Eduardo Coudet não é mais treinador do Internacional. A notícia, tomada por decisão do argentino, que optou por aceitar a oferta do Celta de Vigo, na Espanha, foi a mais surpreendente desta segunda-feira (09). E enquanto a diretoria colorada começa a se mexer para contratar um novo comandante, Coudet agora se transformou apenas em uma lembrança.
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Ao longo de 11 meses, ele esteve à frente do Inter em 46 jogos, considerando todas as competições, e venceu 24 vezes – empatando em 13 ocasiões e saindo derrotado outas nove. O argentino deixa o clube na liderança do Brasileirão após 20 rodadas e na briga pelos títulos de Copa do Brasil e Libertadores.
O acerto
As conversas entre Inter e Coudet começaram praticamente há um ano, em novembro de 2019. Na época, o argentino ainda treinava o Racing e a oficialização do acordo aconteceu somente na segunda semana de dezembro, com vínculo acertado até o final de 2021.
As decepções contra o Grêmio
Grêmio FBPA(Foto: Lucas Uebel/Grêmio)
Os resultados do time em 2020 foram positivos desde o início, com a vaga para a fase de grupos da Libertadores garantida e um bom começo no estadual. A pedra no sapato, contudo, foi ter que superar o Grêmio, arquirrival, tanto no Gauchão quanto na Libertadores da América.
O Tricolor foi o responsável pelas três primeiras derrotas de Coudet no comando do Inter: foram dois revezes por 1 a 0 antes da final do Gauchão, vencido pelo lado azul de Porto Alegre por 2 a 0. Na Libertadores, o primeiro encontro válido pelo Grupo E terminou com empate sem gols e recorde de expulsões neste século; o segundo Gre-Nal do certame continental reforçou o histórico ruim com a vitória por 1 a 0 dos gremistas.
Galhardo e Musto: o melhor e o pior
SC Internacional(Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)
Individualmente, dois jogadores causaram emoções muito distintas para a torcida colorada em meio ao trabalho de Coudet. Homem de confiança trazido para o meio-campo, Damián Musto foi contratado e não agradou.
Ricardo Suarte/Internacional(Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)
Quem surpreendeu positivamente, no entanto, foi Thiago Galhardo. O meia-atacante chegou sob desconfianças depois de uma temporada no Ceará, mas sob o comando de Coudet encontrou o auge de sua carreira: conseguiu manter o alto nível do ataque mesmo após a lesão que tirou Paolo Guerrero de ação para 2020 e, atualmente, é artilheiro e líder de assistências do Brasileirão.
Sonho de títulos
Internacional/Divulgação(Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)
Desempenhos como o de Galhardo, mas de toda a equipe, acabaram credenciando o Internacional como um dos times candidatos ao título brasileiro – conquista que os colorados não comemoram desde 1979.
O bom aproveitamento e liderança após 20 rodadas atestam o sonho da torcida. Na Libertadores, ainda que o adversário nas oitavas seja o Boca Juniors, também havia confiança, assim como na Copa do Brasil. Ou seja: possibilidades em aberto nas três principais competições em disputa na temporada.
Mágoas?
Getty Images(Foto: Getty Images)
A escolha por trocar o Inter pelo Celta de Vigo, na Espanha, contudo, pode magoar o torcedor – além de despertar uma grande preocupação sobre se o desempenho será mantido com outro comandante. Nas palavras do presidente Marcelo Medeiros, contudo, não existe mágoa entre as partes. Contudo, o mandatário colorado não escondeu ter ficado surpreso em relação a como a relação terminou.
“Só para recordar: o projeto Eduardo Coudet começou no ano passado, quando o Inter foi a Buenos Aires, pagou uma multa rescisória para ter o profissional e a comissão no ano de 2020 e 2021, acreditando em um projeto de longo prazo. Ontem, depois da coletiva, fomos surpreendidos com um pedido de demissão de forma irrevogável”, disse.