O São Paulo perdeu para o Vasco da Gama por 2 a 0, nesse domingo (16) e deixou ainda mais evidente um problema recorrente nas equipes de Fernando Diniz: o time cria oportunidades de gol, mas tem dificuldades para converter as chances em bola na rede. Na verdade é um problema que acontece com vários times que criam muitas chances e que atormenta, às vezes, até o Manchester City, de Pep Guardiola.
Não se trata de comparar estilo de jogo e/ou capacidade técnica ou de elenco, o fato é que chances desperdiçadas podem custar pontos (caso do São Paulo) ou uma eliminação (caso do Manchester City). O time de Pep Guardiola tem a fama de ser uma equipe que cria muitas oportunidades de gol, assim com as de Diniz. Porém, a falta de precisão dos atacantes podem comprometer toda uma ideia de jogo.
Não se questiona o jogo coletivo de construção da equipe do São Paulo. Percebe-se a fragilidade defensiva da equipe, mas mesmo o meio e a frente funcionando razoavelmente bem, muitas vezes a finalização não é certeira.
Embora o jogo contra o Vasco não tenha sido o que o Tricolor mais finalizou, vale tomar como exemplo a efetividade do Vasco da Gama. O Tricolor finalizou 11 vezes, enquando o Vasco arrematou oito. Mesmo acertando apenas três chutes no alvo, o Gigante da Colina se beneficiou com a efetividade de Germán Cano, que em três finalizações na partida fez os dois gols que garantiram os três pontos para a equipe carioca.
Em 2020, o São Paulo, junto com o Palmeiras, é a equipe que mais desperdiçou grandes chances nos jogos. Em todo o ano foram 34 grandes chances de gol desperdiçadas. O Flamengo, por exemplo, desperdiçou 14, o Atlético Mineiro errou 12 e o Grêmio, sete.
Das equipes da Serie A, o time paulista foi o que mais finalizou na atual temporada brasileira. Foram 251 arremates e apenas 27 gols marcados.
A perda de gols também foi um pesadelo para Pep Guardiola, no último sábado (15). O Manchester City perdeu para o Lyon, mesmo tendo finalizado muito mais que o time francês. Gabriel Jesus e Sterling perderam gols praticamente na pequena área, que se somaram aos erros defensivos e custaram a desistência do sonho de conquistar a Champions League.
Deve-se questionar até que ponto tal fato vem da responsabilidade do treinador e até que ponto ela se estende aos atletas, pois argumenta-se que o mais difícil de fazer é criar as jogadas. Se a equipe já as cria mas não converte, tem-se como necessária um aprimoramento maior dos atacantes das equipes.
