Um dos grandes medos de qualquer gigante brasileiro é o rebaixamento. "Time grande não cai", é a frase usada quase como um talismã para torcedores de clubes como São Paulo, Cruzeiro, Flamengo e mais alguns ao redor de todo o mundo. Era algo que ocupava a mente dos torcedores do Internacional até 11 de dezembro de 2016, quando chegou o choque de realidade. O empate em 1 a 1 com o Fluminense selou o amargo destino do Colorado, que jogaria a segunda divisão do campeonato brasileiro em 2017.
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Menos de três anos depois, porém, a noite da quarta-feira, 04 de setembro de 2019, reservaria a clara volta por cima do clube que teve que aprender a viver com o fardo de um rebaixamento em sua história. O Beira-Rio pulsou na última quarta com a classificação do Colorado à final da Copa do Brasil. É o auge do clube nessa 'nova fase'.
O Inter não caiu por acaso em 2016. Fora os problemas dentro de campo, que não foram resolvidos por Lisca 'Doido', era a época do mandato de Vitorio Piffero. O ex-presidente do clube, investigado por gestão criminosa em 2015 e 2016, foi excluído do quadro social do Colorado há poucos meses, para acabar de vez com a ligação com um dos principais responsáveis pelo calvário dos gaúchos no ano. Dentre muitas outras acusações, há quase R$ 10 milhões retirados em dinheiro vivo - durante dois anos - da própria tesouraria do clube. É inevitável que fatos como esse só empurrem um time ladeira abaixo.
Na Série B, em 2017, o Inter terminou como vice-campeão, atrás do América-MG, por uma diferença de dois pontos. E foi exatamente esse período na segundona que foi fundamental para a consolidação de uma figura central em todo esse processo de "renascimento" colorado: Odair Hellmann.
Ex-jogador revelado no próprio Inter, Hellmann chegou no clube para trabalhar como auxiliar técnico em 2009 e dirigiu alguns times juvenis. Em 2013 ele entrou para a comissão técnica permanente da equipe principal e foi ali que ele teve suas principais oportunidades. Em 2015, após a demissão de Diego Aguirre, Odair comandou o time em duas partidas. Já na segundona, após a saída de Antonio Carlos Zago, ele assumiu interinamente de novo. Seis meses depois, após a queda de Guto Ferreira, Hellmann estava lá para comandar a equipe mais uma vez.
D'Alessandro na partida contra o Cruzeiro (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)
O desempenho do time foi bom sob Odair. Somado a uma recusa de Abel Braga, veio a oportunidade de ser efetivado. Hellmann aceitou o papel no dia 25 de novembro de 2017. Ele seria o técnico da volta à primeira divisão.
Em sua primeira temporada, sob fortes críticas no começo do campeonato, Hellmann conseguiu o impressionante feito de terminar o Brasileirão em terceiro lugar, à frente do arquirrival Grêmio. O desempenho rendeu a classificação direta à fase de grupos da Copa Libertadores.
Na competição internacional, o Colorado atingiu, esse ano, as quartas de final, sendo eliminado pelo Flamengo, de Jorge Jesus, que começava a dar os primeiros sinais de um time realmente embalado. Mas foi na Copa do Brasil, que a equipe atingiu seu auge pouco mais de um ano e meio depois de voltar à elite.
O bravo time de Odair eliminou o temido Palmeiras e o atual bicampeão da Copa do Brasil, Cruzeiro. Hellmann, que disse que o Inter joga todos os jogos como campeão precisará agora fazer o time ser campeão de fato para coroar o trabalho. Não é por acaso que hoje Odair é o treinador que está a mais tempo no cargo no Brasil. São 22 meses de trabalho que mudaram o Inter e mostraram que a vida pode ser bela após grandes frustrações.




