esteira de três derrotas consecutivas – para Botafogo, São Paulo e Coritiba em duelos válidos pelo Brasileirão. E o time melhorou, primeiro sob o comando do interino Andrey Lopes antes da chegada de Abel Ferreira. O português não foi a primeira opção, uma vez que o Plano A era Miguel Ángel Ramírez, mas mostrou ser um tiro certeiro: ajustou o time, recuperou jogadores encostados e acabou colhendo os frutos com o título continental.

Os outros dois tiros certeiros dados pelo agora campeão da Libertadores foram nas contratações. Ao contrário do que aconteceu temporadas anteriores elas não vieram em um atacado de nomes badalados. Rony, destaque do Athletico-PR na temporada anterior, foi o único grande reforço – custando cerca de R$ 28 milhões. Seu início foi repleto de ansiedade e críticas, mas a Libertadores começou a aparecer como plataforma para o atacante ganhar confiança e a chegada de Abel elevou seu futebol para o nível que o palmeirense mais otimista esperava.

Rony Palmeiras Santos Libertadores 30 01 2021Getty ImagesRony, campeão e líder de assistências na Libertadores 2020 (Foto: Getty Images)

Foi do camisa 11, artilheiro do time com cinco gols na competição, a assistência para o gol do título – o único da partida - anotado nos minutos finais. Com oito passes para gols, ninguém foi mais garçom nesta Libertadores do que Rony. Herói improvável, Breno Lopes foi a última contratação feita para esta temporada 2020 (21). Chegou em novembro como um desconhecido, vindo de um Juventude ainda na Série B. Saiu do banco de reservas na decisão contra o Santos para, de cabeça, acertar a única finalização alviverde na direção do gol... e na direção das redes.

Abel Ferreira Breno Lopes Palmeiras Santos Libertadores 30 01 2021Cesar Greco/PalmeirasAbel e Breno Lopes, na entrevista coletiva pós-título (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

“O destino é incrível. Único reforço que buscamos, saímos com essa boa peça que foi abençoado e fez aquilo que lhe cabia. Na hora certa, momento certo, dar-nos essa grande vitória”, disse Abel sobre Breno na entrevista coletiva após a conquista.

O título de campeão do Palmeiras foi repleto de “tiros certeiros”, das contratações ao número de finalizações certas (na realidade, finalização certa) na final, porque tudo deu certo. No futebol não há receita que garanta vitória e, em meio a uma decisão sem grandes encantos ao longo da maior parte dos 90 minutos, é bem verdade que o Santos também poderia ter saído campeão. No final das contas, um dos encantos do esporte segue em sua encantadora imprevisibilidade. Mas sozinha a imprevisibilidade não vale de nada se não houver gente fazendo o máximo para minimizar os erros.

“Não posso acabar sem dizer que sou bom treinador porque tenho uma equipe técnica fantástica. Sou bom treinador, mas todos eles são tão bons como eu”, completou o português.

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