Novo técnico da equipe para 2020, Vanderlei Luxemburgo tem uma grande história no Palmeiras, com esquadrões históricos pelo clube do Palestra Itália na década de 90, mas não é preciso ir tão longe para citar boas lembranças do treinador na equipe. A Goal relembra para você como foi a última passagem dele pelo Verdão, entre 2008 e 2009, com momentos marcantes e falhas que impossibilitaram feitos maiores.
Contando com o desabrochar de Valdivia, grandes fases de Diego Souza e Kleber, além de Alex Mineiro como artilheiro, Luxemburgo montou um time dinâmico e que marcou um Palmeiras campeão pela primeira vez desde o retorno à elite do futebol nacional. Não foi brilhante, mas também não foi "apenas um Estadual".
Um grande Paulista
Desde a primeira notícia de que Vanderlei Luxemburgo havia ganhado força nos bastidores do Palmeiras, várias análises colocaram a última passagem do treinador no clube como detentora de "apenas um Estadual". Ainda que seja numericamente correta, porém, a análise parece muito fria para quem acompanhou a conquista de 2008.
Com um time bem reforçado pelas contratações em parceria com a Traffic, o clube do Palestra Itália ainda não havia conquistado taças no século e via os rivais enfileirarem cinco dos últimos seis Brasileiros (Santos 02/04, Corinthians 05, São Paulo 06/07). Era preciso dar uma resposta rápida e o Paulista era a primeira oportunidade para isso.
Com nível técnico bastante acima da média nacional, basicamente pelos títulos citados acima, o Paulista mostrou um Palmeiras em evolução com relação à reconstrução de 2007 e marcou um time de volta à briga pelas conquistas no país. Desbancar o São Paulo de Muricy Ramalho acabou sendo o grande trunfo para Luxemburgo validar seu trabalho.
Depois de golear os tricolores na fase de classificação, algo raríssimo na série de Libertadores e tri Brasileiro do clube do Morumbi, o Palmeiras conseguiu eliminar o rival na semifinal dentro do Palestra Itália. O famigerado gol de Valdivia deu ao clube apenas a terceira vitória em mata-matas na história sobre o adversário, pouco depois de duas eliminações seguidas em Libertadores da América.
Um Brasileiro que poderia ser mais
GettyÍdolo alviverde, Valdívia ainda voltaria ao clube para uma segunda passagem, entre 2010 e 2015 (Foto: Getty)
Depois de desbancar o hegemônico São Paulo, o Palmeiras entrou no Brasileiro de 2008 como candidato ao título e assim se manteve até a reta final do torneio. Liderou boa parte da competição e batalhou como favorito na competição, algo que não acontecia desde a década de 90. No fim, porém, perdeu forças na competição com times mais acostumados a disputar os pontos corridos.
O símbolo daquela queda foi a derrota por 1 a 0 para o Grêmio, em casa, com um gol de falta de Tcheco. O goleiro Marcos foi para a área adversária tentar o empate, algo comum no futebol em jogos decisivos, mas totalmente incomum pelo tempo: restavam ainda 20 minutos no relógio. O descontrole pareceu evidente para aquela queda de pródição, culminando em um G-4 na tabela final.
Uma Libertadores marcada na memória, mas sem sucesso
A Libertadores de 2009 deu ao torcedor palmeirense passagens históricas, muito mais pelo coração do que pelo mérito esportivo, ainda que tenha terminado em uma melancólica eliminação diante do Nacional-URU, nas quartas de final de um torneio que parecia destinado a ser palmeirense.
Depois de um começo ruim, a equipe conseguiu a classificação ao derrotar o Colo-Colo em Santiago, no Chile, por 1 a 0. O gol marcado por Cleiton Xavier, em chute que partiu de trás da intermediária ofensiva, deixou o meia como um herói por anos.
Vivendo em meio à dificuldade de adaptação das contratações para a temporada, como Marquinhos e Willians, além da queda de produção de Keirrison, o Palmeiras ainda conseguiu passar nos pênaltis contra o Sport nas oitavas de final, talvez na última participação brilhante de Marcos pelo clube.
GettySaída conturbada
À época ao lado de Muricy como o técnico mais bem sucedido do futebol nacional (Felipão estava no Chelsea), Luxa viu sua saída acontecer por um misto de queda de rendimento e "quebra de hierarquia", termo usado pela própria diretoria.
Insatisfeito com a possibilidade de venda do atacante Keirrison, disse em entrevista que o atleta não jogaria mais com ele saindo ou não para o Barcelona. Foi demitido horas depois, iniciando uma década inteira de hiato até a sua quinta passagem pelo Verdão.
