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Oscar relembra histórias de Chelsea e explica por que De Bruyne não deu certo no clube

Durante seu tempo de Chelsea, Oscar atuou com - e contra - grandes nomes do futebol mundial e, por isso, não lhe faltam histórias para contar. E foi isso que ele fez em entrevista exclusiva à Goal Brasil. Durante a conversa, de cerca de uma hora, o meia relembrou seus quatro anos no Blues.

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Entre os nomes que atuaram ao lado de Oscar, está Kevin De Bruyne. Mas se hoje o belga brilha com a camisa do Manchester City, adversário do Chelsea na final da Liga dos Campeões - uma das competições mais difíceis do mundo na opinião do brasileiro -, na época de Blues o cenário era outro. Para o meia, o ex-companheiro não vivia um auge de confiança na época.

Gols, camisas "herdadas" de lendas, José Mourinho, De Bruyne, final da Champions League: confira a seguir trechos da conversas da Goal com Oscar: 

Como está a vida aí na China e no Shanghai?

“O campeonato recém começou. Fizemos cinco partidas já. Aqui está bem controlado a situação do Covid. Graças a Deus está voltando um pouquinho mais para o normal, com torcida...”

Temporada do Chelsea e expectativas para a final

“Eu sempre acompanho o Chelsea, sempre acompanho bastante a Premier League e espero que o Chelsea possa sair com a vitória nessa final da Champions. Sei que é difícil, mas o time está jogando bem. É um time que é muito rápido na frente, tem uma boa defesa. Então estou na torcida por eles”.

E dá uma vontade de entrar em campo por eles?

“Dá uma coçada quando você vê que está num momento difícil. Quando está num momento bom é sempre bom de assistir, mas quando está num momento difícil você quer sempre estar ajudando seus companheiros. Mas como eu tô distante fico na torcida só. Mas graças a Deus eu fiz uma boa passagem lá pelo Chelsea, com gols bonitos e assistências e títulos. E por isso que bate essa saudade às vezes”.

Você chegou em 2012-13, logo após a conquista da Champions e logo de cara recebeu a camisa 11 do Drogba. Muita pressão?

Oscar - ChelseaGetty ImagesFoto: Getty

“Foi muito especial (...) Eu estava chegando junto com jogadores novos, que tinham a promessa de serem bons jogadores, como o Eden Hazard, o De Bruyne, tinha o Mata também lá. Estava chegando um pessoal para jogar um futebol mais bonito, e daí eles perguntaram se eu queria usar a 11 porque o Drogba estava saindo. Eu falei que era uma camiseta muito importante para o Chelsea, e que eu toparia sim. E fiquei muito feliz de ter usado a 11”.

E como foi a história da sua mudança para o número 8?

“Foi uma história muito legal, porque o Drogba voltou pro Chelsea para a última temporada dele no Chelsea. Eu estava usando a 11 e o Lampard tinha acabado de sair (...) Ele chegou a usar na pré-temporada o 19, não sei, uma outra camisa, só que na pré-temporada ele não estava jogando muito bem, não estava fazendo os gols. Aí o Drogba falou: ‘pô, Oscar, por favor, deixa eu usar a nº 11 e aí você usa a nº 8, porque você já é um jogador importante para o clube, joga de meio-campo também. Então acho que você é um dos únicos que podem representar, como já usou a 11 minha, pode representar a 8 do Lampard. O que você acha?’. Daí eu falei que podia pegar”.

“Depois ele começou a jogar melhor, começou a fazer uns gols com a gente e ajudou a gente a ser campeão da Premier League”.

Como foi jogar ao lado do Lampard e o que achou da saída dele como técnico, nesta temporada?

“Como jogador e pessoa, é um cara que serviu de exemplo pra mim. Desde que eu cheguei ele me ajudou muito, principalmente no jeito de se posicionar em campo, jeito de treinar, na mentalidade ganhadora, de campeão, e é um cara que tem um talento próprio, tinha um estilo de jogar próprio. Pra mim é um dos principais ídolos do Chelsea. É um cara que dispensa comentários”.

“Como treinador não tem como eu falar muito. Acho que ele pegou uma fase com muitos jogadores novos no Chelsea, e no começo da temporada eles não conseguiram se achar direito. E o Chelsea tem um pouquinho de pressão, quando você começa a não estar ali nas primeiras posições da Premier League. Mas daí, depois que ele acabou saindo, os meninos começaram a jogar um pouquinho melhor e chegaram na final da Champions. Mas é uma pena que ele teve que sair do time”.

A Champions é a competição mais difícil do mundo?

“É a competição mais difícil, porque você sempre vai jogar contra os melhores jogadores da Europa, os que estão em outras ligas. A Premier League também é muito difícil de jogar. Acho que a Premier League e a Champions League estão ali bem perto, de qual é mais difícil, mas a Champions você joga contra os principais jogadores do mundo. É um campeonato bem legal de disputar, sempre que eu joguei, sempre joguei muito bem. Fiz alguns gols na Champions... é um campeonato bem legal de jogar”.

Estreia contra a Juventus na Champions, com dois golaços

“Esse dia foi muito especial. Do jeito que eu fiz o gol, especialmente o segundo gol, foi a estreia do Chelsea depois de ser campeão da Champions em 2012, contra um time que dispensa comentários... Eu ter feito gol do jeito que eu fiz, dando uma meia-lua no Pirlo e o chute quase na gaveta do Buffon. É um gol que os torcedores do Chelsea, em todo mundo, quando me veem, sempre falam desse gol”.

Foi o seu gol mais marcante pelo Chelsea?

