À sua maneira, com segurança defensiva, bom aproveitamento nas suas chances de ataque e sufoco e competência para segurar o ímpeto adversário, a Dinamarca chegou à semifinal da Euro 2020. Desta vez, o time treinado por Kasper Hjulmand bateu a República Tcheca por 2 a 1, no Azerbaijão. Uma espécie de vingança, uma vez que foram os tchecos quem eliminaram os escandinavos nas quartas de final da Euro 2004, naquela que havia sido a última boa campanha dinamarquesa, até então, no campeonato continental de seleções. Mas a história desta Dinamarca vai muito além de uma revanche.
Afinal de contas, estamos falando do time que viveu, logo em sua estreia contra a Finlândia, os momentos de pânico depois que o meia Christian Eriksen, o craque do time, sofreu um mal súbito e desabou desacordado em campo. Desde a postura heroica dos atletas durante o atendimento ao camisa 10, até o desempenho histórico nesta Euro – igualando as suas campanhas de 1964, 1984 e 1992, quando também alcançou as semifinais – a Dinamarca se coloca como a grande história desta edição do certame.
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O caráter histórico sob o ponto de vista estatístico está no alto número de gols marcados: foram 11 até aqui, apenas um a menos em relação à Espanha (líder neste quesito), porém mais do que a própria Dinamarca já havia conseguido fazer em suas participações anteriores em Eurocopas ou Copas do Mundo. Tudo isso sem contar com Eriksen, que até o problema sofrido contra a Finlândia (que o tirou desta Euro e coloca o prosseguimento de sua carreira profissional em risco) era o cérebro da equipe.
Reprodução InstagramEriksen, fora do hospital, ao lado de um fã (Foto: Reprodução/Instagram)
Eriksen, vale ressaltar, que apareceu sorrindo pela segunda vez desde que driblou a morte. A primeira delas havia sido ainda no hospital, em foto publicada em suas redes sociais. A mais nova delas já foi longe de um hospital e ao lado de um jovem fã. Apesar da ausência física nos gramados, engana-se quem acha que Eriksen não está presente neste épico dinamarquês: a cada jogo, o atleta é homenageado por adversários e pelos torcedores. A cada vez que a Dinamarca entra em campo, é impossível não se lembrar dele e do que aconteceu.
Getty(Foto: Getty Images)
Os jogadores dinamarqueses parecem usar tudo isso como motivação.
E assim seguem sonhando em alcançar uma nova final europeia, para talvez igualarem o feito do título europeu de 1992. Se eventualmente não conseguirem passar das semis, como foi o caso em 1964 e 1984, de forma nenhuma isso irá abalar a impressão de que esta seleção já garantiu o seu lugar na história.
