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Ancelotti técnicos 16x9

Se o tempo corre contra Carlo Ancelotti e o Brasil antes da Copa do Mundo de 2026, o jeito é se agarrar à superstição!

A cena mais marcante do primeiro episódio da Era Carlo Ancelotti na CBF foi, muito provavelmente, vê-lo ao lado de Luiz Felipe Scolari, bem no início de sua entrevista coletiva, recebendo a bênção do técnico do Penta em forma de um casaco presenteado.

A jaqueta, branca e ainda com apenas quatro estrelas sobre o escudo, é uma daquelas peças retrô que nos lembram de um passado melhor. Tempos em que as coisas davam mais certo do que hoje. O clássico e cíclico saudosismo de seleção.

O aceno ao que já foi ficou por ali, envolto em justificáveis aplausos. Ancelotti divulgou sua primeira lista de convocados, e uma coisa ficou clara: ele sabe que tem pouco tempo até a Copa do Mundo de 2026. Sua convocação tem surpresas, como o zagueiro Alexandro Ribeiro, do Lille. Tem jovens valores, como Estevão. Mas também está cercada de nomes experientes e, mais notável ainda, de atletas de sua confiança.

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  • Num piscar de olhos...

    Técnico de seleção não tem muito tempo para treinar e o tempo para montar um time é pequeno? Então o técnico da seleção escolheu nomes que conhece muito bem de treinos e jogos. Um Casemiro aqui, obviamente um Vinícius Júnior ali e até mesmo um Richarlison acolá. A otimização para cortar alguns processos.

    Olha que não dá nem para reclamar. O Brasil vem de uma derrota por 4 a 1 para a Argentina (fora o baile, como dizem) e está imerso em um limbo que perdura desde a queda para a Croácia, nas quartas de final da Copa do Mundo de 2022. De lá pra cá, o retrocesso foi grande. Num piscar de olhos, já estamos a praticamente um ano da próxima Copa do Mundo, e a seleção brasileira se encontrava num deserto de ideias para o seu time.

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    Ecos do passado

    Carlo Ancelotti chega com carta branca para mudar isso — e, de fato, é possível esperar muita coisa boa. Devido à capacidade de Ancelotti e seu histórico espetacular com jogadores brasileiros, claro, mas também até mesmo se levantarmos o histórico do Brasil quando conquista a Copa do Mundo.

    Ancelotti assume a seleção a apenas um ano do pontapé inicial do próximo Mundial, praticamente a mesma situação na qual Felipão se encontrava em 2001, antes de formar a “Família Scolari”, que ajudou a bordar a quinta estrelinha na camisa canarinho.

    A jaqueta de quatro estrelas presenteada por Felipão a Ancelotti, aliás, é uma homenagem a Zagallo e ao Brasil de 1998, que foi vice-campeão. Quando o mesmo Zagallo esteve à beira do campo levando uma seleção brasileira a um título mundial, em 1970, teve apenas dez jogos antes do início da competição. Ancelotti também terá dez partidas até a Copa do Mundo.

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    Cruzar os dedos e torcer

    Dentre os cinco títulos brasileiros de Copa do Mundo, apenas um foi sacramentado com o trabalho longo de um treinador: o Tetra, em 1994, com Carlos Alberto Parreira. Ancelotti viu de perto, uma vez que era auxiliar de Arrigo Sacchi na seleção italiana derrotada, nos pênaltis, pelo Brasil. No título de 1958, o primeiro do Brasil, Vicente Feola assumiu a seleção em cima da hora e teve apenas sete amistosos antes da estreia nos campos da Suécia. Já no ciclo para 1962, Aymoré Moreira teve 11 jogos.

    Ou seja, ainda que longe de ser exemplo de organização, o Brasil tem boas memórias de ciclos curtos de treinadores antes de Copas do Mundo. Não que tenha que ser assim — o ideal mesmo é fazer tudo certinho, claro. Mas, já que o tempo corre e Ancelotti chega renovando esperanças por ser a figura que é, a essa altura do campeonato não custa nada se agarrar, também, à superstição para acreditar que será possível fazer costureiros e costureiras do mundo desenharem uma nova estrela na camisa do Brasil.