Douglas Costa chegou ao Grêmio como candidato a ser, indiscutivelmente, um dos melhores jogadores em ação no futebol brasileiro. E por sempre ter dito de forma apaixonada, desde os tempos em que brilhava na Europa, que era gremista, também já chegou com pinta de ídolo da torcida para uma temporada 2021 que prometia ser dos sonhos. Mas ao final desta campanha, tanto o Grêmio, rebaixado à Série B, quanto Douglas foram as grandes decepções no pesadelo em branco, azul e preto.
Apesar de ter se estabilizado nos últimos anos como exemplo de gestão de clube, neste 2021 o Grêmio seguiu à risca o manual do rebaixamento e provou que, no Brasileirão, a queda é uma possibilidade para quase todos. Já Douglas Costa resolveu mostrar seu futebol apenas na última rodada, quando a equipe sequer dependia das próprias forças.
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Com a bola no pé, o camisa 10 praticamente não cometeu erros contra o time alternativo do já campeão Atlético-MG: participou de gol, marcou o seu gol e teve boa participação nas ações durante a vitória por 4 a 3. Sem a bola no pé, contudo, Douglas cometeu o pior dos erros. E olha que estamos falando de alguém que havia marcado uma festa de cunho pessoal para exatamente o dia da última rodada do Brasileirão. E que, dias antes deste jogo tão decisivo, resolveu apagar as suas fotos referentes ao Grêmio em sua conta de Instagram.
Douglas não apenas virou as costas para o clube que disse amar. Ele o fez da forma mais dolorida possível para aqueles que, teoricamente, seriam os seus: desdenhou do sofrimento do torcedor abnegado ao comemorar seu gol (um golaço) com semblante debochado na direção dos próprios gremistas, fazendo gestos de "tchau" com as mãos, indicando que não tem vontade de ficar no clube que, anos antes, ele disse amar.
Querer deixar um clube faz parte da rotina de um atleta profissional e não há nada de errado nisso: é a comemoração absurda e egoísta, desnecessária, que ganhou destaque em meio à noite do rebaixamento tricolor.
E como se não pudesse se descolar ainda mais da realidade, em um momento que pedia ou solenidade pelo drama ou coração pela esperança de milagre, Douglas Costa deu, literalmente, as costas ao torcedor. Virou e, com movimento de pinça nos dedos, realçou apenas o seu nome escrito acima do número 10: DOUGLAS COSTA.
O ego inflado, ignorando as dores dos milhares de gremistas no estádio (sem falar dos milhões mundo afora). Numa das piores noites da história do Grêmio, Douglas Costa pensou apenas em si.
Jogadores erram passes e chutes, e muitas vezes não têm mesmo tanto talento. Acontece. Douglas Costa, não: tem qualidade no passe e nas finalizações, sem falar no drible, mas mostrou sua grande qualidade apenas no jogo em que as favas já estavam quase todas contadas. Jogou muito, mas foi o que mais errou quando não teve a bola nos pés. E um erro destes, um desdém à dor do torcedor, costuma ser imperdoável.