“Eu fiz bastantes gols bonitos... mas com certeza esse gol contra a Juventus foi um gol que marcou a minha carreira lá”.

O que faltou para o Chelsea voltar a uma final europeia?

“Realmente tinha muitos jogadores bons, e cada vez mais ia passando o ano e iam chegando mais jogadores bons. Mas a Champions é muito difícil de jogar. É muito decidido no detalhe (...) Não é sempre o melhor time, aquele que joga melhor, ganha. Você não pode errar, porque a qualidade é tão alta que em um errinho você pode perder a chance de ir para uma semifinal, para uma final, e a gente acabou errando em alguns detalhes. Mas a gente sempre jogou muito bem a Champions quanto tivemos a oportunidade. Foi uma pena de, com o time que a gente tinha, não termos disputado uma final, mas estou feliz pelo Chelsea estar voltando agora a disputar uma final de Champions League”.

Por que o De Bruyne não deu certo no Chelsea?

De Bruyne teve passagem pelo Chelsea 2013GettyFoto: Getty

“A história do De Bruyne é muito parecida com a do Salah. Eles chegaram ao Chelsea mas tinham outros jogadores que, talvez, naquele momento estavam com uma confiança maior, estavam jogando melhor. Às vezes confiança, no futebol, te ajuda a jogar cada vez melhor. E depois que ele saiu do Chelsea ele jogou bem na Alemanha, a confiança dele voltou, depois no Manchester City, nem se fala, é um dos melhores meio-campo do mundo... se não for o melhor (...) Acho que futebol é muito confiança, muito momento. Às vezes você está passando por um momento que é muito bom, e um jogador que tem, talvez, a mesma qualidade que você, quando entra não consegue corresponder à altura. Na Europa, em time grande a disputa é muito alta de posição. Talvez faltou um pouquinho de oportunidade”.

Quais são os principais destaques desta edição atual da Champions?

“Difícil falar o melhor. Realmente, pra mim, De Bruyne é um dos destaques no City, porque está na final e realmente está jogando muito bem, jogou a semifinal muito bem contra o PSG. Tinha o Neymar e o Mbappé, que estavam muito bem também. O Chelsea é um time pouquinho mais coletivo. Acho que não tem muito um destaque solo. Acho que o Kanté é um dos principais destaques do Chelsea. Mas pra mim, acho que o cara que está um passo na frente de todo mundo aí é o De Bruyne”.

Você acha que teria uma vaguinha neste Chelsea do Tuchel?

“Difícil falar. Acho que com certeza eu poderia estar jogando lá, ainda. O Chelsea tem uma grande equipe ainda. Muita gente fala que o Mount, o inglês, lembra muito d’eu jogando na minha fase no Chelsea. Ele está sendo um dos destaques do Chelsea na temporada. Com certeza eu poderia ter vaga, mas a gente fica feliz também pelos jogadores estarem jogando bem no clube e pelo clube estar chegando numa (final de) Champions League também”.

Ainda sonha em conquistar uma Champions League?

“Conquistar a Champions com certeza é um sonho pra mim. Primeiro tenho que pensar em voltar para um grande clube da Europa. Acho que já tive algumas oportunidades. Tomara que eu continue jogando como estou jogando aqui, que eu tenho certeza que as portas vão estar abertas lá pra mim também. Eu tenho uma comunicação muito boa com o Chelsea, tenho um carinho enorme pela torcida e pelo clube, então é um dos clubes que, depois que acabar o meu contrato aqui, vou pensar com muito carinho em voltar pra lá”.

Como foi trabalhar com José Mourinho?

“Com o José Mourinho tem bastante história. É um cara muito engraçado, que tem uma personalidade muito forte. Ele me ajudou muito aqui no Chelsea, a crescer como jogador e como pessoa também. Ele mexe bastante com a mente do jogador, para te deixar com uma mente de vencedor. Ele quer sempre o seu melhor. Você não pode, nunca, estar em 80%. Ele quer o seu 100% todo o jogo. E aí tem várias histórias. Teve uma vez que eu e o Hazard estávamos sendo destaque do time e da temporada, e teve uma época em que o Real Madrid veio atrás querendo nós dois. Bem na época que ele estava aqui. Daí ele chegou e falava, para mim e para o Hazard, fazia reunião e falava: ‘vocês tem chances de ser os melhores jogadores do mundo, mas quando vocês vão jogar fora de casa vocês não colocam seu pezinho... não querem dividir... (risos) E falava isso pra você na frente de todo mundo. Depois que ele falou várias vezes pra mim eu passei a dar mais carrinho, sem mudar meu estilo, bem no estilo inglês mesmo”.

E o que falta para o Mourinho voltar a ser aquele Mourinho de antes?

“Ele é um grandíssimo treinador. Ele consegue ganhar jogos muito importantes. Falta ele pegar um time grande, um time em que os jogadores peguem o conceito dele de jogar, que os jogadores cumpram o que ele quer fazer. Porque ele é um cara muito inteligente, um cara que realmente sabe ler o jogo muito bem e é um dos melhores treinadores que eu já peguei”.

Aposta para a final

“Difícil falar de final... é jogo que é muito decidido no detalhe. Lógico que eu vou estar torcendo para o Chelsea, então eu vou tentar 1 a 0 para o Chelsea, meio que sofrido e aí tá bom demais. Gostaria muito que o alemão lá, o Werner, fizesse o gol. Porque ele é muito criticado, é um cara que eu vejo, e quem sabe, conhece futebol, ele faz os movimentos certinhos. Ele joga muito bem, só que a bola dele às vezes bate na trave, acaba saindo, mas ele é um cara que joga muito bem e eu queria que ele fizesse esse gol”.

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