A escalação de Vitor Pereira diante do Fluminense, pelo primeiro jogo da semifinal do Campeonato Carioca, surpreendeu os torcedores. Gabigol, ídolo e, talvez, a principal referência da atual era vitoriosa do Flamengo começou a partida no banco de reservas.A situação causou apreensão nos bastidores, mas também mostrou personalidade forte do técnico.
A opção de Vitor Pereira em começar com Gabigol no banco foi técnica, apesar do atacante ter ficado de fora de alguns treinos para realizar um reequilíbrio muscular, ele tinha condições de iniciar o jogo normalmente. O camisa 10, que engatou uma sequência de partidas ruins, entendeu que no sistema de Vitor Pereira não tem espaço para dois atacantes mais próximos do gol.
“Nesse esquema (do Vitor Pereira), a gente joga com só um atacante na frente. No do Dorival, era diferente para mim, mas tinha dois. Eu recuava mais. Já era um pouco desconfortável, entre aspas, mas a gente foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores. E eu fui importante assim como o time. Mas nesse esquema eu optei por isso e foi opção dele”.
Gabigol também deixou claro que o treinador optou por começar a partida com Pedro entre os titulares.
“Eu falei que queria voltar à minha posição natural, que é centroavante. Enquanto eu pude ajudar o time na posição, um pouco mais recuado, eu ajudei. Mas com esse esquema de três zagueiros, com os times jogando mais por fora, eu optei por voltar à minha posição. E aí eu disputo com o Pedro. E ele optou pelo Pedro”. Antes da partida, quando já rolava um burburinho nos bastidores sobre a possibilidade de Gabi começar o jogo no banco, havia apreensão de parte do estafe do Flamengo. Não pela postura do atacante, mas pela situação do técnico. O sentimento era de que, se caso o time perdesse, a pressão em cima de Vitor Pereira seria ainda maior e quase insustentável com a torcida.
O Flamengo venceu o Fluminense, Gabigol entrou em campo no segundo tempo na vaga de Everton Cebolinha e não na de Pedro e esteve mais perto da área. No segundo gol, ele está, inclusive, a frente de Pedro e não conseguiu chegar na bola de Ayrton Lucas. O camisa 9, um pouco mais atrás, emendei e ampliou o placar para 2 a 0.
Desde a partida contra o Independiente Del Valle, Vitor Pereira estabeleceu este sistema de jogo, com Pedro como referência e uma linha de três atrás, onde Gabi participava e dividia as ações ofensivas com os alas. Foram sete jogos assim. Segundo soube a GOAL, o treinador não se fecha para mudanças, mas também não esconde que este é o modelo preferido neste momento.
Uma fonte da GOAL, que frequenta o Ninho do Urubu, destacou que Vitor Pereira vem cumprindo a risca as promessas que fez. Num primeiro momento, assim que chegou ao clube, avisou aos jogadores que não faria mudanças bruscas de imediato. Depois do fiasco no Mundial de Clubes, no entanto, informou que iniciaria um processo de mudanças mais profundas.
Agora, tenta consolidar uma nova forma de jogar, totalmente diferente do que o clube apresentou nos últimos quatro anos e que, inclusive, mexe com jogadores que fazem parte desta era vitoriosa e reabre o debate se Pedro e Gabigol podem ou não jogar juntos.
