Entender o fato de que Thomas Tuchel é um dos grandes treinadores na história do Chelsea é inevitável. Mas, é importante destacar que a fase de campeões da Champions League passou, e, nesse momento, o Blues de Londres enfrenta dificuldades para atingir o topo, como era esperado para um dos melhores clubes ingleses na temporada passada.
Nos jogos do clube pela Liga dos Campeões e Premier League da última temporada, víamos uma defesa muito sólida, um meio-campo incrivelmente eficiente, além de uma ótima parte ofensiva, dando destaque também ao goleiro Mendy, que salvou o time de algumas situações. No entanto, o Chelsea que está surgindo no ano de 2022 parece desorganizado e um tanto perdido, com vários desfalques por lesões e pela Covid-19, levando Tuchel a montar uma formação extremamente defensiva contra times que não deveriam demonstrar tanto perigo ofensivo.
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Contra Everton e Wolves, dentro e fora de casa, respectivamente, o treinador fez questão de utilizar o esquema 3-4-2-1, mesma formação que utilizou contra o Manchester City na final da Liga dos Campeões. No entanto, claro, o time daquela decisão estava completo, enquanto nos últimos jogos Tuchel não pôde contar com Lukaku, maior reforço da temporada do Blues, Kanté e Jorginho, que jogaram apenas um duelo cada dos citados, Ben Chilwell, peça fundamental, afastado por lesão no joelho, dentre outros grandes jogadores que tornam o trabalho do técnico alemão mais complicado quando não disponíveis.
Getty ImagesÉ notável que, com apenas dois meio-campistas centrais no jogo, dentre os quatro posicionados no esquema tático do técnico do Blues, a articulação do elenco fique mais limitada com seus jogadores avançados. Se comparado com o sistema de City e Liverpool, tendo De Bruyne, Bernardo Silva e Rodri, para o Blues de Manchester, e Chamberlain, Henderson e Thiago Alcântara, para os Reds, como os meias de produção, o elenco fica mais forte ofensivamente e, inclusive, defensivamente. Kanté e Jorginho, quando juntos, não conseguem produzir tão bem como assistentes apesar da grande habilidade de recuperação de bola, o que dificulta ainda mais o Chelsea de chegar na área adversária.
Além de tudo, Tuchel não gosta de utilizar apenas dois zagueiros, visto que, desde o início, tem utilizado três atletas na parte defensiva, tendo Azpilicueta, Thiago Silva e Rudiger como os principais titulares. Com um esquema 4-2-3-1, por exemplo, liberando seus laterais para o ataque, o Chelsea deixaria de ser tão marcador e manteria o potencial ofensivo, avançando Reece James e Marcos Alonso, por exemplo, deixando apenas Kanté como principal marcador e Mount para a ligação ao ataque, composto por Lukaku, Pulisic, Havertz e Ziyech, quando disponíveis.
Alternando para esse estilo de disputa, o Chelsea pode causar mais perigo ao rival e ao invés de conquistar o campo adversário e não conseguir marcar um gol sequer, bastaria adiantar seus atacantes e meias armadores que, como dito, ficariam avançados taticamente, deixando-os livres na área ofensiva, enquanto Rudiger e Thiago Silva, por exemplo, ao lado de Kanté, seguram a pressão lá trás.
Mudar a formação e manter os poucos atletas restantes atuando juntos é uma boa forma de dar liga ao time, basta Tuchel aproveitar os novos rostos "titulares", sem poupar jogadores, já que a Liga dos Campeões só estará de volta em 2022, e soltar a mão dos três zagueiros, que podem mais dificultar do que auxilar no atual momento.
Além disso, o Mundial de Clubes só acontece em fevereiro, sendo mais uma competição que Tuchel tem para treinar escalações e levantar a moral do elenco do Blues de Londres. Mais uma vez, inclusive, o Chelsea chega ao torneio com expectativa de enfrentar um brasileiro: em 2012, jogou contra o Corinthians e foi derrotado; em 2022, dez anos depois, pode jogar contra o Palmeiras, para tentar se levantar contra os clubes do Brasil no torneio internacional.
Getty ImagesO Chelsea enfrenta o Brentford fora de casa, às 16h45 (de Brasília), nesta quarta-feira (22), em jogo válido pelas quartas de final da Copa da Liga, a Carabao Cup. Tuchel tem chance de vitória, mas precisa abrir mão do nervosismo e colocar o Blues para jogo, como fez na vitoriosa temporada passada, para alcançar a Copa Inglesa, Liverpool e City na Premier League e, quem sabe, o Bicampenato da Champions.




