O Barcelona entrou em uma tempestade perfeita e vai ter que dar um jeito de sair. Os desafios vêm se acumulando como correntes oceânicas, desencadeando um tsunami que ameaça levar tudo embora. O plantel precisa de uma boa sacudida com a chegada de potenciais titulares, em especial jovens e com vontade de conquistar o mundo.
O problema são os gastos insustentáveis e mal amortizáveis em uma série de jogadores que não corresponderam e agora estão sem cartel no mercado. Com a conta de despesas no limite, resta saber a capacidade de reação do Barça em meio à crise da pandemia do novo coronavírus.
A equipe azul-grená foi a campo contra o Bayern com uma escalação de jogadores experientes e históricos do clube e levou uma goleada igualmente histórica. A chegada de Miralem Pjanic não parece conveniente para um time que precisa de tudo a não ser de jogadores que já viveram o seu auge.
É preciso tomar decisões valentes, e o Barcelona não tem nem um treinador nem um dirigente que possa tomá-las. Sem dinheiro e sem capitães, o presidente Josep Maria Bartomeu está sozinho na ponte - e ele já é conhecido por tomar decisões de pouca visão.
La Masia: na origem está a solução
A única alternativa, como sempre, passa por voltar às origens. É salvar o pouco que se possa do atual elenco - Ter Stegen, Lenglet, De Jong e Griezmann, além de Messi, são jogadores de alto nível, apesar de tudo -, e dar mais poder e paciência para Ansu Fati, Riqui Puig, Araújo, Collado e outros pratas da casa.
Até o treinador está em casa, porque ninguém melhor do que Francesc Garcia Pimienta, o único técnico que segue no clube que trabalhou às ordens de Johan Cruyff, para tutelar esta geração e preparar o caminho para Xavi, que não poderia chegar em até um ano.
Outros clubes já começaram a renovação e levam vantagem quanto à captação de talentos emergentes em busca de abrir um novo ciclo potencialmente glorioso. O Barcelona, por outro lado, demorou, mas por sorte tem seu próprio manual de instruções na hora de se reconstruir.
Para isso, basta voltar ao caminho aberto por Vic Buckingham, recuperado por Laureano Ruiz e que anos depois foi seguido por Cruyff e pelo próprio Pep Guardiola. Nada melhor que La Masia, ainda mais nos tempos difíceis que virão pela frente.



