Em meio à pandemia do novo coronavírus, o futebol mundial vive um grande momento de incertezas. Na Holanda, a Eredivisie foi cancelada sem um campeão ou rebaixados, o que também aconteceu na Argentina. Na França, a Ligue 1 também foi encerrada, mas o PSG deve ser declarado como campeão. Enquanto isso, as autoridades discutem se o futebol deve retornar ou não na Itália.
Mas para Gabriele Gravina, presidente da Federação Italiana de Futebol (FIGC), o cancelamento da Serie A "seria a morte do futebol italiano". A temporada na Itália está suspensa desde março, mas o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou no fim de semana que as equipes profissionais poderão retomar os treinamentos no dia 18 de maio.
Ainda resta saber se as competições serão retomadas de fato, e se isso acontecer, quando será. Mas após a decisão da França, Gravina, prometeu não cancelar a temporada em meio a um debate ainda em andamento sobre a retomada do futebol na Itália.
"Enquanto eu for presidente da FIGC, não vou terminar a temporada, porque isso seria a morte do futebol italiano", disse Gravina durante uma reunião virtual com o Ascoli, da Serie B.
"Estou protegendo os interesses de todos, então, repito, me recuso a encerrar um desligamento total, a menos que haja condições objetivas relacionadas à saúde de todos os envolvidos. Mas alguém precisa me dizer claramente e me impedir de seguir em frente”.
Gravina ainda pontuou que um cancelamento total da temporada representaria um prejuízo enorme, que pode ser amenizado com a realização das partidas com portões fechados. O dirigente ainda destacou que todos possuem responsabilidades contratuais que podem pesar na decisão.
"Com um desligamento total, o sistema perderia 700 entre 700 e 800 milhões de euros. Se jogarmos com portões fechados, as perdas seriam de 300 milhões de euros. Temos fortes responsabilidades contratuais em relação a parceiros e instituições internacionais, como UEFA e FIFA".
O dono da Lazio, Claudio Lotito, disse recentemente que aceitaria uma partida única com a Juventus para decidir o título da Série A, caso a temporada não seja retomada.
"Sim, eu aceitaria. Mas, começar a temporada novamente nos prejudica de certa forma", disse ele ao La Repubblica. “Nós acreditamos que não podíamos jogar em três frentes, por isso sacrificamos a Liga Europa, era a competição mais desconfortável”.
“Com isso, jogaríamos uma vez por semana, enquanto outros times jogariam duas vezes. Se começarmos de novo, todos jogaremos duas vezes por semana. Perderemos essa vantagem", completou.
Mas mais importante do que o futebol é a saúde das pessoas. Houve mais de três milhões de casos confirmados de coronavírus em todo o mundo, com mais de 227.300 mortes. Na Itália, o número de mortos ultrapassou 27.600, enquanto o país já viu mais de 203.000 casos.