Pela primeira vez desde fevereiro de 2020, quando a crise do Liverpool começou, Jurgen Klopp parece estar sentindo a pressão. O clima de suas coletivas de imprensa, com suspiros e olhares transmitindo o profundo sentimento de frustração, mostram bem isso. Mas pode este ser o fim da era Klopp em Anfield?
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Uma derrota para o Manchester United no domingo provavelmente deixaria o Liverpool em oitavo lugar na Premier League. Klopp estava absolutamente certo quando disse que, pelo que está jogando, sua equipe “não merece a Liga dos Campeões”.
E as últimas cinco partidas restantes da temporada não tratam disso. Esqueça a corrida pelo G-4. A questão muito mais urgente a ser respondida é se o Liverpool pode superar isso ou se estamos vendo os meses finais da era Klopp.
Quase todos os problemas do time têm origem nas lesões dos zagueiros. A perda de Virgil van Dijk, Joe Gomez e Joel Matip não só destruiu a defesa, mas também indiretamente levou à desconstrução do meio-campo, ao sumiço dos laterais e, consequentemente, à queda do setor ofensivo.
Perder três zagueiros seria um grande problema para qualquer equipe, mas principalmente para uma que joga com uma linha tão alta. Então, Klopp deslocou Fabinho para a zaga, deixando a defesa mais exposta e perdendo sua capacidade de contra-atacar.
Getty/GoalEm retrospectiva, o maior erro do treinador foi se recusar a adaptar suas táticas, porque sem seus zagueiros e Fabinho no meio, se tornou presa fácil para os adversários, causando a queda de confiança a partir da qual a praga se espalhou.
De repente, as equipes foram capazes de atacar e com intensidade o time dos Reds. Então, Alexander-Arnold e Robertson, as duas válvulas de escape da equipe, tiveram que ficar mais presos atrás. Com a bola chegando menos no ataque, os homens da frente precisam correr mais, e os desgastes ficam mais evidentes. E tudo isso foi diminuindo ainda mais a confiança da equipe, em um ciclo vicioso que ainda não terminou.
O Liverpool é um time que há alguns anos não traz ideias novas, então, talvez esteja simplesmente chegando ao fim de um ciclo. Afinal, Van Dijk e Gomez jogaram na derrota por 7 a 2 para o Aston Villa, em outubro, um jogo com todas as marcas do colapso subsequente.
Agora, o desafio de Klopp será se reconstruir, adaptar sua tática, algo muito além de apenas mudar jogadores. O empate em 1 a 1 com o Newcastle foi um vislumbre desse processo. Klopp saiu do 4-3-3 pela primeira vez em 2021, jogando com Diogo Jota e Firmino juntos como atacantes, e Salah e Mane pelos lados.
Resta saber até onde as mudanças podem chegar. Mas após um ano tão ruim, Klopp parece aberto para abraçar novas ideias.



