O Vasco não teve Germán Cano e o técnico Ricardo Sá Pinto no duelo contra o Ceará, pela 23ª rodada do Brasileirão, ambos tendo testado positivo para Covid-19. Mas isso não é desculpa para uma derrota por 4 a 1 sofrida em São Januário, como aconteceu nesta segunda-feira (30).
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Estar desfalcado de seu treinador, e especialmente de um de seus maiores goleadores dos últimos anos, faz uma diferença. Especialmente no caso de Cano. Nos três jogos em que não contou com o camisa 14, o Vasco não conheceu a vitória: foram duas derrotas e um empate. Cano é uma constante ameaça para os adversários e isso faz a diferença muitas vezes. Porém o maior problema deste Vasco, além de conceder muitos gols, está na incapacidade para criar chances quando não joga no contra-ataque.
Jogadas de rápida transição ofensiva são a principal aposta do Vasco. Foi assim, por exemplo, que Germán Cano fez o seu gol no empate por 1 a 1 contra o São Paulo, na rodada passada. Neste Brasileirão, o Cruz-maltino é o time que mais balança as redes através de contra-ataques (4, mesmo número do Palmeiras), mas quando se vê contra um adversário que busca a mesma arma, não consegue demonstrar força nem criatividade quando tem a bola por mais tempo em seu domínio.
Foi o caso nos 4 a 1 sofridos contra o Ceará, que pela primeira vez na sua história bate o Cruz-maltino dentro de São Januário em jogos de Brasileirão. Leandro Castán, uma das lideranças do time, fez um péssimo jogo e reconheceu isso. Foi, assim como todo o sistema defensivo vascaíno, presa fácil e não conseguiu parar as jogadas de contra-ataque do adversário. Os lances do primeiro, terceiro e quarto gols do Ceará foram através de rápidas transições para o ataque – no caso do último, a jogada que originou o pênalti convertido por Vina.
Próxima partida
Pedrinho abriu o placar para os visitantes e Cleber ampliou ainda no primeiro tempo. O Vasco diminuiu no segundo, quando Ribamar foi acionado em velocidade e, após ser derrubado dentro da área, converteu a penalidade máxima antes de Sandro Mineiro e Vina deixarem as coisas mais tranquilas para o Ceará – que com a vitória chega a 29 pontos e se afasta um pouco da zona de rebaixamento.
O contra-ataque do primeiro gol sofrido, aliás, mostra a dificuldade do Vasco quando tem a bola no pé: Neto Borges não consegue dominar a esfera, que ainda é oferecida para Carlinhos, que também não consegue manter a posse. O gol do Ceará nasce a partir destes erros e também expõe a fraca recomposição defensiva da equipe de São Januário.
O conjunto vascaíno terminou o duelo com quase 70% da posse da bola e pouco conseguiu criar. Longe de ser uma novidade. Neste Brasileirão, nas oito vezes em que teve mais posse que os adversários o Vasco foi derrotado cinco vezes e empatou outras duas. A única vitória foi sobre o Botafogo, rival histórico e também na briga contra o rebaixamento... em um jogo onde a posse foi praticamente igual para ambos.
Jogos em que o Vasco teve posse de bola que o adversário
- 6ª rodada: Fluminense 2x1 Vasco (53.7% de posse)
- 9ª rodada: Vasco 1x2 Atlético-GO (54.4%)
- 10ª rodada: Botafogo 2x3 Vasco (50.16%)
- 12ª rodada: Vasco 1x1 Bragantino (57.8%)
- 14ª rodada: Bahia 3x0 Vasco (52.7%)
- 18ª rodada: Vasco 1x2 Corinthians (63.4%)
- 19ª rodada: Goiás 1x1 Vasco (53.47%)
- 23ª rodada: Vasco 1x4 Ceará (68.4%)