A seleção brasileira tinha uma missão: chegar à final desta Copa América que acabou sendo realizada em nosso território. Uma vez que conseguiu isso, é natural que se esperasse o título. Ele não veio - a Argentina venceu por 1 a 0. E quando isso acontece é normal avaliar o que deu errado.
No saldo final, o que fica mais óbvio é que a pressão sobre Tite vai aumentar a níveis que o treinador ainda não estava acostumado nesta sua passagem de cerca de cinco anos pela equipe nacional.
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A seleção argentina teve o mérito de trancar bem o jogo e ganhar tempo depois do belo gol marcado por Di María, após o também belo lançamento de Rodrigo De Paul. É importante ressaltar a decisiva falha individual de Renan Lodi no lance, que acabou condicionando todo o encontro. Mas é impossível não criticar o fato de que o Brasil só tentou algo que realmente ameaçasse a Albiceleste através da individualidade de Neymar. Se aprimorar o poder ofensivo da seleção era uma das principais missões de Tite nesta Copa América, os erros provaram ser bem maiores do que o único acerto (que foi a entrada de Lucas Paquetá no time).
Ainda que sem o tempo que julga ser (e é) necessário para treinar sua equipe, em meio ao cenário da pandemia de Covid-19, Tite fez várias mudanças no ataque ao longo desta Copa America. Firmino ou Gabigol ou a insistência em um Everton Cebolinha que, ao contrário de 2019, ficou sumido em campo. Os bons momentos vieram em relances, mas longe de passarem segurança.
A segunda derrota de Tite em um jogo competitivo pela seleção brasileira, após a queda contra a Bélgica nas quartas de final do Mundial de 2018, veio justamente contra o maior rival do Brasil. A Argentina foi a primeira equipe a ter batido os brasileiros em finais no Maracanã desde o Uruguai de 1950. Evidentemente que é simbólico.
Perder faz parte, e isso também é evidente. Mas sem ter conseguido acertar o ataque, aquilo que mais tentou fazer ao longo da competição, Tite passa a ver seu futuro na seleção com a certeza de que as críticas, comuns ao cargo que ocupa, serão bem mais fortes do que antes.
Se contra a Bélgica, em 2018, a impressão foi de que o destino não quis sorrir para a seleção brasileira, contra os argentinos a impressão foi a de uma falta de encaixe. E não é sempre que Neymar vai conseguir resolver tudo sozinho.
