Nos últimos anos a Seleção Argentina se acostumou a chegar em finais de campeonatos. Em 2014, foi derrotada pela Alemanha na prorrogação do Mundial, e sofreu revezes consecutivos para o Chile em 2015 e 2016 na Copa América.
Mas não é apenas o histórico ruim nos últimos confrontos decisivos que deixam os nossos hermanos inseguros em relação ao encontro contra o Peru, quinta-feira (05), que será vital nas aspirações albicelestes de participar da Copa do Mundo de 2018: se contra Alemanha e Chile a briga era para chegar ao paraíso, o cenário atual é de fugir do inferno.
Faltando duas rodadas para o término das Eliminatórias para a Copa do Mundo, o time comandado por Jorge Sampaoli ocupa a 5ª posição – que dá vaga para a repescagem. Se ganhar do Peru, em Buenos Aires, terá o alívio de chegar à 4ª posição. Mas qualquer resultado diferente pode tornar improvável a presença da Albiceleste na Rússia.
VEJA TAMBÉM:
Exclusivo! Fernandinho, City e Seleção
Seleção encerra treinos em Teresópolis
Neymar, Bola de Ouro e Seleção
“Com a classificação para o Mundial da Rússia em risco absoluto, um país inteiro espera o duelo contra o Peru como se fosse uma verdadeira final; a tal ponto que os ingressos se esgotaram em apenas 20 minutos. A expectativa é tão grande que a AFA impulsionou, na última semana, uma campanha para que os clubes argentinos demonstrem o seu apoio à Albiceleste através de suas redes sociais”, diz o jornalista Ignacio Arias, da Goal Argentina.
Goal.com/Argentina
Goal.com/ArgentinaTorcedores prometem fazer a sua parte (Fotos: Goal Argentina)
“A equipe de Sampaoli trabalha com total hermetismo e busca fugir do nervosismo e ansiedade transmitidos pela maioria dos veículos de imprensa, que nos últimos dias falaram muito mais da Bombonera e de como isso pode influir no comportamento dos torcedores”, completa.
De fato. Além de relembrar o desempenho recente de Messi pela Albiceleste, os dois principais temas de debate em rádios, TV’s e sites são o fator Bombonera – visto como positivo por grande maioria – e a escalação de Jorge Sampaoli.
DESESPERO DE SAMPAOLI?
Vai mudar o esquema, professor? (Foto: Getty Images)
Desde quando assumiu o comando da Argentina, em setembro deste ano, Sampaoli inovou em suas escalações. O sistema tático mais usado pelo ex-técnico do Sevilla foi um 3-3-1-3. Não deu certo nos jogos de Eliminatórias, como ficou provado com os empates contra Uruguai e Venezuela.
Por isso, parece que Sampaoli percebeu que não é hora de inovar. Nos treinamentos que antecederam a partida decisiva diante dos peruanos, o 4-2-3-1, sistema mais usado no futebol atual, foi a opção do argentino.
Uma das opções de Sampaoli nos treinamentos
A dúvida é no ataque, já que Sergio Aguero não pôde se apresentar após sofrer um acidente de carro em Amsterdã – Higuaín não foi convocado. De acordo com os últimos treinos, Mauro Icardi, da Internazionale de Milão, não deve começar jogando. Será a chance para Darío Benedetto, artilheiro do Boca Juniors, fazer a sua estreia como titular. E justamente na Bombonera.
O FATOR BOMBONERA
Alejandro Pagni/Getty(Foto: Alejandro Pagni/Getty Images)
E o estádio localizado no bairro de La Boca vem sendo tratado exatamente como se fosse tão importante quanto os 11 jogadores em campo. A confiança é de que a pressão da torcida, que fica mais próxima dos jogadores em relação ao Monumental de Nuñez, exerça a sua mítica influência.
A curiosidade é que pouco se fala a respeito do empate em 2 a 2 contra o Peru, justamente na Bombonera, que em 1969 tirou as chances da Argentina participar da Copa do Mundo de 1970. O clima de tensão é tão grande, que não se permite a chegada de lembranças ruins.
