*Atualizado em 13 de junho, após derrota em casa do Botafogo por 1 a 0 para o Avaí, pela 11ª rodada do Brasileirão.
Muita coisa mudou nas aspirações da torcida botafoguense entre 2021, após a campanha de acesso da Série B para a elite, e o 2022 com a compra da SAF alvinegra por parte do empresário John Textor. Dentre muitas coisas, a expectativa virou um tema a ser decifrado.
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Isso porque, apesar de ter conseguido trazer o técnico Luís Castro e vários reforços, Textor garantiu que o primeiro objetivo do Botafogo é não cair no Brasileirão. O norte-americano chegou a citar o meio de tabela como um objetivo neste primeiro ano de seu projeto.
Briga por títulos ou vaga em Libertadores, vale destacar, nunca foram promessas feitas neste início de Botafogo SAF.
“Fala-se muito sobre ser campeão. E as pessoas já estão nos noticiários se perguntando em que patamar este elenco estará com base nos jogadores que estão chegando. Ouvi comentaristas de TV dizerem que isso seria um começo bem-sucedido para a nova era se conseguirmos uma vaga na Copa Sul-Americana. Eu acho que será um começo bem-sucedido se não formos rebaixados”, disse Textor em entrevista meses atrás ao O Globo.
No início do Brasileirão, contudo, alguns bons resultados fizeram os alvinegros olharem para a parte de cima da tabela e sonhar. Mas a realidade tem batido forte nos últimos jogos: entre as rodadas 7 e 11 deste Brasileirão, o time treinado por Luís Castro não venceu e apresentou atuações bem ruins. Após quatro derrotas consecutivas, o time entrou na zona de rebaixamento do Brasileirão.
Luís Castro: “Não vendo ilusões”
Botafogo"Se eu não ganhar, tenho que sair e entrar outro no meu lugar. Não há meios termos nisso, não há nada escondido. O pior na vida é não sermos claros naquilo que fazemos todos os dias", disse Luís, que também relembrou que nunca vendeu falsas ilusões em seu discurso sobre as aspirações de sua equipe neste primeiro momento.
"O projeto não vive de treinadores, mas sim de si próprio. É um caminho de construção para mantermos na Série A neste ano e ser campeões daqui a dois, três anos. Nunca vendi ilusões porque vim muito de baixo e não vai ser aqui que vou vender ilusões porque mídia, torcida, direção queira. Neste momento o que temos de seguir é construir uma equipe competitiva", destacou.
Após a derrota para o Avaí, que marcou a entrada do Alvinegro na zona de rebaixamento após quatro derrotas consecutivas, Castro não escondeu o peso do momento.
"Fizemos uma sequência horrível de resultado (...) Aumentamos aquilo que são nossas dificuldades no campeonato. Se já estávamos pressionados, aumentamos a pressão sobre os próximos jogos, não há o que esconder. Agora não temos nem 72 horas para um jogo extremamente complicado, é uma situação realmente difícil".
A visão da diretoria e Textor
Em entrevista recente ao jornal O Globo, o diretor de futebol do Botafogo, André Mazzuco, fez coro ao discurso que pede pés no chão neste primeiro ano.
Botafogo“Ainda estamos em processo de mudança. Se a gente conseguir vaga na Libertadores, legal, superou as expectativas. Mas não é o que estamos vendendo. Vamos trabalhar sempre para o melhor, mas sabemos os processos que temos que passar para isso”, disse o dirigente.
Em entrevista concedida ao O Globo logo após à derrota por 4 a 0 para o Palmeiras, John Textor garantiu que demitir Luís Castro não é uma ideia que passe por sua cabeça. Além disso, o empresário prometeu cerca de oito reforços para o Botafogo e voltou a pedir pés no chão neste primeiro ano como SAF.
"Gosto de sonhar, junto com os torcedores, em vencer nossos rivais, com a vida no G4, no topo da tabela, mas gosto de sonhar de olhos bem abertos. E ninguém deve esperar que entremos no estádio do melhor time do campeonato, com um time titular ainda em construção e apagar 40 anos de frustração", afirmou Textor, que completou.
"Não será a última vez (em relação à derrota para o Palmeiras) que nos envergonharemos no caminho para construir um time campeão. Nossos torcedores têm todo o direito de ficarem chateados, a noite passada foi dolorosa, mas continuaremos avançando com nosso projeto".
Um 2022 sem sustos? Hoje pode ser bem difícil
Em meio a expectativas distintas dentre o que vem das arquibancadas e o que tem acontecido nos corredores do Estádio Nilton Santos, um consenso extraoficial era de que o objetivo da temporada 2022 era de fazer um Brasileirão sem sofrer com a luta contra o rebaixamento. Neste momento, após 11 rodadas, no entanto, o Botafogo se vê exatamente sofrendo nesta luta.
Resta saber se o time, que promete ser reforçado no decorrer da competição, vai conseguir melhorar a situação da equipe.
Números no Brasileirão preocupam
PalmeirasAté a 11ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2022, o desempenho ofensivo e defensivo deste Botafogo em construção preocupa.
O ataque não inspira confiança: foram 12 gols marcados de um total de 12.59 gols esperados (xG), um número de médio para baixo em comparação aos demais 20 participantes do Brasileirão 2022. As estatísticas apresentadas aqui são da Opta Sports.
A defesa, porém, chama atenção negativamente: a equipe de Luís Castro é a segunda mais vazada do torneio (16 gols sofridos) e tem os segundo pior número de gols contra esperados, levando em conta esta que é uma métrica que analisa a qualidade das chances que permite ao seu adversário (16.26), e não a quantidade.
Subtraindo os gols esperados pró e contra, após 11 rodadas deste Brasileirão, o Botafogo tem o segundo pior saldo de todos: -3.67. Nestes números, supera apenas o Goiás... uma das equipes que derrotou o Alvinegro dentro de sua casa neste Brasileirão.
É um alerta e tanto para os alvinegros e que mostra: fazer uma campanha tranquila promete ser mais difícil do que prometia a expectativa.
Hoje, o objetivo do momento é não cair.