Eleição para presidente do Vasco passou a ser, devido aos acontecimentos que se repetem pleito após pleito, sinônimo de confusão. E em 2020 a situação não é diferente. Desta vez as discordâncias começaram motivadas pela data da eleição, assim como qual seria a forma que os associados teriam para votar em tempos de pandemia. Hoje, a realidade mostra duas datas, indefinições a respeito de quem será considerado vencedor e uma verdadeira sucessão de decisões judiciais que aparecem sistematicamente – uma cancelando a anterior.
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Candidato da chapa “Somamos”, Leven Siano promete ir às últimas consequências judiciais para assumir a presidência do Cruz-maltino. Ele foi eleito segundo a contagem dos votos do pleito realizado em 7 de novembro, mas de acordo com decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) os votos naquele dia não foram válidos. E já que a votação online marcada para este sábado (14) se aproxima, confira abaixo um resumo do que aconteceu, o que vem acontecendo e o que pode acontecer caso o Vasco da Gama não tenha, de maneira rápida, uma definição sobre quem será o seu novo mandatário.
Polêmica sobre a data
Por razões estatutárias, a eleição no Vasco precisa acontecer obrigatoriamente na primeira quinzena do mês de novembro. Foi por isso que o pedido do atual presidente e ex-candidato Alexandre Campelo, para que o pleito acontecesse em dezembro, não foi aceito pelo presidente da Assembleia Geral do clube, Faues Mussa. A decisão tomada após reunião foi a de marcar a votação para 14 de novembro, de maneira remota e não presencial.
Na noite de 6 de novembro, contudo, uma decisão judicial – a primeira de muitas e de outras que prometem vir - derrubou a liminar que obrigava a votação a acontecer em 14 de novembro. O pleito teria que acontecer em 7 de novembro, em São Januário, de forma presencial. Os sócios foram até a sede e o que se viu foram inúmeras confusões e até agressões nos arredores do estádio.
Presidente da Assembléia Geral, Faues Mussa conseguiu acionar o STJ, que naquela mesma noite decretou como inválida a eleição realizada naquele sábado. A decisão causou ainda mais confusão e bate-bocas, mas, ainda que sem a presença de todos os candidatos após a decisão do STJ, os votos foram contados e Leven Siano apareceu com a maioria deles.
Qual eleição que vai valer?
Como a eleição foi declarada inválida, neste momento Leven Siano não foi declarado vencedor do pleito. Em meio à confusão, Alexandre Campello optou por sair da corrida pela reeleição, enquanto Julio Brant (Sempre Vasco) e Jorge Salgado (Mais Vasco) defendem a realização da eleição online em 14 de novembro. Leven Siano, contudo, já disse que se nega a disputar o voto virtual.
Nesta quinta-feira (12), por exemplo, o UOL noticiou que Leven Siano entrou com um recurso contra a decisão do STJ que invalidou a eleição de 7 de novembro. Presidente do Conselho Deliberativo do clube, e apoiador de Leven, Roberto Monteiro fez o mesmo. A tentativa aí é conseguir a validação dos votos contados, que deram a vitória a Leven. Uma vitória contestada por Julio Brant e Jorge Salgado, por exemplo.
O que pode acontecer em meio à briga?
Ou seja, seguindo esta tradição que tanto aflige a torcida vascaína, a presidência do Vasco pode ser definida apenas através de uma coleção de decisões judiciais.
Segundo noticiado por O Globo, caso a transição presidencial demore muito a tendência é que Alexandre Campello seja mantido interinamente no poder. Não é uma novidade na história vascaína: entre 2006 e 2008 Eurico Miranda foi presidente interino enquanto a Justiça decidia, em meio a uma pluralidade de recursos e liminares, se a eleição de 2006 havia sido ou não válida.
Existe também a possibilidade de uma decisão judicial apontar uma gestão compartilhada entre os candidatos. Também não é novidade na história política cruz-maltina. Em 2018, a Justiça decidiu que seria necessário um triunvirato formado pelos então candidatos Eurico Miranda, Julio Brant e Fernando Horta para administrar o clube entre o final do mandato de Eurico – que faleceu em 2019 – e a eleição de um sucessor.
Enquanto isso, dentro dos gramados, o Vasco da Gama briga mais uma vez contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

