Palmeiras campeão Libertadores 30 01 2021Getty Images

Palmeiras faz a festa com título da Libertadores de outro mundo

Talvez nem o mais fanático dos torcedores palmeirenses poderia imaginar que o clube conquistaria o seu tão sonhado título de Libertadores nas condições que o fez, dentro do Maracanã, ao bater o Santos por 1 a 0 nos minutos finais da grande decisão. De fato, todo o enredo faz com que a taça erguida em 2021, válida pela temporada 2020, seja lembrada como algo de outro mundo.

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Afinal de contas, não estamos vivendo em um mundo normal. Ao menos por enquanto. A pandemia de Covid-19 tirou vidas e mudou a forma como nos relacionamos. O futebol não passou incólume a isso. A maior parte da temporada foi disputada com estádios fechados para torcedores – exatamente como deve ser neste momento, em que todos os cuidados precisam ser tomados. Quando falamos em final de Libertadores da América, por exemplo, é difícil imaginar um estádio que não esteja lotado. Mas foi assim porque teve que ser assim. Se o mundo, por enquanto, não é o mesmo, a final da principal competição das Américas precisou ser de outro mundo.

Dentro deste cenário de pandemia, a impressão é de que todos nos sentimos fora do lugar. Ainda que Santos e Palmeiras tivessem histórico de títulos marcantes conquistados no Maracanã, o estádio carioca não é a casa nem de um ou de outro. Os convidados que puderam ver a decisão in loco mais pareciam ocupar uma proporção que, em tempos de normalidade, seria destinada a torcidas visitantes. Ainda assim, santistas e palmeirenses cantaram como se precisarem transformar o gramado em suas casas.

Se o jogo esteve longe de encantar, os gritos que ecoavam das arquibancadas foram um “mini show” dentro desta final tão única, apesar da bastante questionável decisão da presença deles dentro do Maracanã – mesmo com um protocolo que obrigava a apresentação de um exame PCR, dando apenas aos que não foram diagnosticados com a Covid o passe livre para entrar no estádio. Não faltaram abraços quando Cuca, após ser expulso, foi recebido de braços abertos pela arquibancada santista, e especialmente após o gol do título palmeirense anotado logo depois. De um lado, a saudade do torcedor em ver seu time em campo, do jogador escutar os cânticos e de o ambiente se transformar, ainda que por milésimos de segundo, em algo parecido ao que estávamos acostumados. Que a vacina contra Covid consiga dar a cura que tantos esperamos, para que a próxima final de Libertadores tenha o ambiente que nos acostumamos a ver em nosso mundo.

Mas o segundo título de Libertadores do Palmeiras, que reinou nas Américas pela primeira vez em 1999, não foi de outro mundo apenas pela questão da pandemia. O calor do Rio de Janeiro, com sensação térmica de 40º, foi um dos protagonistas do evento. No entanto, os três protagonistas do título alviverde foram personagens inimagináveis para o palmeirense que sonhava com a taça continental no início da temporada.

O técnico Abel Ferreira chegou apenas no final de 2020, dando outra cara para o time. Rony, tão criticado em sua primeira metade de vida na equipe, foi herói em vários momentos da Libertadores e deu o cruzamento para Breno Lopes, de cabeça, balançar as redes do Maracanã. Se nos últimos anos o Palmeiras foi protagonista por gastar muito em nomes famosos, o herói do título chegou sem grandes expectativas, desconhecido, vindo do Juventude, então na Série B, e como última contratação para a temporada. Coisa de outro mundo!

Agora com a Libertadores de outro mundo debaixo dos braços, o Palmeiras ruma para o Mundial de Clubes, em busca do mundo que sempre quis.

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