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Reconstrução do Fluminense como potência reúne entidades sagradas do futebol

O futebol brasileiro, em meio a todo o seu gigantismo, possui algumas particularidades. Uma delas é ver grandes clubes passarem longos períodos de dificuldades. Aconteceu, mais de uma vez, com o Fluminense. Depois de viver um pesadelo na maior parte dos anos 90, o Tricolor das Laranjeiras ganhou vida nova após a injeção de dinheiro feita por um patrocinador que atuava na área de plano de saúde.

Durante a longa parceria, o Fluminense voltou a se estabelecer como potência. Comprava grandes jogadores e disputava os principais títulos com pinta de favorito. Grande sonho da torcida, a Libertadores bateu na trave em 2008, com derrota nos pênaltis para a LDU na final disputada no Maracanã.

Os anos se passaram, a parceria com o plano de saúde acabou em 2014 e a expectativa era de ver o Tricolor adoecer. O clube sofreu com um certo marasmo, passou por dificuldades, mas conseguiu se reconstruir como potência para andar sozinho. Quinze anos depois do traumático vice-campeonato de 2008,o Fluminense está de volta a uma final de Libertadores. Agora sem jogo de ida e volta, mas com a partida única já agendada para o Maracanã. Toda reconstrução é feita tijolo a tijolo, mas é impossível deixar de destacar quatro personagens da equipe atual.

  • Fernando Diniz, Fluminense, Libertadores 2023Getty Images

    O técnico revolucionário

    O primeiro deles é Fernando Diniz. Exaltado por suas ideias e trabalho, mas até pouco tempo criticado – muitas vezes com razão – por uma aparentemente inevitável queda abrupta de rendimento/falta de segurança defensiva de suas equipes, Diniz está no momento perfeito de maturação. Com ideias bastante autorais de futebol, conseguiu montar um time seguro defensivamente e criativo no ataque. Mostrou ser capaz de melhorar, e muito, os atletas à sua disposição e sua capacidade também acabou por levá-lo, ainda que de forma interina, ao comando da seleção brasileira.

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  • Germán Cano, Fluminense, Libertadores 2023Marcelo Gonçalves/Fluminense

    O artilheiro implacável

    Mas se no futebol (e especialmente no futebol brasileiro), é o resultadismo que impera, a impressão de muitos sobre Fernando Diniz poderia ser ainda de desconfiança se o seu Fluminense não tivesse Germán Cano no ataque.

    O argentino chegou ao Tricolor em 2022 e já foi empilhando gols: 44 em sua primeira temporada, 36 agora em sua segunda. O mais recente dos tentos, contra o Internacional, sacramentou a classificação para a final da Libertadores e deixou o camisa 14 em pé de igualdade com Fred, como maior artilheiro da história do Flu na competição continental (15 gols no total).

    Artilheiro do Brasil em 2022 e no caminho pararepetir a façanha em 2023, além de praticamente já ter se garantido como máximo goleador da atual Libertadores, Cano é muito mais do que bola na rede. A assistência para John Kennedy empatar o jogo contra o Inter, antes da virada no Beira-Rio na semifinal, fala por si só. O caminho dos títulos passa, sempre, pelo poder decisivo de Cano.

  • Ganso, Fluminense 2023Getty Images

    O grande meia criativo

    É claro que um time finalista de Libertadores, que também briga na parte de cima da tabela do Brasileirão e que já conquistou o Carioca, tem inúmeros motivos para explicar o sucesso. Mas se o Fluminense é o time que gosta de tratar bem a bola, é um time também sinônimo de Paulo Henrique Ganso. Um jogador que, assim como o próprio clube em que joga, conseguiu se recuperar como protagonista depois de anos de marasmo.

    O camisa 10 faz a bola correr, encontra passes que poucos conseguem dar. Mais importante, sob o comando de Diniz deixou de ser inconstante. Um Ganso que joga em alto nível constantemente, faz qualquer time sonhar.

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  • Fabio FluminenseGetty Images

    O goleiro invencível

    Mas nada disso seria o bastante para o Fluminense se não fossem as defesas incríveis de Fábio. Aos 43 anos, o arqueiro talvez seja o maior exemplo de longevidade em altíssimo nível no futebol profissional.

  • Combinação perfeita

    Fábio, Ganso, Cano e Diniz. Em comum a todos, a narrativa dos profissionais que estavam cercados de dúvidas antes de chegarem a um clube que também levantava as suas desconfianças. Juntos, todos estão mostrando o protagonismo reservado apenas aos gigantes.

    Com a segurança milagrosa de Fábio no gol, o olho e os passes de Ganso, o poder decisivo de Cano e o cérebro futebolístico de um Diniz no ápice de sua carreira, o Fluminense tem quatro das mais importantes entidades do futebol: o treinador revolucionário, o artilheiro implacável, o grande meia criativo e o goleiro invencível. O título da Libertadores da América, no Maracanã, não é mais apenas um sonho.

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