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Pochettino volta a um PSG diferente ao que conheceu: lidar com astros, como Neymar, é desafio novo

Maurício Pochettino voltou ao PSG, agora para ser treinador da equipe. Como jogador, as três temporadas em Paris, entre 2001 e 2003, simbolizaram uma etapa de amadurecimento do então zagueiro argentino. Se havia vivido o auge pelo Espanyol, onde conquistou duas Copas do Rei, a chegada na França serviu para provar que poderia ainda responder em alto nível enquanto entrava na casa dos 30 anos. Pochettino teve um desempenho digno, mas aquele PSG não tem nada a ver com o atual.

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A começar pela ausência de títulos. Pochettino não ganhou troféus relevantes e aquele PSG não tinha os maiores astros que o futebol europeu poderia oferecer. Era uma equipe que, por exemplo, contava com nomes como Vampeta e Christian, além de Aloísio Chulapa. Bons jogadores dentro do mercado brasileiro que não conseguiram brilhar nas maiores potências do Velho Continente.

O principal astro do período de Pochettino em Paris foi um jovem Ronaldinho Gaúcho, que começava a ser lapidado ali para o jogo europeu. O camisa 10 esteve no Parque dos Príncipes mais para um período de transição antes de virar estrela no Barcelona. Se compararmos o caminho de R10 com a trajetória de Neymar e a forma como este chegou ao PSG, protagonizando a maior transação do futebol em todos os tempos, a diferença entre o Paris Saint-Germain que Maurício Pochettino conheceu e o que vai conhecer fica bastante notória.

Mauricio Pochettino Ronaldinho PSGSportswallahPochettino e Ronaldinho no PSG (Foto: Getty Images)

O primeiro PSG de Pochettino já era vitorioso e até tradicional, apesar da fundação apenas em 1970. Este novo PSG que Pochettino encontra é praticamente um novo clube: hegemônico em seu país, recheado de craques e, desde que o Fundo do Qatar comprou o clube em 2011, dono das maiores aspirações que uma entidade futebolística pode ter.

A última vez que Pochettino treinou um clube onde havia tido história como jogador, havia sido em sua primeira oportunidade no futebol profissional. Foi no Espanyol, o clube que vive à sombra do Barcelona na Catalunha.

Vai ser curioso ver o técnico argentino chegar em um time já pronto, com todos os holofotes do mundo apontados para si. É uma situação contrária a tudo o que ele viveu no futebol até o presente momento. Seus trabalhos anteriores, especialmente com Southampton e acima de tudo com o Tottenham, foram marcados pela sua boa capacidade em identificar e lapidar novos talentos. Jovens como Harry Kane e Son. Se hoje a dupla de ataque dos Spurs pode ser considerada de estrelado, Pochettino os ajudou a chegar tão longe.

Kylian Mbappe Neymar PSG GFXGetty Images

O vestiário do PSG, por outro lado, conta com astros bem estabelecidos e muitas vezes com traços comportamentais de prima-donas. Thomas Tuchel e Unai Emery, os últimos técnicos do PSG, não fizeram questão de esconder isso. Ter peças como Neymar e Mbappé nos faz olhar com otimismo para o que Pochettino poderá estabelecer como modelo de jogo, mas fora das quatro linhas este presente também pode lhe causar dores de cabeça.

Aos 48 anos, Maurício Pochettino já mostrou ter capacidade para treinar em alto nível. Disso não há dúvidas. Se conseguir lidar bem com um dos vestiários mais difíceis do futebol mundial, terá tudo para conseguir o que ainda não conseguiu em sua carreira como treinador: títulos. Ao contrário do que aconteceu em sua vida como jogador do PSG, hoje eles são mais do que obrigação dentro do clube.

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