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Gabigol cartão vermelho Flamengo Grêmio Brasileirão 17 11 2019

Opinião: Flamengo não é inexperiente em relação ao River, o problema será outro


Por Bruno Guedes - @brguedes


Inegavelmente o River Plate é o time com mais participações em finais de Libertadores neste duelo contra o Flamengo. Mais que isso, enfileirou taças internacionais nesta década. Porém a experiência do atual elenco Rubro-Negro não está tão abaixo do Millonarios como narra parte da imprensa. Ao todo, 15 jogadores participaram de competições continentais recentes, sendo nove deles da Champions League e dois finalistas.

Marcelo Gallardo chega a sua terceira final de Libertadores, sendo a segunda seguida. São dois títulos deste torneio, além de três Recopas Sul-Americanas, uma Copa Sul-Americana, Supercopa Euroamericana e a Copa Suruga. Invejável currículo que ainda terá, na provável escalação da final, seis dos atletas que venceram o Boca na edição anterior.

Com todo esse cartão de visitas, o Flamengo passou a ser tratado como o "inexperiente". Mas não é bem assim. Ao todo, 15 disputaram torneios fora do Brasil. Dos 11 titulares atualmente da equipe do Jorge Jesus, seis (Diego Alves, Rafinha, Filipe Luís, Gérson, Bruno Henrique e Gabigol) já disputaram Champions League, por exemplo. Estão acostumados com o nível de competição internacional. Junta-se a isso o fato de que os laterais Filipe e Rafinha, além de jogadores de Seleção, disputaram finais na própria competição europeia.

Além deles, Pablo Marí e De Arrascaeta, com vivências no exterior, são outros que carregam essa bagagem futebolística de imersão. Ao passo de que atletas em campo têm vivências internacionais, Jorge Jesus é outro acostumado com disputas extracomunitárias. Inclusive com embates contra o estilo argentino, Simeone em 2018. Se há um receio quanto a falta de "vivência" do elenco (não tão) carioca, a preocupação deveria ser outra: fora de campo.

Jorge Jesus Grêmio Flamengo Libertadores 02102019Getty

A Copa Libertadores é diferente de outras disputas de clubes. Além do seu clima por vezes intimidador, conta com uma forte presença política de figuras polêmicas e arbitragem com estilo diferente. Rafinha, lateral acostumado com o futebol alemão de forte contato físico, é quem mais sentiu essa diferença em relação à América do Sul. O rubro-negro disputou, desde sua volta, 24 partidas e recebeu oito cartões amarelos. Média exata de um a cada três jogos.

Nos últimos anos os brasileiros reclamaram bastante da falta de política com a Conmebol. Decisões polêmicas foram alvos de críticas por conta disso. E numa final única, esses fatores todos entram em campo e são levados em conta pelo Flamengo. Ainda mais com tantas reclamações por parte do Gabigol e que certamente será explorado pelo River Plate. Cabeça no lugar e muita atenção são os pilares do time que quer vencer no dia 23.

Flamengo entrará na decisão de Lima, no sábado, longe da disparidade de experiência com o rival. Mas tudo o que viveu até agora será usado não apenas para ganhar o jogo, também para entender que a Libertadores não é uma competição comum. E nesse quesito, não vale somente a bagagem dos jogadores, mas sim o sangue frio durante os 90 minutos.

Bruno Guedes colunista torcedor Flamengo

Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.

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