Jorge Jesus alimenta disputa de egos entre presidentes de Benfica e Porto

Praticamente todo dia é dia de Jorge Jesus na imprensa portuguesa. O sucesso no Flamengo e o fraco desempenho dentro de campo de Benfica e Porto, curiosamente os dois que brigam pelo título nacional, impulsionam uma longa e polêmica discussão, que, nos bastidores, também é alimentada constantemente pelos presidentes dos dois clubes mais vencedores do país nas últimas décadas.

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Mesmo tendo renovado contrato com o Flamengo, agora válido até junho de 2021, e focado em repetir os feitos de 2019, com foco no Mundial de Clubes, Jesus é o favorito do líder benfiquista Luís Filipe Vieira, de quem é amigo pessoal há anos, para eventualmente substituir Bruno Lage, que está cada vez mais pressionado no comando dos encarnados.

"[Volta de Jorge Jesus] É um grande treinador, mas não posso dizer que desta água nunca beberei. Não sei se não regressa um dia. É um profissional que deixou uma marca no Benfica, com um modelo de jogo que galvanizou muito os sócios", declarou Vieira, no início de junho.

Internamente, no entanto, o nome do atual treinador do Rubro-Negro tem diversos opositores de peso, entre eles vice-presidentes e alguns dos responsáveis pelo futebol do clube da Luz, como Tiago Pinto e Rui Costa. Marco Silva, que está livre no mercado depois de três temporadas na Premier League, agrada mais.

Com uma votação presidencial à vista, agendada inicialmente para outubro, Luís Filipe Viera, que está no cargo desde 2003, sabe que precisa garantir com folga mais uma reeleição. Neste momento crucial, estão em jogo o iminente risco de perder o título da liga portuguesa e talvez também Jorge Jesus para o histórico rival do norte.

Apesar do sucesso recente no Benfica, onde trabalhou de 2009 a 2015, Jesus é um velho sonho do Porto, em especial do presidente Pinto da Costa, que está consecutivamente no poder há quase 38 anos (entrou em 1982). Nos bastidores, o mandatário dos dragões continua sem esconder o desejo de repatriar o veterano treinador português, inclusive fazendo questão de que isso chegue aos ouvidos de Vieira.

Para Pinto da Costa, Jesus, hoje com 65 anos, é o sucessor ideal de Sérgio Conceição, que, mesmo tendo contrato até junho de 2021 e caminhando para ser campeão nacional pela segunda vez no clube do coração, tem um grande desgaste com a cúpula portista. Até por isso, o empresário de Conceição está há semanas em contato constante com alguns possíveis pretendentes no mercado.

A "novela portuguesa" que tem Jorge Jesus como protagonista ganha ainda mais força por causa de um capítulo especial: o conhecido projeto do "Mister" de um dia dirigir o Porto, cumprindo assim o ciclo de trabalhar nos três grandes clubes do país - comandou o Sporting, entre 2015 e 2018, além de ter passado por outros emblemas tradicionais, como Braga e Belenenses.

O antigo desejo de Jesus ficou ainda mais evidente na própria renovação de vínculo com o Flamengo, quando pediu a inclusão de uma cláusula, no "valor amigável" de aproximadamente 500 mil euros (R$ 3 milhões), que viesse então a facilitar a transferência a partir de janeiro de 2021 para clubes específicos de três países europeus: Espanha, Inglaterra e, claro, Portugal. Para sair antes, o preço da negociação gira em torno de 3 milhões de euros (R$ 17,5 milhões). 

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