A segunda edição da Liga das Nações da UEFA começou no mês de setembro com belos jogos nas primeiras rodadas. A França obviamente é uma das grandes favoritas ao título e estreou com vitória, mas isso não significa que tudo esteja bem para a equipe de Didier Deschamps. Kylian Mbappé foi diagnosticado com o novo coronavírus e foi afastado do restante da delegação, mas a postura da seleção francesa no caso não agradou em nada o PSG, em especial Leonardo, diretor de futebol do clube.
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Nesta segunda-feira (7), a Federação Francesa de Futebol anunciou que Mbappé havia sido cortado da seleção após realizar testes para a Covid-19 e receber resultado positivo. Como não poderia ser diferente, a notícia foi bastante repercutida na imprensa, uma vez que o jovem é o grande craque da equipe e havia feito o gol na vitória por 1 a 0 diante da Suécia, na estreia da França na Liga das Nações.
Porém, Leonardo, diretor de futebol do PSG, afirmou que ele, assim como os demais membros do Paris, souberam da notícia apenas pela imprensa e não ficaram nem um pouco satisfeitos com o modo como o caso foi conduzido.
"Acho completamente inaceitável, soubemos pela imprensa que um de nossos jogadores é positivo. Ninguém da Federação nos comunicou isso”, criticou à RMC Sport.
Conforme o brasileiro explicou, ele teve que ir atrás da veracidade das informações para descobrir qual era o verdadeiro estado de saúde de um de seus principais atletas, o que só foi confirmado após uma ligação para o atacante.
“Exatamente [eu liguei para Mbappé]. Ele está em casa e nós aprendemos. Todo mundo quer dizer o que o PSG deve fazer. Mas quando isso acontece, ainda é o PSG que deve resolver (o problema). O PSG é sempre o vilão da história”, afirmou o dirigente.
“É falta de respeito não comunicar o clube. Não falámos com ninguém. Só falámos com Mbappé. Fomos nós que pressionamos. É inaceitável”, completou.
A relação entre PSG e seleção francesa
GettyFoto: Getty Images
Após as declarações de Leonardo, fica claro que a relação entre o PSG e a Federação Francesa de Futebol (FFF) não é das melhores. Inclusive, essa não foi a primeira vez que Mbappé é o centro de desentendimentos entre as duas entidades.
No início do ano, quando os Jogos Olímpicos de Tóquio ainda não haviam sido adiados, a convocação do atacante para a competição também estava sendo motivo de discórdia.
A FFF havia inscrito a jovem estrela na pré-lista de relacionados para representar o país no Japão. Contudo, o PSG não havia liberado o jogador, apesar de seu desejo de estar presente nos jogos. O embate, no entanto, foi amenizado com o adiamento das Olimpíadas por conta da pandemia do novo coronavírus.
Agora, a postura da FFF e a declaração de Leonardo parecem criar mais um capítulo na desgastada relação. E isso pode afetar os planos da seleção francesa para os próximos anos.
Atual campeã do mundo, a França é a grande favorita para todos os títulos que disputar em um futuro próximo, e tem Mbappé como seu grande craque e principal jogador. Disputas entre o PSG e a FFF podem fazer com que as convocações do atacante sejam prejudicadas no futuro.
Além dele, Presnel Kimpembe, que vem sendo titular da equipe de Deschamps, também pode entrar no meio do problema.
Colin Dagba, jovem de 21 anos do Paris que foi presença constante nas categorias de base do país, e Alphonse Aréola, uma das grandes promessas da França - pertence ao PSG e está emprestado ao Real Madrid -, também poderiam sofrer resistência em futuras convocações.
Casos do novo coronavírus no PSG
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Diagnosticado com a Covid-19, Mbappé se junta a Neymar, Marquinhos, Icardi, Paredes, Di María e Keylor Navas, todos confirmados com o novo coronavírus.
Com isso, a estreia do Paris na Ligue 1, que acontece na próxima quinta-feira (10), por pouco não teve de ser cancelada, o que só não aconteceu por conta de uma mudança no protocolo de prevenção da liga francesa.
Com a nova determinação, o clube que apresentasse o mínimo de 20 jogadores com teste negativo para o vírus até a noite de segunda-feira (7), poderia disputar a rodada. Anteriormente, o protocolo apontava que equipes com mais de quatro atletas contaminados seriam obrigadas a ficar sem atividades por 15 dias.