O governador João Dória (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (11) em coletiva de imprensa a paralisação do Campeonato Paulista por duas semanas. A decisão vem em conjunto com novas medidas adotadas pelo estado para conter o avanço do novo coronavírus, que registra seus níveis mais alarmantes em São Paulo desde o início da pandemia.
Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!
A decisão de paralisar o Paulistão faz parte da "fase emergencial do Plano São Paulo", conforme anunciado por João Dória, e entrará em vigor a partir do dia 15 de março. Assim, o duelo de hoje (11) entre Palmeiras e São Caetano, assim como a rodada prevista para o final de semana, seguem normalmente.
A decisão não agrada em nada a Federação Paulista de Futebol (FPF), que acredita ter total segurança para seguir com a disputa da competição. Agora que a paralisação do Paulistão foi confirmada, a entidade estuda realizar os jogos do campeonato em outro estado, conforme antecipado pela Goal.
A possibilidade de levar os jogos ao Rio de Janeiro está sendo estudada pela FPF. Segundo o GE.com, a Federação já solicitou que a secretaria de Esportes do Rio perguntasse ao governador Cláudio Castro se o Campeonato Paulista fosse realizado no estado e a resposta foi positiva. "O Rio de Janeiro está de braços abertos ao futebol paulista", disse o o secretário de esportes Leandro Alves.
Enquanto isso, a CBF soltou uma nota oficial na última quarta-feira (10), junto aos clubes e as federações, assegurando a continuidade das competições nacionais. Ciente da paralisação do futebol, a Conmebol também reforçou que não irá interromper a Libertadores.
Até quando o Paulistão será interrompido?
Rodrigo coca/Agência CorinthiansInicialmente, a "fase emergencial do Plano São Paulo", que prevê a paralisação de "atividades esportivas coletivas", será válida entre os dias 15 e 30 de março.
Contudo, como todos sabem, o prazo pode ser prorrogado caso o governo do estado julgue necessário, levando em conta os níveis de contágio da pandemia e da taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em São Paulo.
Mesmo assim, caso não seja levado para outro estado, o Campeonato Paulista ficará suspenso por 15 dias, após a rodada prevista para este final de semana, até o dia 30 de março.
A pandemia no estado de São Paulo
A decisão acontece no momento em que a pandemia do novo coronavírus atinge seus níveis mais alarmantes no estado de São Paulo, batendo recordes negativos a cada dia.
Apenas nesta terça-feira (09), por exemplo, 517 pessoas foram vítimas da Covid-19 no território paulista, o maior número já registrado, enquanto mais de 16 mil novos casos da doença também foram confirmados.
Com isso, São Paulo já ultrapassa a marca de 62 mil mortes por conta do novo coronavírus desde o início da pandemia, além de um total de mais de 2,1 milhões de infectados. No Brasil, o número de casos já superou a casa dos 11 milhões, resultando em um número que se aproxima dos 300 mil óbitos.
Mas além disso, as novas medidas anunciadas nesta quinta-feira (11) pelo Governador João Dória visam amenizar o caos no sistema de saúde de São Paulo, que está próximo de um colapso.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) chegou a 82%, com mais de nove mil pacientes internados, número 47% maior do que o observado no pico da primeira onda. Das 24 regiões de saúde em que o estado é dividido, 18 encontram- se no limite de ocupação das UTIs, com 32 cidades sem leitos para atender novos contaminados.
Ao todo, são mais de 20 mil pessoas recebendo cuidados em unidades de saúde por todo o estado, contando também os doentes nas enfermarias. A taxa média de internações diárias ultrapassa a marca de 2,3 mil pacientes, sendo que 130 destes vão direto para as Unidades de Terapia Intensiva.
Por outro lado, enquanto a pandemia acelera as taxas de morte e de contágio, o Brasil entrega vacinas em ritmo mais lento do que o prometido. Até o fim de março, o país deve ter um número de doses de vacinas suficiente para imunizar cerca de 6% da população contra a Covid-19.
Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde, mudou as contas do governo sobre a oferta de imunizantes pelo menos três vezes em menos de três semanas, passando de uma promessa de 45,9 milhões de doses, feita no dia 17 de fevereiro, para um número que gira entre 25 e 28 milhões atualmente.
