BrasileirãoPedro Souza/Atlético-MG

Nove clubes assinam criação da Liga do Brasil; Athletico-PR segue contrário

Conforme antecipado pela GOAL, representantes de clubes da Série A, além de Cruzeiro, Ponte Preta, Sport, Guarani e Vasco, se reuniram em um hotel, nesta terça-feira (03), em São Paulo, com o intuito de dar mais um passo importante na criação da Liga dos Clubes. Ao todo, oito equipes assinaram um documento com a Codajas Sports Kapital, parceira do BTG Pactual, que prevê a formação da "Libra".

Uma nova reunião, agendada para o dia 12 de maio, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, prevê a criação da Liga do Brasil (Libra) de forma oficial. No encontro desta terça, América-MG, Red Bull Bragantino, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Ponte Preta e Cruzeiro assinaram o documento.

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Nem todos os clubes assinaram o acordo por questões burocráticas. Alguns representantes precisam que o documento passe pela aprovação de conselhos e sejam analisados junto ao estatuto. Segundo disse uma fonte à GOAL, todos os demais times devem assinar, na reunião da próxima semana, na CBF.

Júlio César Casares, presidente do São Paulo, foi quem presidiu a assembleia. Ele é visto por boa parte dos demais representantes como alguém que tem o perfil concilicador e capaz de unir o grupo.

O ponto grande de divergência ficou por parte de Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico-PR. O mandatário do Furacão foi apontado por uma fonte da reportagem como "desagregador".

Petraglia defende mais equanimidade na divisão de cotas de TV e acha que o modelo vai aumentar o abismo dos gigantes brasileiros em relação aos demais clubes. Atlético-MG e Fortaleza são dois clubes que "brigam" ao lado do Athletico-PR.

"Para os nossos 14 clubes, não consideramos (que a liga está criada), fomos surpreendidos com a pauta de reunião, que era de clube para clube, para discutirmos alguns pontos que não concordamos, acho que facilmente chegaremos lá, e aí houve uma inversão de objetivos, não se discutiu praticamente nada, presença de dirigente da Federação Paulista de Futebol, presença de representante da CBF, ontem falei com a Fifa sobre a liga, virão em junho conversar com a CBF. Então a intenção seria uma conversa entre os clubes para ajustar. Aí vieram com os estatutos prontos e que os seis assinariam, e quem quisesse assinar também que ficasse à vontade. Eu nem estudei o estatuto. Recebemos uma proposta com itens de divisão de valores, pesos, Série A, Série B... A Série B não foi nem convidada. A vaidade dos clubes com grandes torcidas", disse Petraglia ao SporTV, na saída da reunião.

O dirigente completou: "Estou há mais de 20 anos no futebol. Já tive várias reuniões como essa. Sempre por trás acaba acontecendo claramente os interesses pecuniários, de poder, de mando, de conduzir aquilo pelo seu umbigo. Eu não vou legar ao meu clube no fim da caminhada uma liga que não esteja de acordo com o que penso do futebol".

A grande divergência entre os clubes é mesmo a questão financeira. A proposta da Codajas Codajas Sports Kapital é de uma divisão de 40% dos valores fixos, 30% variável por performance esportiva e 30% por audiência. O grupo, que tem Petraglia como um dos líderes, defende que seja 50-25-25.

Enquanto um grupo vê com bastante expectativa a oficialização da criação da Liga na próxima semana, outro entende que o consenso ainda está longe.

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