Os bastidores da contratação de Messi pelo Inter Miami, da MLS

20230607_Messi(C)Getty images

Lionel Messi era um objetivo antigo do Inter Miami, clube recém fundado que joga a MLS (Major League Soccer) dos Estados Unidos. A equipe da Flórida passou a considerar a contratação do argentino desde o episódio conhecido como “Burofax”, que acabou pavimentando o caminho de despedida do craque do Barcelona. Naquele momento, contudo, o desejo de permanecer na Europa era maior e Messi acabou acertando com o Paris Saint-Germain.

Os donos do clube, Jorge Mas e o astro David Beckham, sempre ambicionaram o Inter Miami como a franquia mais atrativa do futebol dos Estados Unidos. E para chegarem a este objetivo, foram ao mercado latino para contratarem Rodolfo Pizarro, uma das grandes joias do futebol mexicano no momento, além de trazerem nomes conhecidos do futebol europeu, como Gonzalo Higuaín e Blaise Matuidi – que encerraram suas respectivas carreiras pelo clube norte-americano.

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A busca por Messi exigiu um plano atrativo, que foi pouco a pouco seduzindo o camisa 10: qualidade de vida, importância por parte dos patrocinadores e a estabilidade dos Estados Unidos, prestes a receber a Copa do Mundo de 2026 (em conjunto com México e Canadá) foram fatores chave no caminho até a contratação acontecer.

“Eu sempre tive o sonho de poder viver a experiência de morar nos Estados Unidos e viver esta liga e como é a vida por lá. Pode acontecer ou não. Depois, gostaria de voltar a morar em Barcelona”, afirmou Messi, em 2020, ao jornalista Jordi Évole. Foram estas declarações que fizeram Jorge Mas iniciar, desde seu escritório em Fort Lauderdale, os trabalhos para realizar a vontade de Lionel.

Beckham também se movimentou, apesar do histórico como jogador do Real Madrid em contraste com a relação intrínseca de Messi com o Barcelona. O ex-jogador inglês manteve diversos contatos com o staff de Messi, passando a importância do que significaria a sua chegada ao Inter Miami para a expansão da franquia.

“Tem que ser o Messi. Eu amo o Messi. Amo por muitas razões, porque é um grande jogador, tem uma grande personalidade, é uma grande pessoa. Acho que o que todos nós amamos nele, é a forma como ele joga bola. Ele faz com paixão, joga de uma forma muito livre. Eu amo ver jogadores assim”, afirmou Beckham, meses atrás, em entrevista para a ESPN.

Quando Messi adquiriu propriedades em Miami, os astros continuaram a se alinhar em meio à vontade da família Messi em viver nos Estados Unidos. A partir daí, foi estruturar um projeto de estabilidade e tirar a pressão que seu momento futebolístico implicava. Buscar mostrar a MLS como um dos campeonatos em maior evolução do mundo, e não apenas um “torneio para aposentados” também foi um trabalho importante.

Uma vez que ficou certo a saída de Lionel Messi do PSG, foi dada a largada aos contatos, embora a oferta do futebol da Arábia Saudita mantivesse uma certa desconfiança sobre a possibilidade de conseguir fechar o contrato. Além do dinheiro saudita, o argentino vinha sendo seduzido para ser a imagem da candidatura do país para receber a Copa do Mundo de 2030.

A MLS contou com o respaldo de empresas como Adidas e Apple TV, donas dos direitos de transmissão do campeonato a nível global, e o final da história foi favorável aos americanos.

A oferta para Messi foi de 40 milhões de dólares por temporada, parte das vendas dos direitos de TV, ganhos da Adidas, uma opção de criar uma franquia quando encerrar a carreira e prioridade para fazer negócios em Miami. Uma cifra inferior à oferecidas pelos árabes, mas que foram o suficiente para Messi escolher o seu novo clube pelos próximos três anos: o Inter Miami.