O tudo ou nada que sobra para Gabigol e a camisa 10 do Flamengo na Libertadores

A 9 que Gabriel imortalizou seguirá com Pedro, como passou a funcionar desde 2023. Sobrou a 99. Mas o destino reservou um alento, uma oportunidade de tudo ou nada para Gabigol mostrar ser digno da camisa 10.

Por causa da regra da Libertadores, a não ser que Gabriel deixe o Flamengo ou seja retirado da lista de atletas registrados a disputar o torneio, a camisa 10 do Flamengo seguirá onde estava no início desta temporada.

Com todo o mata-mata continental pela frente, Gabigol terá uma grande oportunidade para reconquistar o direito de vestir o mais sagrado número da camisa rubro-negra. Mas ainda que o Flamengo seja um dos grandes favoritos ao título, apesar de não viver sua melhor fase como time, o caminho de Gabriel não será dos mais fáceis.

Para começar, ele precisa voltar a entrar em campo. Gabriel foi titular apenas duas vezes em 2024, nos jogos de Campeonato Carioca em que marcou seus únicos dois gols até aqui na temporada – contra Sampaio Corrêa e Volta Redonda, respectivamente. Ficou do apito inicial ao final somente uma vez.

O que antes era rotina, decidir partidas importantes contra grandes adversários, virou raridade em 2024. A última vez que Gabigol participou diretamente de um gol em jogo contra equipe de Série A foi em agosto de 2023, ao estufar as redes de um Coritiba que seria rebaixado naquele Brasileirão.

Evidente que em um futebol com cinco substituições, jogadores reservas também podem ser importantes e até flertar com certo protagonismo. Mas quando o assunto é Gabigol no Flamengo a expectativa é sempre de vê-lo entre os titulares. A sua imagem no banco de reservas, tendo apenas 27 anos, é o retrato de que algo nesta relação não está bem.

O problema é que Gabriel disputa posição com Pedro, artilheiro que habita o outro extremo comportamental: é quieto, não se envolve em polêmicas, não trabalha com frases fortes ou insistentes provocações.

Em comum, apenas a enorme habilidade para fazer gols. E Pedro segue balançando as redes com enorme facilidade e habilidade. É o artilheiro do Brasil no ano de 2024, referência em sua profissão.

Ainda que já tenha atuado em parceria com o atual camisa 9, dentro do esquema desenhado por Tite a impressão é de que a disputa no comando de ataque tem apenas um espaço: ou Pedro, ou Gabigol. E o primeiro está muito à frente.

O que resta a Gabigol com a camisa 10? Oito jogos, contando a última partida da fase de grupos e todo o mata-mata que leva até a grande decisão da Libertadores. Se reconquistar seu espaço e voltar a ser decisivo em campo, o ídolo rubro-negro ainda terá uma última chance de provar ser digno com a camisa 10, assim como um Thor precisa ser digno para levantar o seu martelo. Do contrário, a sua história com a 10 às costas será definitivamente a de um grande fracasso. É tudo ou nada.