O machado, que segurava Ronald Koeman por semanas no comando do Barcelona, finalmente caiu na noite desta quarta-feira (27). Isso aconteceu assim que Barcelona retornou para casa após uma noite amarga em Madri.
O presidente Joan Laporta precisa, de alguma forma, organizar o Barcelona após demitir seu treinador no voo para casa, logo depois que a equipe foi derrotada por 1 a 0 pelo Rayo Vallecano.
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Embora o Barcelona tenha sido derrotado por 2 a 1 pelo Real Madrid no "El Clásico" no último domingo, foi uma exibição desanimadora contra um time recém-promovido, o Rayo Vallecano, que pesou na conta do treinador.
O Barcelona de Koeman teve um péssimo registro contra times importantes, perdendo ambos os clássicos na temporada passada, além de ter sido eliminado da Liga dos Campeões pelo Paris Saint-Germain, e perdido dois dos três jogos contra o Atlético de Madrid.
As derrotas na Liga dos Campeões para o Bayern de Munique e pelo Benfica nesta temporada deixaram o holandês com a corda no pescoço, e com a equipe à beira de uma eliminação na competição e sem reagir no Campeonato Espanhol. Nem Laporta, que defendia o treinador, aguentou mais.
Koeman defendeu seu histórico ruim contra uma forte oposição, alegando que o Barça não poderia competir, eles eram mais fracos no papel e na prática, mas que estavam melhorando. Essas melhorias eram imperceptíveis - se é que existiam.
Existem desculpas se você perder para oponentes de elite, mas nenhuma por empatar em Cádiz ou perder para o Rayo. Nenhum considerado aceitável, de qualquer maneira, embora Koeman achasse normal.
O treinador culpou a "eficiência" dos jogadores em várias ocasiões, lamentando que o adversário tenha convertido suas chances, enquanto o Barcelona não marcou as suas. Ele às vezes estava certo, mas o resto das apresentações eram sem repertorio na melhor das hipóteses, e sem objetivo na pior delas.
Koeman irritou os torcedores ao colocar Ronald Araújo e Gerard Piqué juntos contra o Granada, sempre falhou em melhorar o desempenho do time com suas substituições e raramente conseguiu salvar um jogo em que o time estava perdendo. Ultimamente, o Barcelona tem ficado muito para trás.
O treinador deixa o Barça com um troféu da Copa do Rei, mas o título da liga deveria ter sido dele também. Com Lionel Messi na sua melhor forma, o Barcelona prosperou nos primeiros meses de 2021 e poderia ter chegado ao topo da liga com uma vitória sobre o Granada em abril, mas inexplicavelmente não conseguiu após uma derrota em casa.
Parecia que era hora de dizer "adeus e boa sorte" no verão, mas Laporta manteve o treinador. Em meio a relatos de que ele não confiava no holandês, Laporta disse a Koeman que queria duas semanas para pensar sobre seu futuro.
Efetivamente, Laporta disse a ele que se ele pudesse encontrar um substituto melhor em duas semanas, o tempo de Koeman se esgotaria. Foi uma maneira de tomar uma decisão, uma situação que decorre da falta de um plano de longo prazo do presidente.
Se o presidente não acreditava no treinador, por que os jogadores acreditariam? Eles sabiam que ele não era o homem que os conduziriam à glória. Cada derrota ou exibição de pessimismo levaram os torcedores e a mídia pedirem a cabeça de Koeman. Até o ex-atacante do Barcelona Luis Suárez, agora no Atlético de Madrid, disse que isso estava "prejudicando" o clube.
Laporta tentou resolver a situação há algumas semanas, insistindo que Koeman ficaria, independentemente do resultado do Barça contra o Atlético de Madrid no Wanda Metropolitano, mas foi apenas uma trégua temporária. A amarga realidade o forçou a finalmente agir, com meses perdidos.
Todos os problemas do Barcelona não são culpa de Koeman - muitos são anteriores a ele. A crise financeira é culpa da antiga direção e da pandemia do coronavírus. Eles só puderam fazer contratações sem custos neste verão. A partida de Messi também foi uma faca no estômago.
Houve lesões após lesões; Ansu Fati, Ousmane Dembèlé, Pedri e Araújo, entre outros. O Barcelona está machucado, e isso não é culpa de Koeman, mas ele estava colocando lenha na fogueira.
Outros jogadores, incluindo Miralem Pjanic, se desentenderam com o treinador, enquanto os principais dirigentes não gostaram da forma como ele frequentemente culpava o time e não assumia a responsabilidade.
Parte do discurso de Koeman também foi prejudicial, dizendo que chegar entre os quatro primeiros lugares era o principal foco da temporada. A confiança e o moral dos jogadores estavam sendo prejudicados.
Quanto mais tempo durasse, maior a chance de jogadores como De Jong quererem partir para ter sucesso em outro lugar. Além disso, a chance de perder uma vaga na Liga dos Campeões para a próxima temporada está crescendo, o que seria uma ruptura monumental nas esperanças de Laporta de uma reconstrução financeira e esportiva.
Então, eventualmente, Koeman sucumbiu, e o Barcelona está atrás de um novo técnico novamente. Seu novo treinador, provavelmente Xavi Hernández, encontrará muitos dos mesmos problemas no Camp Nou, mas será difícil para ele fazer algo pior do que Koeman.


