Desculpa. Tomo a liberdade de considerar que ainda não sabemos o que realmente significa Dani Alves. Talvez nem o próprio saiba. O que sabemos, acredite se quiser, é muito superficial perto daquilo que vai ser discutido e exaltado no futuro próximo.
Começou no Bahia, brilhou no Sevilla, foi um dos gênios de um Barcelona histórico e também triunfou nas rápidas passagens por Juventus e PSG. É o jogador com mais títulos da história, com 40 taças. Números, glórias coletivas e individuais, enfim, tudo isso conhecemos de cor e salteado.
Eu poderia culpar o saudosismo impregnado dentro de nós pela nossa "falta de consideração", mas felizmente acredito que a atual geração já consegue superar alguns vícios do passado, em que resumidamente o ontem é (e vai) ser sempre melhor do que o hoje e o amanhã.
Dani saiu de Juazeiro para conquistar o mundo. Tornou-se um exemplo dentro e fora de campo. Assim como tantos jovens jogadores que vão embora muito cedo do país, acabou por virar um "estrangeiro". Mas nunca negou as origens. Muito pelo contrário. Na verdade, é mais brasileiro que muitos brasileiros. Possivelmente é o extravagante mais humilde do futebol.
Acompanhamos à distância a transformação de um craque, sentados no sofá, pela televisão e internet. Não sentimos isso de perto, não consideramos que fazemos parte de tudo isso. Se vibramos por ele, foi pouco.
O merecido reconhecimento muitas vezes ainda precisa do olho no olho, da relação diária, do toque e da fala. Coube ao São Paulo dar o (grande) primeiro passo para começarmos a desfazer tamanha injustiça. Você, mesmo que não seja são-paulino, fique à vontade para contribuir, até porque admirar um ídolo mundial faz bem. Experimente.
