O Grêmio junta os cacos e lambe as feridas após a derrota para o Palmeiras, na final da Copa do Brasil, e na esteira de uma temporada 2020 marcada também pelas muitas críticas ao estilo de jogo do time treinado por Renato Portaluppi. Se o técnico insistia que sua equipe jogava o melhor futebol do país, tanto as exibições regulares quanto os resultados mostraram que não é bem assim. Mas obviamente nem tudo é só lamento. E se há alguém que pode arrancar motivos de comemorações do 2020 gremista, não há dúvidas que esta pessoa é Diego Souza.
Ao contrário de sua primeira passagem pelo clube, em 2007, Diego chegou para vestir azul sem grandes expectativas. Muito pelo contrário. Então com 34 anos, o atacante vinha de uma passagem decepcionante pelo Botafogo: foram apenas nove gols marcados em 41 jogos e um desempenho muito aquém do esperado para alguém que havia chegado ao Alvinegro com a responsabilidade de ser a principal contratação da temporada. O clube carioca conseguiu, naquela ocasião, se manter na Série A, ainda que a duras penas, mas Diego não foi dos maiores destaques – ainda que os seus gols tenham sido em partidas decisivas – e aparentava estar muito longe de sua melhor forma.
Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!
Mas assim como em sua primeira passagem pelo Grêmio, Diego Souza deu muitos resultados individualmente. Se naquele 2007 o então meia foi um dos destaques do time campeão gaúcho e vice-campeão da Libertadores, em 2020(/21) o Diego atacante teve importância em um novo título estadual e na campanha do vice na Copa do Brasil. O fato de ter encerrado a temporada como artilheiro do Brasil, considerando todas as competições, é um grande depoimento a seu favor. Foram 28 gols marcados em 54 jogos, a temporada mais goleadora de sua vida.
Mas o explica tamanha mudança? É possível enumerar algumas questões: o Grêmio tinha (e tem) um elenco com maior qualidade técnica em relação ao clube anterior de Diego, além de contar, tendo Renato Portaluppi na área técnica, com o trabalho mais longevo de um treinador no futebol brasileiro. O clube gaúcho também possui uma estrutura melhor para o futebol – o Botafogo, por exemplo, ainda não tem o seu próprio centro de treinamento. Estrutura, contudo, não explica toda a história, pois o São Paulo também a tinha e Diego Souza já não havia correspondido totalmente às expectativas no Morumbi, em 2018 e início de 2019.
Talvez o fato de ter visto no horizonte o que seria, no final de sua carreira, provavelmente sua última chance em um dos gigantes do Brasil tenha sido o catalizador necessário para que Diego Souza voltasse a render o seu melhor. O jogador começou a temporada notavelmente mais magro em relação ao seu 2019 pelo Botafogo e os gols não demoraram a sair. Em dezembro de 2020, o atacante não escondeu a identificação com o Tricolor Gaúcho e sentenciou: pensa em encerrar sua carreira vestindo as cores gremistas.
Antes disso, no entanto, já temos uma nova temporada a disputar e com o Grêmio precisando dar a resposta depois das decepções recentes da campanha de 2020. Às 21h30, o Tricolor enfrenta o Ayacucho, do Peru, pela sempre capiciosa fase de classificação da Libertadores da América. Diego Souza é uma das esperanças para vermos o Grêmio avançando, assim como um dos exemplos de volta por cima que podem ajudar a animar um vestiário que ainda tem, fresco na memória, lembranças não muito agradáveis.


