Alvo de reclamações internas desde o retorno do futebol brasileiro, em junho, o gramado do Estádio do Maracanã foi duramente e publicamente criticado no último sábado (5), após a vitória do Flamengo por 2 a 1 sobre o Fortaleza, pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro.
"Enfrentamos hoje dois adversários, o Fortaleza e o gramado do Maracanã, que está terrível como vocês podem ver", disse Diego Ribas, aparentemente irritado.
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O vice-presidente de futebol, Marcos Braz, endossou as críticas de Diego e foi além, chamou o gramado do Maracanã de "o pior do Brasil".
"Saímos do Maracanã com mais um título. Certeza absoluta: é o pior gramado do Brasil. Está um horror, não existe e não sei como que faz. Desesperador".
A insatisfação com o gramado do estádio que é a casa de Flamengo e Fluminense vem de longa data. Em março, antes da parada por conta da pandemia, Jorge Jesus já lamentava a situação do palco de seus jogos.
"Este gramado do Maracanã não propicia nada ao time que tem qualidade técnica de jogo. Não favorece em nada os jogadores do Flamengo. Por isso, não jogamos como queremos em termos de velocidade. O gramado não tem qualidade. Mas não podemos criticar muito quem cuida. Joga Flamengo, Fluminense, Vasco... Não há gramado que resista. Não podem jogar três equipes em um gramado, nem duas".
Para tentar amenizar a situação, a empresa que gerencia o Maracanã, formada por representantes de Flamengo e Fluminense, vai trocar o gramado na próxima semana, mais precisamente 17 de setembro. O processo dura em média cinco dias e será feito na única "brecha" sem jogos deste ano.
Em contato recente com a Goal, a Greenleaf, empresa que cuida do gramado do estádio, revelou que a falta de sol em parte do campo durante o inverno é um dos grandes inimigos contra a pecha de 'pior grama' do futebol nacional.
"O Maracanã desde que foi reformado, em 2013, tem um problema de iluminação no inverno. A Fifa exige que 85% dos torcedores estejam protegidos da chuva. Isso fez com que a cobertura do estádio seja muito maior do que era. E a parte norte do gramado não recebe nenhum minuto de luz do sol durante 4 meses. Esse é um problema recorrente dos estádios modernos. No Brasil, só o Mané Garrincha é ainda mais fechado.
Os 5 estádios que estamos fazendo no Qatar (sede da próxima Copa do Mundo) são ainda mais fechados que o Maracanã. Posto isso e visando o grande número de jogos que temos, resolvemos trocar a parte sombreada para que tenha mais densidade ali naquele lado e agora com as novas lâmpadas holandesas que o estádio adquiriu vai ser possível manter aquele canto com melhor qualidade. Se você reparar, o problema se deu sempre ali no lado norte, que é a esquerda do vídeo".
Uma solução definitiva foi colocada na mesa: a grama híbrida, utilizada em estádios como Arena Neo Química Corinthians e no Beira-Rio: consiste em um gramado misto, composto por grama natural e sintética. No entanto, o projeto custa em torno de R$ 5 milhões e só será desenvolvido caso Fla e Flu ganhem a licitação de 35 anos para tocarem administração do estádio.
"É só entregar a licitação dos 35 anos que a gente faz imediatamente", disse uma fonte à Goal.
A Greenleaf é a mesma que cuida dos campos do Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, onde garante não receber reclamações. Além disso, a empresa foi a escolhida para cuidar do gramado de cinco dos oito estádios da Copa do Mundo de 2022.

