Tevez e Ronaldo foram escolhidos pela torcida do Corinthians como a dupla de ataque ideal para o clube neste século, contando apenas jogadores que atuaram a partir de 2001. Alvinegros em momentos distintos da carreira, um no começo e outro no final, os dois têm em comum passagens mais intensas do que duradouras pelo Parque São Jorge.
Contratado como grande estrela de uma companhia que só funcionou por causa do seu futebol, Tevez seria o início de uma era galáctica no Corinthians com a MSI, idealizada ao mesmo tempo em que o Real Madrid empilhava craques como Roberto Carlos, Zidane, Raúl e, é claro, Ronaldo.
Quando o artilheiro do Penta nem sonhava em atuar no Timão, porém, Tevez guiou um time que de galáctico não teve nada. Com uma base repleta de jogadores dos juniores (Eduardo Ratinho, Betão, Bruno Octávio, Rosinei, Jô...) e alguns coadjuvantes, Tevez foi o grande nome do primeiro título corintiano nos pontos corridos, em 2005.
Ele fez 20 gols e deu seis assistências nas 29 partidas que disputou naquela campanha, terminando como o melhor do torneio em todas as seleções organizadas posteriormente. Nas outras campanhas, apesar de bons números (12 gols e três assistências no Paulista e na Copa do Brasil somados), faltou o resultado.
O projeto da MSI tinha o claro objetivo de levar o Timão ao sonhado título da Libertadores, mas foi o torneio continental que marcou o adeus do argentino. Nem mesmo seus quatro gols foram o bastante para passar de um mediano River Plate, nas oitavas de final, desencadeando a tradicional crise corintiana depois de uma eliminação - e sua posterior venda ao West Ham.
Esse é mais um ponto de convergência entre Ronaldo e Tevez no Corinthians. O Fenômeno também chegou ao clube em 2009 com a missão de continuar um trabalho de ressurgimento e coroá-lo com o título da Libertadores no centenário corintiano, na temporada seguinte.
Ag.Corinthians/DivulgaçãoUma decepcionante queda diante de um desorganizado Flamengo, também em uma oitavas de final, porém, acabou sendo um primeiro grande baque na sua estadia no Timão. Bem sucedido nos primeiros seis meses, com títulos do Paulista e da Copa do Brasil, Ronaldo havia praticamente se guardado desde então para aquele momento.
Ronaldo ainda teve boa participação no Brasileiro de 2010, mesmo sem jogar tanto, mas sua passagem, com 35 gols em 69 jogos disputados, se encerrou junto com a sua carreira após a derrota por 2 a 0 para o Tolima, caindo na Pré-Libertadores de 2011.
Com mais gols e mais jogos, Tevez ainda está na ativa e quase voltou ao Timão no começo da década para ajudar a construir a trajetória iniciada com Ronaldo. A tentativa de Andrés Sanchez, porém, não deu resultado, e o argentino permaneceu com os 78 duelos e 46 gols registrados até então pelo Corinthians.
Além da melhor produção em campo, justificada pelo momento físico de ambos, Tevez ainda deu ao Timão um título mais importante que os celebrados por Ronaldo. A diferença no impacto de ambos como jogadores do Corinthians, porém, passa mais pelo extra-campo.
Enquanto a saída de Tevez precedeu o rebaixamento alvinegro, a de Ronaldo envolveu a construção do CT Joaquim Grava, da Arena Corinthians e da série mais vencedora da história alvinegra, incluindo a tão sonhada Libertadores da América. Um legado difícil de ser batido com gols e assistências.