Por Bruno Guedes - @brguedes
O Flamengo anunciou seu novo treinador na semana passada, Jorge Jesus. Desde então, análises e analistas surgiram. Algumas opiniões confiáveis e outras nem tanto. E é exatamente aí que o torcedor rubro-negro precisa ficar atento e saber o que ele absorve como opinião, porque os ataques começaram.
Jorge Jesus chega com uma bagagem esportiva gigantesca. No Brasil, certamente, a maior de todas. Nas últimas cinco temporadas enfrentou o que há de mais moderno no futebol mundial. Para exemplificar apenas com a temporada 2017/18, encarou o Atlético de Madrid do Diego Simeone pelas quartas de finais da Liga Europa. Perdeu uma e venceu outra. Na Champions, a Juventus do Allegri e o Barcelona do Valverde. Sempre fazendo jogos duros. Experiências, absorções de ideias e aprendizado.
Jorge tem muito a oferecer ao Flamengo e ao futebol nacional. Principalmente no que diz a desenvolvimento local. Entretanto ele precisa de tempo. E bastante paciência. É uma outra cultura esportiva no cotidiano, algo completamente novo para o português. Junta-se a isso o fato de Portugal ser um pouco maior que o Rio de Janeiro, onde o deslocamento é menor e o tempo mais bem aproveitado ao invés de tantas viagens.
Alexandre Vidal/Flamengo/DivulgaçãoNestes pontos que entram a decisiva colaboração da torcida rubro-negra. Os ataques corporativistas, daqueles que não aceitam que ficaram para trás e querem manter o status quo no mercado, já começaram. Desde o "não tem nada a oferecer" até ao "ganhou o quê" apareceram e vão continuar. Por vezes profissionais nas próprias mídias falada, escrita, televisiva e clicada.
É a sabotagem constante de um esporte que está no fundo do poço e a arrogância na falta de querer mudar, aproveitar para si o novo. Vemos acontecer esta semana. como aos ataques contra o Jorge Sampaoli, do Santos. Não abriu mão das suas ideias, mas só servia para estes quando ganhava. Perdeu, virou lixo.
Foi através da abertura do seu futebol e essa "transferência de tecnologia" que a Inglaterra mudou o patamar da sua liga. Agora a mais rica de todas, absorve os maiores craques, os melhores técnicos e o investimento maciço (leia-se dinheiro) do mundo. São diversas equipes com estilos dos mais variados. Diferentes escolas. O reflexo acontece em sua ótima seleção, que adaptou as mudanças com a nova geração, já maquinada com os grandes do esporte no quintal.
E no Brasil? Seguimos atacando o novo, a arrogância pentacampeã que vai pra 20 anos sem vencer mas que no fundo é a velha ideia do "ainda somos os melhores". Não somos. Somos chacota. Somos 7 a 1. Somos o arcaico ainda imperando em 2019.
Torcedor do Flamengo, cuidado. Não é patrulhar e muito menos xingar. É saber filtrar as opiniões. Por trás de muita crítica há sempre uma tentativa de deturpar a realidade, jogar a sua contra quem tenta fazer melhor. Jorge Jesus pode mudar o Rubro-Negro de patamar, mas não vai agradar a quem quer ficar pra sempre no passado. E precisa de você e do seu apoio.
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Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas. |