Diego Maradona foi anunciado como treinador do Gimnasia y Esgrima de La Plata em setembro deste ano, depois de uma temporada na segunda divisão mexicana com o Dorados, e desde cedo a relação parecia de amor à primeira vista: o clube viu aumentar consideravelmente seu número de sócios-torcedores, vendeu peças personalizadas do grande ídolo do país e criou até um mascote especial para El Pibe. Mas tudo não passou de uma rápida paixão e, após dois meses, Diego não é mais técnico do time.
A motivação para descontinuidade foi política. Atual presidente do clube, Gabriel Pellegrino, decidiu não tentar a reeleição para o pleito agendado para este sábado (23). Maradona, então, pediu demissão.
Ex-namorada do técnico e diretora esportiva do time feminino do Gimnasia, Rocio Oliva já havia dito ao Fox Sports da Argentina que o Maradona dificilmente seguiria sem ter Pellegrino na cadeira principal do clube.
“Diego é assim: ‘eu vim contigo e vou embora contigo’. Então ele provavelmente vai deixar o Gimnasia. O presidente Pellegrino foi o único que o chamou para treinar um time”.
Nesta terça-feira (19), em declarações à La Red, Pellegrino confirmou a saída de Maradona e de outros membros da comissão técnica.
“Maradona já não é mais o treinador do Gimnasia. Méndez, Adrián González e o resto da comissão técnica também não seguirão”.
Muitas derrotas, homenagens e vitória marcante
Newells homenageia Maradona antes de perder por 4 a 0 (Foto: Getty Images)
Em oito jogos disputados, o time de Diego Maradona sofreu cinco derrotas e obteve apenas três vitórias. A mais emblemática foram os 4 a 0 fora de casa contra o Newell’s Old Boys, clube onde El Pibe teve passagem relâmpago nos anos 90. Antes de a bola rolar, Diego recebeu até um trono dos adversários e não escondeu a emoção - inclusive prometeu que imdia voltaria para treinar a equipe de Rosário.
Mas o trabalho de maneira geral foi ruim até mesmo dentro do histórico de Maradona como treinador. Com o time lutando contra o rebaixamento, o aproveitamento foi de somente 37.5%, o segundo pior do ídolo argentino na área técnica.
De forma sempre intensa, a passagem de Maradona pelo Gimnasia foi marcada pela histeria e emoção causadas por sua chegada e terminou graças à falta de entendimento nos setores políticos do clube.
Histórico de Maradona como treinador
| CLUBES | JOGOS | VITÓRIAS | EMPATES | DERROTAS | PONTOS | % |
| MANDIYÚ DE CORRIENTES (1994) | 12 | 1 | 6 | 5 | 8* | 33,3 |
| RACING CLUB DE AVELLANEDA (1995) | 11 | 2 | 6 | 3 | 10* | 45,4 |
| ARGENTINA (2008-10) | 24 | 18 | 0 | 6 | 54 | 75 |
| AL-WASL (EMIRADOS ÁRABES) (2011-12) | 23 | 11 | 3 | 9 | 36 | 52,1 |
| AL-FUJAIRAH (EMIRADOS ÁRABES) (2017-18) | 11 | 7 | 3 | 1 | 24 | 72,7 |
| DORADOS DE SINALOA (MÉXICO) (2018-19) | 35 | 18 | 10 | 7 | 64 | 60,9 |
| GIMNASIA LA PLATA (2019) | 8 | 3 | 0 | 5 | 9 | 37,5 |
| TOTAL | 124 | 60 | 28 | 36 | 205 | 58,7 |
