No final de abril de 2020, uma bomba recaiu sobre o futebol francês: depois de decisão do governo do país, a temporada 2019/20 da Ligue 1 foi encerrada prematuramente. A medida gerou polêmica e indignação em alguns dirigentes e clubes, ao passo que foi defendida por outros.
Jean-Michel Aulas, presidente do Lyon, por exemplo, se declarou publicamente contrário ao encerramento, e a diretoria do Amiens ameaça entrar na justiça. Isto acontece pois a federação francesa decidiu utilizar a classificação de momento (com uma ou outra correção) para gerar os resultados finais do ano.
Assim, clubes acostumados a brigarem no topo da tabela nos últimos, como o próprio Lyon ou o Monaco, acabaram ficando fora de competições continentais. O brasileiro Jemerson, zagueiro do clube do principado desde 2016, comentou sobre a decisão da Ligue 1 em entrevista exclusiva ao DAZN.
Questionado sobre a indignação de certos clubes, não polemizou. "Essa decisão que eles tomaram, de encerrar o campeonato francês, nem todos foram a favor. Alguns dirigentes, jogadores, queriam que continuasse, mas a maioria concordou em parar. Os protestos são válidos, temos que respeitar, cada um tem uma visão diferente" afirmou o ex-defensor do Galo.
Getty ImagesO Amiens, por exemplo, recorreu ao Conselho de Estado francês com dois recursos diante da decisão. O clube pretende suspender a paralisação do campeonato: segundo a classificação final da competição, a equipe do norte do país ficou na 19ª posição e seria rebaixada.
Sem protestos para Jemerson, no entanto. "Eles tomaram a decisão correta, por tudo que estamos passando aqui, de encerrar a Ligue 1. Não tinham como dar segurança a todas as pessoas envolvidas, pois o campeonato não é só feito dos 22 jogadores, da comissão técnica, tem outras pessoas que trabalham para fazer tudo acontecer." opinou.
Com a decisão, o Monaco de Ben Yedder, Slimani, Jemerson, Cesc Fábregas e Gelson Martins terminou a temporada na nona colocação, longe da meta de retornar à Liga dos Campeões da Uefa. Desde que o clube chegou à semi final em 2016-17, participou de duas edições da competição, mas conquistou apenas três pontos no total, sem nenhuma vitória.
Desta maneira, o clube do principado, que não participou de campeonatos europeus em 2018-19, vai para a segunda temporada consecutiva sem jogar a Liga dos Campeões ou a Liga Europa.
E o defensor não poupou críticas a conduta do Monaco nos últimos anos. "É difícil pro clube [ficar de fora das competições europeias], pois ele faz investimentos pra estar lá. No entanto, nesses dois anos, tivemos muitas mudanças, de jogadores, comissão técnica, direção, e isso interfere no campo." declarou Jemerson.
Nesta temporada, por exemplo, o clube se mexeu mais de 30 vezes no mercado de transferências, juntando contratações e vendas. Além disso, desde o começo de 2019, teve três treinadores diferentes.
Assim, a equipe se volta para 2020-21, tentando retornar ao posto de maior perseguidor do PSG na sua dominância na Ligue 1. Seja quando for que o campeonato tenha seu início.